Em
entrevista ao jornal O Globo, o ministro do Esporte, André Fufuca, afirmou que
apoiará a reeleição do presidente Lula, independente do PP apoiar outro nome, e
disse que haverá consenso na escolha do nome que sucederá Arthur Lira (PP-AL)
no comando da Câmara em fevereiro de 2025.
Há
dez meses no comando do ministério do Esporte, com a bênção de Lira e do
senador Ciro Nogueira (PP-PI), Fufuca reconhece a dificuldade de o seu partido
em entregar votos favoráveis ao governo em pautas de costumes e atribui as
vitórias do Planalto no Congresso à articulação do presidente da Câmara.
O senhor esperava
entregar até 80% dos votos da bancada do PP, mas o governo sofreu derrotas no
Congresso com a participação do partido, como no caso da “saidinha” temporária
de presos. Isso causa constrangimento?
Não,
porque o PP sempre se doou nas suas responsabilidades. O partido entregou 38
votos a favor e apenas 11 contrários na Reforma Tributária e tem votado a favor
nas matérias importantes para o governo. Não é correto avaliar um partido por
uma votação específica, ainda mais uma votação que era pauta de costume, como a
da saidinha, que foi muito criticada.
Qual a dificuldade de
mobilizar a bancada em outras pautas além das econômicas, que aglutinam os
interesses de diferentes partidos?
Na
pauta de costume, qualquer governo vai ter dificuldade. Se tiver um governo com
99% de aprovação, vai ter dificuldade em pauta de costume. Não dá para avaliar
uma base política, consolidada no Congresso, em cima de pauta de costume.
O
senhor integra o governo Lula e apoia a reeleição do presidente. Se o PP apoiar
Bolsonaro, vai sair do partido ou vai sair do governo?
O
meu apoio em 2026 será ao presidente Lula. Já falei várias vezes. O partido tem
seu posicionamento, e eu tenho o meu posicionamento pessoal, que é de apoio ao
presidente Lula. Eu vou votarei no presidente Lula. A não ser que ele não
queira meu voto.
Quando assumiu o
ministério, o senhor
falou que pretendia aproximar o senador Ciro Nogueira (PP-PI) do governo Lula,
mas ele continua sendo um crítico da gestão do presidente. Por que essa
tentativa não deu certo?
Costumo
respeitar o posicionamento pessoal de cada um. Não pude fazer essa aproximação,
mas bola para frente.
Dificulta a
articulação política do governo ser comandada por um ministro (Alexandre
Padilha) que não fala com o presidente da Câmara?
Acho
que não, até porque o Arthur ajuda muito o governo na parte da articulação.
Tenha a certeza de que grande parte das votações avançaram e foram aprovadas
graças à articulação do Arthur Lira.
Qual candidato o
senhor vai apoiar na sucessão da Câmara?
Quem
o presidente Arthur (Lira) apoiar e o partido apoiar será o meu candidato.
O governo Lula vai
apoiar candidato de Lira à sucessão da Câmara?
Acho
que eles vão entrar num acordo. Vão se entender. Não tem por que ter
divergência em relação a isso. Estamos ao lado de um dos grandes políticos do
Congresso Nacional nos últimos tempos e ao lado também do presidente Lula, que é
um Pelé na política. Não há o porquê de haver divergência, e eu acredito que o
governo e o Legislativo vão se unir em relação a apoiar apenas um nome. Não
vejo clima nem por que esse tipo de cisão na relação entre os dois. Acho que o
candidato de um vai ser do outro. Não há lógica racional para ter qualquer
briga em relação à sucessão da Câmara.
Desde que assumiu o
ministério até abril deste ano, 24 municípios
piauienses assinaram convênios para academias ao ar livre e campos de futebol e
71% dos prefeitos beneficiados são do PP. O senhor tem priorizado o
Piauí, estado do Ciro Nogueira, o seu padrinho político?
De forma nenhuma. Se
for fazer uma avaliação numérica, há estados que fizeram muito mais convênio do
que o Piauí e nem por isso há qualquer interpelação em relação a esses estados.
Dizer que foi feito convênio em um estado em detrimento de outro é equivocado.
De forma alguma que o ministério vem adotando uma postura positivista em
relação a um estado em detrimento de outro.