A exploração do lençol freático pela empresa
de bebidas Kirin/Heineken em Caxias, foi debatido na sessão desta quarta-feira,
23, na Câmara Municipal.
Na oportunidade, o vereador Catulé leu uma correspondência
enviada pelo advogado Frederico José Ribeiro Brandão ao prefeito Fábio Gentil, com
cópia ao presidente da Câmara, em que o
mesmo faz um alerta para a exploração da água do subsolo do município pela
empresa Kirin/Heineken, assim como lembra da promessa de centenas de empregos,
e a geração de impostos e divisas, quando da sua instalação em 2002.
“Há algo mais importante e urgente a ser
considerado por envolver interesses urgentes e permanentes da população de
Caxias, agora e em breve futuro: a crescente agressão a uma das mais
importantes reservas do patrimônio hídrico do município pela exploração sem
limites e fora das vistas do poder público local pela empresa de bebidas
Schin/Kirin/Heineken”, diz o advogado que em seguida passa a
chamar a atenção para os riscos que correm os principais rios da cidade, que
formam a principal fonte de matéria-prima da referida empresa: “Não
bastasse a retirada de enormes quantidades de água do aquífero formado pela
acumulação proveniente do sistema Primavera-Inhamum-Ponte, para completar o
processo de fabricação de seu produto principal – cerveja -, mais recentemente
a empresa iniciou o envasamento, em escala gigantesca, de água pura, de
composição mineral, exportada inclusive para mercados nacionais”,
revela ele, citando uma viagem que fez a São Paulo, onde no hotel que ficou
hospedado, “era a água servida aos hospedes”.
Atento ao tema, o presidente Catulé endossou
a manifestação de Frederico Brandão e lembrou que sempre foi um crítico da
empresa desde a sua instalação, uma vez que, naquela época, “todos
lembram dos out-doors de 7, 11 e 12 mil empregos, onde todos sabiam que aquilo
era coisa de louco”, disse o vereador que ressaltou não conhecer
ninguém que diga ganhar a vida trabalhando naquela empresa. “Eles
vem de São Paulo, de Minas Gerais e moram em Teresina”, destacou Catulé
referindo-se aos diretores da empresa. “Nem aluguel aqui eles pagam”.
O fato de terem recebido isenção de impostos
por 30 anos também foi lembrado na fala de Catulé, que ficou estarrecido com
tanto benefício concedido à empresa “e agora, na calada da noite, construíram a
fábrica de envasamento de água mineral e aqui por esta Casa ninguém soube, ninguém
viu, ninguém sabe, Não
gerou e continua não gerando rendas, porque não paga impostos, e consequentemente
não gerou empregos. Dá esmolas para eventos. E o produto ainda é mais caro aqui
do que lá fora. Além do que, ressalte-se que há falta de água no planeta e, no
nosso município, isso já é visível por causa de uma Schincariol que nem paga
por isso. Parabéns a este advogado, por esta carta de alerta a esta Casa e ao
prefeito municipal”.
Na denúncia feita por Frederico Brandão, o mesmo alerta para a necessidade de fiscalização do uso da água no município e propõe a busca do entendimento entre o poder público e a empresa, bem como uma nova pactuação sobre a outorga de uso desse bem público [a água], “por meio de um debate entre autoridades locais e estaduais”.
Por receber tantos benefícios do município,
ser isenta de impostos, gerar pouquíssimos empregos e explorar o lençol
freático da maneira que satisfaça seus interesses financeiros chamou a atenção
do advogado Frederico Brandão e também da classe política.
Para que o assunto não fique apenas num
discurso indignado, o vereador Catulé anunciou para a próxima segunda-feira,
dia 28, a presença do secretário do meio-ambiente do município, Pedro Marinho,
para tratar da exploração do patrimônio hídrico de Caxias e da preservação das demais
nascentes dos riachos da cidade.
Interessante que somente agora depois do estrago feito é que as "Otoridades" de Caxias levantam a questão, o impacto ambiental é visível a olho nu e o esgotamento do lençol hídrico da cidade ocorre a passo largo, o estrago que esta empresa fez e esta fazendo no meio ambiente caxiense e de grande relevância a curto e longo prazo e em troca pouco ou nenhum retorno a população, nem seu técnicos moram na cidade, lamentável!!!!. Com a palavra a "otoridades"..