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Valdecy
Urquiza será o primeiro cidadão de um país em desenvolvimento a liderar a
Interpol; atualmente, brasileiro é titular da vice-presidência para as Américas
da entidade |
O
delegado da Polícia Federal (PF) Valdecy Urquiza foi confirmado
nesta terça-feira, 5, como o novo secretário-geral da Interpol. O Comitê
Executivo da organização, que reúne corporações policiais de 196
países, elegeu Urquiza para o posto em junho. Nesta terça, durante a
Assembleia Geral da entidade, realizada em Glasgow, na Escócia, o nome do
brasileiro foi confirmado para o cargo.
É
o primeiro brasileiro a chegar ao cargo mais alto da maior organização policial
do mundo. Ao longo de seus 101 anos de história, a instituição teve oito
secretários-gerais: um austríaco, quatro franceses, um britânico, um alemão e
um norte-americano. O brasileiro será o primeiro cidadão de um país em
desenvolvimento a chefiar o órgão. Quem deixa o cargo é o alemão Jürgen Stock,
que assumiu o posto em 2014.
O
delegado da PF assumirá o posto em 2025. O mandato é de cinco anos,
prorrogáveis por mais cinco. Atualmente, Urquiza é vice-presidente para as
Américas da Interpol. Será a primeira vez em mais de cem anos que a organização
será chefiada por um cidadão natural de um país em desenvolvimento, como o
Brasil.
O
objetivo da Interpol é auxiliar a cooperação entre polícias globais. O corpo
executivo da instituição é formado por mais de 1.000 profissionais.
Nascido
em São Luís, no Maranhão, e filho de um bacharel em direito, Urquiza graduou-se
no mesmo curso em Fortaleza e ingressou na PF em 2004 por concurso. Em 2007, de
volta a São Luís, iniciou as atividades na corporação à frente da delegacia de
crimes ambientais.
Ao
longo da carreira, assumiu cargos estratégicos da corporação brasileira, como a
Diretoria de Tecnologia da Informação e a Divisão de Cooperação Policial
Internacional. Também já assumiu funções estratégicas na Interpol, coordenando
operações contra o tráfico de seres humanos, e a exploração sexual de crianças
na internet.
Urquiza
é maranhense e atua na Polícia Federal há quase 20 anos. Ele é formado em
direito pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR), tem especialização em Energia,
Meio Ambiente e Recursos Naturais pela PUC-SP, e passagens acadêmicas pela
Agência Japonesa de Cooperação Internacional (Jica), em Tóquio, e pela
Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos, onde estudou Justiça Criminal e
Ciências Políticas.
Ele
começou a carreira como analista na Caixa Econômica Federal em 2000. Em 2007,
passou a atuar junto a Polícia Federal como Encarregado de Polícia e em sete
anos se tornou Líder de Assuntos Internacionais da corporação.
A
atuação dele na Interpol começou em 2015. Ele assumiu o cargo de Líder da
Central Nacional da corporação no Brasil e, em 2021, se tornou o
Vice-Presidente para as Américas — mesmo ano em que voltou a atuar, ao mesmo
tempo, na Polícia Federal como Líder de Cooperação Legal Internacional.
Fundada
em 1923, a Interpol está sediada em Lyon, na França. É uma organização
intergovernamental que conta com 196 países-membros, coordenando as redes de
policiais e especialistas em diferentes categorias de crimes.
Uma das principais
ferramentas à disposição da Interpol para combater o crime internacional é a
emissão de alertas para comunicar informações sobre crimes e criminosos. O mais
poderoso é o chamado alerta vermelho, que é o mais perto que existe de uma
ordem de busca internacional.