PAPEL DE BOBOS - ‘Denúncia’ transmitida ao vivo no
facebook por Daniel Barros e explorada no site da marqueteira de Léo Coutinho é o maior mico desta campanha |
Bem, espera-se de um grupo político que tem a
certeza da vitória numa eleição que acontecerá dentro de 48 horas, e onde uma pesquisa
de opinião garante uma suposta vitória acachapante, que os integrantes desse
grupo mantenham uma postura equilibrada e tranquila aguardando o fechamento das
urnas e a consequente festa da vitória. Isso é o normal, mas em Caxias, o grupo
Coutinho protagonizou no meio da tarde desta sexta-feira, 30, um espetáculo digno
dos desesperados.
Um suposto crime eleitoral, praticado num
posto de combustível que abastecia alguns veículos que iriam participar da
carreata de Fábio Gentil, ganhou ares de “grave denúncia” feita pelos
partidários de Léo Coutinho.
O super sub-secretário de Saúde do Município,
Daniel Barros, que vem a ser esposo da vereadora Tais Coutinho, que faz uma
campanha milionária rumo a reeleição, foi o ‘maestro’ da tal “denúncia”. Daniel
Barros fez uma transmissão ao vivo em frente ao posto de combustível ‘denunciando’
em tempo real o suposto e patético crime.
Como tem se tornado recorrente nestas
eleições, a tal denúncia recebeu o apoio logístico na internet do site 45
graus, de Teresina. O portal piauiense, de propriedade da publicitária Cyntia
Freitas, que faz a campanha de marketing de Léo Coutinho, tratou logo de dar
ares de grande e grave “escândalo” para a notícia e tentou transformar tudo
numa absurda e inaceitável “compra de votos”.
O que aconteceu?
A Polícia Militar, o Ministério Público
Eleitoral, e até a juíza eleitoral, Marcela Santana Lobo, realmente estiveram no
posto de combustível, localizado na Avenida Alexandre Costa, para apurar a denúncia
de farta distribuição de combustível para atividade política.
De fato o gerente do estabelecimento foi levado para prestar esclarecimentos na Polícia Federal, que é a autoridade
policial responsável pela apuração de crimes eleitorais.
O combustível que estava sendo distribuído
para os veículos que iriam participar da carreata era na proporção de 5 litros
para motocicletas e de 8 a 10 litros para carros.
A legislação eleitoral permite a distribuição
de combustível para veículos participarem de carreatas e motocadas, desde que
isso seja devidamente declarado na prestação de contas do candidato que ofertou
o produto.
Seria caracterizado crime se tal distribuição
não fosse devidamente registrada e, em outra hipótese, se os veículos
estivessem sendo abastecidos com 40, 50 ou mais litros de gasolina, o que,
logicamente, excedia a quantidade necessária para uma simples carreata.
A própria juíza Marcela Santana Lobo, que
esteve no local conferindo a ‘denúncia’, assim que constatou que a quantidade
de gasolina doada era mínima (5 litros para motos e de 8 a 10 litros para
carros), liberou a distribuição desde que a coligação de Fábio Gentil
apresentasse na próxima prestação de contas a nota fiscal do pagamento do combustível
distribuído para a carreta.
O senhor Daniel Barros, que foi o autor da transmissão
ao vivo para denunciar o suposto crime, é advogado e certamente conhece a
legislação eleitoral.
Tentar caracterizar a distribuição da
quantidade mínima de combustível para a carreata de um candidato que faz uma
campanha humilde e com pés no chão, demonstra no mínimo uma situação de
desespero.
Partidários de Léo Coutinho, a grande maioria
contratados na Prefeitura de Caxias, mergulharam de corpo inteiro na tal
denúncia bombástica e estão em estado de histeria coletiva acreditando até em
papai noel.
Calma!
No domingo tudo passa.
Ou talvez, não...