Depois da rasteira
dada em Márcio Honaiser em Caxias, grupo Coutinho dá todos os sinais de que a
próxima vítima será o governador Flávio Dino
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Conto
do vigário - Acompanhado da primeira-dama Cláudia Coutinho, da deputada Cleide
e do ex-vereador Ironaldo, audiência com Ferdinando no Palácio dos Leões neste
ano pareceu ser uma demonstração clara de que a turma está inserida nos planos
de Dino para 2022 |
Considerado
até o início deste ano como um valoroso soldado do projeto “Weverton Rocha
governador”, o prefeito de Matões, Ferdinando Coutinho (DEM), tomou uma estratégica
distância do senador pedetista na claridade dos holofotes, mas tudo tem cara de ser só migué.
Irmão
do saudoso Humberto Coutinho, Ferdinando é considerado por alguns, embora sem o
mesmo poder político e capacidade de persuasão do falecido deputado, como
herdeiro de parte do seu espólio eleitoral.
Demonstrando
aos correligionários, pelo menos até o ano passado, uma certa aversão a Flávio
Dino, Ferdinando não engolia o fato de não ser um frequentador assíduo do Palácio dos Leões. Além de não ser recebido nos Leões como uma importante liderança do Maranhão, o prefeito
matoense via ao mesmo tempo seus adversários locais serem figuras de proa no
governo, onde o ex-prefeito Rubens Pereira e seu filho, Rubens Júnior, estão no
1º escalão do poder estadual.
Sabendo
que o ressentimento de Ferdinando era por conta de uma visita ao Palácio dos
Leões, Flávio Dino o recebeu em agosto deste ano e tratou de obras no
município. As tradicionais fotos do encontro foram divulgadas nos canais oficiais
do governo e em diversos sites de notícias. Após esse primeiro encontro
palaciano, as arestas entre Dino e Ferdinando passaram a dar todas as
evidências que haviam acabado.
Com
uma visita de Flávio Dino a cidade de Matões ainda em agosto, onde foram
anunciadas a distribuição de mais de 8 mil cestas básicas do Programa Comida na
Mesa, entrega de ambulância, kits esportivos, equipamentos do Programa Mais
Renda e mais 6 quilômetros de asfalto no município, deixaram o prefeito
Ferdinando em estado de graça e consolidou, ou pelo menos pareceu ter
consolidado, a velha parceria entre Flávio e o grupo Coutinho. “O nosso
governador trouxe muitas alegrias para nosso município, realizando obras e
anunciando mais melhorias. Estamos com a cidade toda asfaltada e interligada
com outros municípios e, na educação, temos o melhor cenário em anos. Escolas
equipadas, novas e realmente dignas”, destacou o prefeito na oportunidade.
Pois
bem, após o cafuné certeiro de Flávio Dino em Ferdinando, nunca mais se ouviu o
prefeito matoense criticando o mesmo ou se expondo na frente das câmeras com a
pré-candidatura de Weverton Rocha ao governo, o que levava a crer que o projeto
pedetista em Matões tinha ido pras calendas gregas. Parecia...
Numa
jogada milimetricamente calculada, até mesmo o evento realizado em Imperatriz,
para oficializar o projeto do pedetista rumo a 2022, Ferdinando não deu as
caras e muito menos enviou um representante.
Pronto.
O aparente chega pra lá em Weverton Rocha deu ares de que o líder matoense
estava inserido no projeto de Dino para a sua sucessão. Ledo engano. A distância
para Weverton não veio acompanhada com a esperada aproximação com o
vice-governador Carlos Brandão. Apenas Cleide Coutinho, que já está em processo
de passagem do bastão para Cláudia Coutinho, ainda dá declarações rumo a
Brandão, o que no jogo político é o mesmo que nada, haja vista que a mesma está
deixando a política.
Paralelo
ao silêncio de Ferdinando sobre Weverton Rocha, seus correligionários em Caxias
estão serelepes na divulgação da candidatura do pedetista ao governo.
A
frente do projeto pedetista em Caxias estão o ex-vereador Ironaldo Alencar e o
genro de Ferdinando Coutinho, que é vereador na cidade.
Embora
o genro do prefeito de Matões seja do baixo clero na Câmara Municipal e
insignificante no jogo político da cidade, sua ligação escancarada com Weverton
Rocha mostra claramente os rumos do grupo.
Talvez
por inexperiência, o deputado e secretário estadual Márcio Honaiser levou uma
rasteira inesquecível dessa turma da princesa do sertão, quando gastou muita energia
no apoio ao grupo oposicionista em 2020 e hoje chora o leite derramado.
Flávio
Dino tem na rasteira do seu secretário um exemplo de como age o que sobrou do grupo
Coutinho e que aquela história de manutenção da palavra morreu junto com o
saudoso deputado Humberto.
O
grupo Coutinho ocupa praticamente todos os cargos do governo do estado em
Caxias, numa injusta divisão de poder político no município.
Abre
o olho com essa turma, governador!!!