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Eleição
de 2024 em Caxias teve os personagens da imagem como o centro dos debates |
Não
se pode dizer que a candidatura oposicionista em Caxias não teve lá seus
méritos na dura refrega eleitoral de 2024. A candidatura de Paulo Marinho
Júnior mostrou-se competitiva até a apuração da última urna.
Meses
antes do pleito muitos viam que a eleição de PMJ eram favas contadas,
constatação amparada por pesquisas de ambos os lados até pelos menos 25 dias
antes do pleito.
Apesar
do favoritismo inicial, a oposição, e até mesmo muitos governistas, não se
deram conta da resiliência do prefeito Fábio Gentil e da capacidade do sobrinho
Gentil Neto que, dia após dia, conseguia adquirir maturidade e transmitia aos
eleitores a segurança de que poderia gerir os destinos dos caxienses, cujo
conjunto de fatores serviu para melhorar os índices das pesquisas pró-GN
conforme se aproximava a data do pleito.
GIGANTE - Coube ao suplente
de deputado Catulé Júnior o papel de estrategista da candidatura oposicionista.
Até mesmo o ex-prefeito Paulo Marinho foi afastado do comando da campanha, o
que de fato ajudou muito, uma vez que o mesmo é detentor de uma rejeição
estratosférica e, caso resolvesse aparecer, tinha poder de enterrar as
pretensões do filho logo na largada.
A
costura da chapa contra Gentil Neto, com nomes relevantes no atual cenário em
Caxias, também teve em Catulé Júnior um dos seus maiores organizadores, mas
cuja configuração dificilmente se repetirá em outras eleições.
Viu-se
o dedo de CJ em praticamente todos os atos importantes da campanha
do candidato bolsonarista no município, sendo que o mesmo vez ou outra
emprestava sua voz para esclarecer, de forma bastante assertiva, momentos
tensos da campanha e que serviam para dar um norte ao grupo. O baixinho saiu
gigante dessa campanha, o que lhe projeta cada vez mais na política caxiense.
INCANSÁVEL - Nos meses que
antecederam a eleição, o prefeito Fábio Gentil não se ausentou da cidade. Fez
política 24 horas por dia de olho na vitória do sobrinho. Não havia liderança,
por menor que fosse, que FG não procurasse para compor seu grupo.
Um
capítulo a parte nessa saga de Fábio Gentil em fortalecer seu grupo está a
aliança com a família Coutinho. A ex-deputada Cleide, viúva do saudoso Humberto
Coutinho foi, durante alguns dias, a candidata a vice-prefeita de Gentil Neto,
mas por motivos de saúde, abdicou da missão e deu lugar para o engenheiro
Eugênio Coutinho, tudo sob as bênçãos do prefeito de Matões, Ferdinando, que
hoje é a bússola política da família, um indicativo forte para o eleitorado de
que os dois maiores grupos políticos da cidade formavam a candidatura
governista para continuar comandando o Palácio da Cidade. A incessante articulação
do prefeito Fábio, obviamente, foi bastante exitosa.
LULA EM CAXIAS – Numa articulação
com o ministro dos Esportes André Fufuca, Fábio Gentil conseguiu a manifestação
do presidente Lula em 2 vídeos pedindo voto para Gentil Neto em Caxias. O
pedido de Lula, que obteve mais de 70% dos votos na cidade em 2022, foi um
apoio considerável na reta final da campanha de GN.
O FIASCO DOS FIASCOS - Acirrada até na
fase final, coube ao vereador Daniel Barros um papel crucial nas eleições 2024
em Caxias. O autointitulado ‘fiscal do povo’ aumentou o temor da população em
mudar de rota e optar por PMJ ao protagonizar pelo menos duas situações de
destaque que assustaram os caxienses.
Cerca
de uma semana antes das eleições, um vídeo, publicado na página do próprio
vereador Daniel Barros no Instagram, onde ele avança sobre um funcionário nos
corredores da Maternidade Carmosina Coutinho aos gritos trouxe o inverso do que
esperava o autor daquele espetáculo de horror. Aquilo provocou repulsa e
indignação da sociedade caxiense que viu na cena a sua total incapacidade de novamente
vir a fazer parte de uma administração na cidade, o que refletiu fortemente em
Paulo Marinho Júnior.
