|
Fábio
Gentil vê o esforço descomunal de Brandão em torno da candidatura de
Rafael em Timon e em Caxias auxiliares do governador trabalham abertamente
contra seus interesses |
Está
claro para muitos, e escancarado para todos, a indiferença que o governador
Carlos Brandão está dispensando ao prefeito de Caxias, Fábio Gentil, num
momento crucial para a sua sobrevivência política.
É
tão gritante o incômodo tratamento que Brandão dispensa ao prefeito caxiense
que basta fazer uma comparação superficial do esforço do mesmo na vizinha
Timon, onde conseguiu o que parecia impossível para fortalecer a candidatura do
deputado Rafael a prefeito do município, que qualquer analista político, por
mais inexperiente que seja, consegue enxergar no mínimo a falta de boa vontade
do gestor estadual para com o congênere local.
A
última do governador foi convidar o vereador Daniel Barros para uma conversa nesta
segunda-feira, 17, horas antes do mesmo bater o martelo com o deputado Josimar
de Maranhãozinho sobre a união com Paulo Marinho Júnior.
No
encontro ocorrido no Palácio dos Leões, CB foi extremamente econômico nas
palavras e não fez mais do que perguntar para Barros sobre a possibilidade de
composição com Fábio Gentil, que estava presente, o que ficou fácil para o moço
dizer que não devido ao discurso adotado por ele nos últimos anos.
Ao
não esticar o assunto, Brandão deixou claro que não tinha um mínimo de
interesse em fechar um acordo com o Fiscal, uma vez que uma conversa com alguém
que quer alguma coisa não pode ser feita sem oferecer coisa alguma.
A
única coisa que CB realmente conseguiu ao convidar Daniel Barros para o Palácio
foi inflar o ego do moço, que logo em seguida se dirigiu ao escritório do
deputado Josimar de peito estufado por ter dito um não ao maior nome da
política estadual e com isso negociar um acordo em melhores e confortáveis condições.
Os
gestos e ações do governador em solo caxiense, sejam em questões políticas ou
em parcerias administrativas, mostram uma distância gigantesca entre o que
fizeram outros governantes com seus parceiros na princesa do sertão nos últimos
30 anos.
No vídeo acima, Carlos Brandão externa toda sua simpatia pela
eleição do deputado Rafael a prefeito de Timon
Em
toda sucessão municipal, o mínimo que um governador faz por seu aliado em
Caxias é a destinação de asfalto para recuperar ruas depois
de um inverno rigoroso, cujo término das chuvas coincide com a fase da pré-campanha.
Até agora não se viu um único centímetro de parceria nessa seara, tendo o
gestor caxiense conseguido alguma coisa por conta dos cofres municipais e
emendas da deputada Amanda Gentil.
Também
não precisa ser especialista em política para ficar estarrecido quando a filha
de uma assessora pessoal de CB fica se aventurando na política caxiense e
contando com boa parte do aparato estadual a seu favor no terreiro de Fábio
Gentil. Outros assessores graduados da máquina estadual também desrespeitam
Fábio Gentil quando fazem campanha declarada contra suas pretensões municipais.
Continuando
nas comparações com a cidade vizinha, nem contratado de órgão estadual se
atreve a acenar contra os interesses políticos de CB em solo timonense,
enquanto em Caxias tem-se a impressão de que aqui é terra de ninguém e
secretários estaduais agem a vontade e chegam a falar até mesmo o nome do
governador para defender seus interesses contra o prefeito caxiense sob o
silêncio (ou será consentimento?!) de Brandão.
O
que CB está permitindo (e fazendo) com Fábio Gentil em Caxias não encontra
paralelo em outros momentos da política caxiense.
Edson
Lobão agiu firme e forte para ajudar o aliado Hélio Queiroz em 1992, quando
colocou um interventor no município para ajudar o amigo nas eleições daquele
ano.
Roseana
Sarney parecia que não tinha outros aliados no município quando a família
Marinho estava no comando da Prefeitura.
Jackson
Lago foi a mão forte e amiga de Humberto Coutinho na sua reeleição em 2008.
Já
o então governador Flávio Dino, antecessor de Brandão e um exemplo a ser
seguido, foi um capítulo à parte na trajetória política de Humberto Coutinho,
pois foi um aliado de todas as horas e fez de tudo mesmo quando a reeleição de
Léo Coutinho se mostrava inviável. Dino foi um aliado perfeito e não abandonou
o amigo Humberto em nenhum momento que sua mão amiga se fez necesária.
Antes
mesmo do início dos debates sobre a escolha do sucessor de Flávio Dino, Fábio
Gentil se colocou a frente na missão de levar e defender o nome do vice-governador
no meio político Maranhão afora enfrentando o até então promissor Weverton
Rocha.
Fábio
foi o aliado certo, na hora certa, que Carlos Brandão tanto precisava nos
primórdios das suas pretensões de se tornar governador.
A
última vinda do governador a Caxias, quando entregou uma praça e um micro-ônibus,
serviu também para fotografias e tapinhas nas costas para afagar o prefeito e
nada mais.
Caxias
tem na sua tradição política o respeito e a ajuda dos governadores por seus
partidários no município.
O
atual está quebrando essa tradição e mostrando, da sua maneira, como tratar um
aliado que um dia já foi importante.
Mas
Fábio Gentil já conseguiu grandes feitos na política tanto municipal quanto
regional. Foi eleito prefeito em 2016 contra a máquina estadual representada
pelo Palácio dos Leões e pela Assembleia Legislativa, e no município pela
Prefeitura, assim como elegeu a companheira deputada estadual e a filha
deputada federal nas últimas eleições.
Já
tem um histórico de sucesso contra grandes adversários, sejam eles declarados
ou não.
A história e a
tradição política de Caxias lhe mandam lembranças, governador...