Conforme
foi anunciado na sessão ordinária de segunda-feira (7), pelo presidente da
Câmara Municipal de Caxias (CMC), vereador Teódulo Damasceno de Aragão (PP), o
legislativo promoveu na manhã desta terça-feira (8), no auditório da Casa do
Povo, um ciclo de palestras dentro do contexto da Campanha Novembro Azul, de
prevenção à saúde do homem, em consórcio com a Associação Maranhense de Apoio a
Sobreviventes de Queimadas (AMASQ) e a Sociedade Brasileira de Queimaduras
(SBQ), para destacar outro problema que, além do câncer de próstata, afeta
muito o público masculino maranhense e caxiense, dada a indisponibilidade de
atendimento especializado: as queimaduras pelo corpo.
Com
o auditório da CMC repleto de servidores, estudantes, profissionais de
enfermagem, militares e membros voluntários da AMASQ e SBQ, o evento foi
prestigiado, dentre outras personalidades, pelo comandante do 2º Batalhão da
Polícia Militar do Maranhão, tenente-coronel Ricardo Almeida, o secretário
municipal de Meio Ambiente e Defesa Civil, Aderbal Malheiros França Neto, os
vereadores Júnior Barros (PMN), que representou o presidente, Ricardo Rodrigues
(PT), presidente da Comissão de Saúde da CMC, e Gardênia Evangelista (PV), além
de técnicos das próprias entidades que iriam discorrer palestras sobre o tema.
O
vereador Júnior Barros agradeceu o comparecimento dos presentes em nome do
presidente Teódulo Aragão, e reforçou que o legislativo está comprometido a
lutar em todas as áreas para que Caxias possa oferecer um atendimento de saúde
de qualidade no município, não só especificamente aos homens, mas a toda a
população.
A
vereadora Gardênia, por sua vez, enalteceu o comprometimento dos muitos
voluntários e voluntárias que integram a AMASQ e a SBQ, reconhecendo que é um
pessoal guerreiro e que realiza um trabalho digno de elogios, face ao
devotamento a que se entregam para mitigar as dificuldades e as dores de seus
semelhantes, no caso, os sobreviventes com queimaduras.
Já
o vereador Ricardo Rodrigues, destacou que a sua comissão na Casa atua em
defesa a todas as necessidades de saúde, no município, enfatizando que, assim como
as demais campanhas relacionadas a saúde, ao longo do ano, a Novembro Azul, em
prol dos homens, não pode se restringir apenas ao que está definido em
calendário, mas pelos 365 dias de cada ano, ininterruptamente.
O
comandante do 2º BPM-MA colocou à disposição da AMASQ e da SBQ todo o aparato
médico da sua unidade, a fim de ajudar no que for preciso as operações
envolvendo pessoas queimadas na área de atuação da corporação militar,
inclusive durante o trabalho que as entidades costumam realizar em junho,
quando é dado mais ênfase à problemática das pessoas que foram vitimadas por
queimaduras.
A
presidente da AMASQ de Caxias, advogada Andréa Barbosa, falando na oportunidade
e pedindo apoio ao legislativo e ao executivo do município para fortalecerem a
causa, lembrou que o trabalho de assistência voluntária a queimados no estado
começou com a situação vivenciada por um jovem maranhense, Daniel Moraes, que
sofreu queimaduras em mais de 60% do corpo em Caxias, no ano de 2017, ao
socorrer a mãe enferma de um vazamento e consequente explosão de gás de cozinha
na residência em que a mesma se encontrava.
Apresentando
presencialmente à plateia duas pessoas de Caxias que já se recuperaram de
grandes queimaduras com a ajuda da associação, Andréa Barbosa explicou que o
Maranhão ainda não possui um Centro de Tratamento de Queimaduras (CQT), e que
por essa razão Daniel foi transferido para o estado de Goiás. Segundo ela, ao
todo, foram dois anos de tratamento do jovem até a sua alta hospitalar e
ambulatorial, mas ele segue ainda em tratamento na fase cicatricial.
Ela
enfatizou que, assim como ele, milhares de caxienses (cerca de 60 mil, sendo
mais de 40 mil homens) que sofreram queimaduras perigosas não receberam
tratamento especializado no Maranhão, necessitando de transferência para outros
estados onde existem CQTs, e quando não, são liberados para casa com feridas
ainda por fechar e orientados a fazer, eles mesmos, os curativos em casa, razão
porque necessitam de suporte material e emocional para a completa reabilitação.
A
presidente da AMASQ, informando que já está expondo a situação a diversos
órgãos públicos, a exemplo do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do
Adolescente do Maranhão, insiste que o apoio dos gestores e da classe política
será muito importante para que o estado possa dispor logo de uma infraestrutura
adequada para tratar queimados no Maranhão, em vez de enviá-los para outras
regiões, onde tudo fica mais difícil para o paciente, sem falar nas despesas
vultosas do tratamento.
A dirigente, que é membro
da Comissão de Saúde da OAB/MA, se fez acompanhar, na ocasião, da advogada
Linda Amorim, também diretora da ONG e vice-presidente da Comissão de Educação
da OAB/PI (fez exposição sobre a atuação da AMASQ). E elencou para a palestra o
presidente regional da SBQ/MA, o cirurgião plástico Antônio Luiz M. Júnior, o
diretor secretário regional da SBQ/MA, o fisioterapeuta Emigdio Coutinho, a
nutricionista Plícia Leal, a fisioterapeuta Kelly Pereira, a psicóloga Brenda
Stefany e a cirurgiã e traumatóloga bucomaxilofacial Bruna Liguori. (Ascom/CMC)