Como
se não fosse pouco, no dia da eleição Daniel Barros agride o advogado Breno
Leitão no interior de uma seção eleitoral sem nenhuma justificativa, uma vez
que todos em Caxias sabem da boa índole do agredido, o que certamente aumentou
o temor contra o agressor e de tudo que ele representava.
Com
correligionários próximos batendo no peito que DB poderia ter até 5 mil votos
para vereador, o moço teve que se contentar com uma votação pífia diante do
resultado esperado (apenas 1.850 votos) e não ficou nem entre os 3 primeiros colocados, o respeitado "pelotão de frente".
Os
rumores de que Barros seria secretário de Educação num hipotético governo PMJ
revoltou a classe educacional do município, o que serviu para assustar ainda
mais os caxienses.
Num
paralelo com as ações do estridente vereador no dia da votação, nas eleições
presidenciais de 2022, a ação violenta da deputada Carla Zambelli pelas ruas de
São Paulo, com arma em punho correndo atrás de um jornalista, foi tida como
fundamental para aumentar a rejeição a Jair Bolsonaro, bem como o episódio
ocorrido dias antes, quando o ex-deputado Roberto Jefferson recebeu agentes da
Policia Federal a tiros em frente a sua casa no interior do Rio de Janeiro.
Daniel Barros pode ter protagonizado em Caxias a mesma repulsa atribuída a
Carla Zambelli e a Roberto Jefferson em 2022, o que certamente o coloca como
peça importante para explicar a derrota oposicionista na princesa do sertão.
A
coleção de fracassos do autointitulado ‘fiscal’ merece uma reflexão dos membros
da oposição para que não caiam em fantasias das redes sociais no futuro.
Se
por uma lado tiveram sucesso em esconder o ex-prefeito Paulo Marinho das ações
da campanha, pecaram, mesmo que inconscientemente, em acreditar nas dezenas de
milhares de seguidores da página de Barros na internet, a grande maioria de outros países, e
deram para o rapaz a indicação da candidata a vice-prefeita, que pouco ou nada
agregou no volume da campanha oposicionista. A exposição excessiva de Daniel
Barros ao lado de Paulo Marinho Júnior em grande parte da campanha trouxe toda sua
rejeição ao candidato do PL.
Acreditar
que os vídeos do ‘fiscal’, e que todo aquele arroubo que o mesmo ostentava em
prédios públicos fossem resultar em reconhecimento da população, foi um erro
colossal, pois os votos recebidos mostraram que os caxienses viam a performance
de Barros na cidade como ela realmente era: antipática e arrogante que serviram
como cabo eleitoral as avessas de PMJ.
JOSIMAR DE
MARANHÃOZINHO
– Numa cidade de tradição histórica e politica como Caxias, chegou a assustar
os mais sensatos a forma desbragada como os opositores de Fábio Gentil
trouxeram um polêmico deputado federal, enrolado até o pescoço em investigações
da Polícia Federal, e o exibiram como um grande líder e um troféu em palanques
e carreatas. Não fizeram a análise correta em tentar empurrar para os caxienses
uma figura tão indigesta aos olhos de nossa sociedade.
MARKETING – A estratégia de
marketing do candidato Gentil Neto, que soube explorar e relembrar todas as
mazelas da família Marinho em Caxias, onde o histórico de problemas nas suas
empresas e as consequências para funcionários e alunos da FAI (Faculdade Vale
do Itapecuru), foi massificada praticamente todos os dias da campanha, tornando
impossível para o eleitor não fazer uma reflexão se era aquilo que queriam para
a cidade.
As
ações que levaram a vitória de Gentil Neto e a derrota de Paulo Marinho Júnior
são claras e bastante óbvias, no que chega a ser hilário o choro dos
derrotados, que procuram lançar as teses mais absurdas para justificar os
motivos do insucesso.
Aqui
e ali vê-se nos grupos de whatsApp que tem gente revoltada com o resultado das
eleições e que podem protestar e até acampar em frente ao Tiro de Guerra e
Polícia Federal esperando 72 horas para que algo aconteça, o que ninguém tem a
menor ideia do que seja, ou rezando para pneu, como já tem alguns se
movimentando para isso.
Depois
reclamam que o candidato do partido de Jair Bolsonaro em Caxias foi associado a
Jair Bolsonaro durante a campanha.
Difícil
entender o choro de perdedor...