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Marconi
Gonçalves, que acusou empresário caxiense de ter lhe oferecido propina, teve
passagem relâmpago pelo Incra-MA colocada sob suspeição |
O
ex-superintendente do Incra-MA, Marconi Gonçalves, autor da denúncia de oferta
de propina para manutenção de projetos para construção de casas enquanto ocupou
a chefia do órgão, não recebeu apoio da direção nacional acerca de suas
denúncias. Pelo contrário. Marconi teve sua passagem pelo Incra do MA colocada
em suspeição pela direção nacional da entidade.
“Em
janeiro de 2022, o Gabinete da Presidência do Incra recebeu denúncia de
supostas irregularidades no âmbito da Superintendência Regional no Maranhão, na
gestão do então superintendente, colocando em suspeição a conduta do ex-gestor”,
diz trecho da nota oficial divulgada pelo Incra.
Na
manifestação da entidade, ao tomar conhecimento da suposta oferta de propina, o
caso foi imediatamente encaminhado à corregedoria “para apuração e adoção das
medidas cabíveis”.
A
nota do Incra põe em suspeição a passagem relâmpago de Gonçalves pelo órgão no
MA, pois nos 2 meses em que ocupou o cargo, a direção nacional recebeu denúncias
de supostas irregularidades no âmbito da Superintendência Regional do Maranhão, “colocando em suspeição” a sua conduta nesse curto período. “Os
supostos fatos indicados na denúncia coincidem com os fatos narrados na
matéria, somente com situação inversa à apontada na matéria”, diz a manifestação
oficial do Incra em resposta as denúncias feitas pelo ex-chefe no Maranhão.
O
empresário Pablo Said entrou em contato com o titular do blog para prestar
esclarecimentos e negou a oferta de propina. “É desprovido de qualquer
fundamento”, comentou Pablo sobre a denúncia de Marconi Gonçalves. “Ele caiu
atirando”, diz o empresário que citou a manifestação da direção nacional do
Incra como indicativo da falta de credibilidade do ex-chefe do órgão no MA.
Além
da direção do órgão não ter corroborado com qualquer atitude que desabone a
figura do empresário caxiense, o diretor da Conaf - Confederação Nacional da
Agricultura Familiar do Brasil, Gedir Santos Ferreira, que é signatário dos
acordos de cooperação com o Incra, confirmou que Said ficou encarregado das
obras no MA, mas enfatizou que acredita “plenamente” na inocência dele.
Leia baixo a nota do
INCRA sobre o caso:
Nota oficial sobre a denúncia de ex-gestor
Acerca dos supostos
fatos citados na matéria "Ex-superintendente do Incra diz que recebeu
oferta de propina de lobista", publicada pelo jornal O Globo, em
05/04/2022, o Incra presta os seguintes esclarecimentos:
1) O
ex-superintendente do Incra no Maranhão, Marconi Gonçalves, esteve na Sede da
autarquia, dia 18/11/2021, para tomar posse no cargo e receber as orientações
para gestão. É praxe da direção trazer os novos superintendentes para receberem
as diretrizes da autarquia no que se refere aos objetivos e metas
institucionais.
2) Em janeiro de
2022, o Gabinete da Presidência do Incra recebeu denúncia de supostas irregularidades
no âmbito da Superintendência Regional no Maranhão, na gestão do então
superintendente, colocando em suspeição a conduta do ex-gestor. Os supostos
fatos indicados na denúncia coincidem com os fatos narrados na matéria, somente
com situação inversa à apontada na matéria.
3) Em 25/01/2022, a
denúncia foi encaminhada à Corregedoria-Geral do Incra para apuração dos fatos
relatados e adoção das medidas cabíveis.
Na Corregedoria-Geral
do Incra, abriu-se um procedimento apuratório, que se encontra em andamento,
visando à apuração dos fatos. Se durante a apuração é identificada a possível
prática de crime, a própria unidade correcional, que é vinculada à
Controladoria-Geral da União (CGU), já promove o encaminhamento da denúncia,
junto com o resultado da apuração, ao Ministério Público Federal e à Polícia
Federal.
4) Em paralelo, e por
motivo de cautela e zelo com a Administração Pública, a Presidência da
Autarquia solicitou ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento o
afastamento do então superintendente, enquanto estivessem em curso as apurações
necessárias. O pedido foi prontamente atendido, com a publicação de sua
exoneração por meio da Portaria nº 33, de 26 de janeiro de 2022, no Diário
Oficial da União do dia seguinte.
5) O Presidente do
Incra e o Diretor de Desenvolvimento e Consolidação de Projetos de
Assentamentos não têm relação pessoal com o citado Pablo Said. Não houve
encontro arranjado ou qualquer direcionamento no sentido de induzir o senhor
Marconi a realizar quaisquer tratativas fora do estritamente legal com quem
quer que seja.
6) A matéria indica
que o ex-superintendente relatou o caso à Polícia Federal somente em fevereiro;
entretanto, no mês anterior o caso já era de conhecimento da Superintendência
da Polícia Federal no Maranhão e do Incra Sede, e já estava em apuração.
Em nenhum momento o
senhor Marconi informou à Presidência do Incra, informal ou formalmente, sobre
a tal abordagem que teria sofrido em novembro de 2021, propondo atuação à
margem da lei, na sede da Autarquia. Mesmo tendo tido oportunidade para
fazê-lo, como durante os três dias do Encontro Nacional dos Superintendentes do
Incra, realizado em dezembro em Palmas (TO), não comunicou o fato à direção
nacional.
7) Por fim, essas são
as informações julgadas pertinentes pela Autarquia, que prima pela
transparência de seus atos e pela ética na atuação de seus agentes.