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Governistas estão pintando
o melhor dos mundos
na administração municipal
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Na abertura dos trabalhos legislativos
ocorrido nesta segunda-feira, 23, os vereadores caxienses deram o tom de como
serão os embates neste ano pré-eleitoral.
Os situacionistas, que antes da posse de
Flávio Dino no governo do Maranhão não enxergavam problemas administrativos na
gestão Léo Coutinho, aproveitaram os primeiros dias das parcerias entre o
município e o novo governo para afirmarem categoricamente que o governo Léo
Coutinho é o melhor do estado.
“Parabenizo o deputado Humberto Coutinho, o
governador Flávio Dino, a ex-deputada Cleide Coutinho, autora da emenda que
garantiu o nosso carnaval, ao prefeito Léo Coutinho e a todos os assessores
pelas conquistas obtidas e pelo excelente carnaval”, declarou o
ultra-governista Jerônimo Ferreira servindo como abre alas do que estava por
vir da tropa de choque aliada do Palácio da Cidade.
Em mais uma prova de desprezo ao parlamento
caxiense, o prefeito Léo Coutinho não compareceu na abertura dos trabalhos
legislativos, sendo que coube ao vereador Antonio Luis Assunção ler a mensagem
enviada pelo mesmo à Câmara.
Num cenário das mil e umas maravilhas, o alcaide
elencou obras de 4 e até 5 anos feitas ainda na gestão de Humberto Coutinho,
tais como campos de futebol e ginásios poliesportivos como fazendo parte da sua
prestação de contas de 2014.
Até pintura de escola entrou na ‘prestação de
contas’ do jovem prefeito.
Mas coube ao vereador Catulé colocar a Casa
em ordem e dar um choque de realidade nos empolgados colegas da base de apoio
do prefeito.
Primeiro vereador da noite a usar a tribuna,
Catulé iniciou seu discurso fazendo uma avaliação do cenário nacional, com
inflação, escândalo na Petrobras, juros altos e lembrando que o povo foi às
ruas em 2013 cobrar seus direitos. Depois do preâmbulo nacional, Catulé trouxe
o assunto para nossa cidade e fez um relato preciso da situação por que passa a
atual administração.
“É público e notório que o município não vai
bem”, deu as boas vindas o oposicionista. “Nossa cidade está em âmbito
nacional na questão da saúde, onde a imprensa estadual e nacional mostram o infanticídio
que ocorre na nossa Maternidade”, abordou Catulé para em seguida
mostrar que falta sensibilidade ao inquilino do Palácio da Cidade. “Diante
desse quadro, assistimos agora a Prefeitura fazer uma grande festa de carnaval,
que eu não sou contra, mas quando passamos por tanta dificuldade, poderíamos fazer
uma festa menor, pois falta médico e assistimos esse infanticídio em nosso
município”, protestou o parlamentar que continuou duro na sua análise
sobre a administração coutinhiana.
Catulé estava numa noite inspirada e tocou na
ferida mais hemorrágica do governo municipal. “Não vamos esquecer que quem ganha
licitação nessa cidade são sempre os amigos do prefeito”, disparou o
parlamentar sem ser questionado uma única vez pela ampla maioria governista.
Para os governistas mais obedientes, Catulé
os magoou profundamente em seguida ao se estender nos comentários em relação ao
prefeito. “Temos um prefeito birrento, que faz desta Casa um quintal da Prefeitura
e age como um menino zangado quando é contrariado”, analisou o vereador
lembrando que assim que foi tomou posse, Léo Coutinho disse na tribuna da
Câmara que queria ser cobrado pelos vereadores, “mas nunca mais pisou neste
parlamento”.
No final do discurso o oposicionista lamentou
mais uma vez a deselegância do prefeito em não comparecer na Câmara e nem
mandar um secretário lhe representando.
Coube a vereadora Thais Coutinho ocupar a
tribuna e tentar fazer um contraponto ao discurso de Catulé.
Sem preparo e sem argumentos plausíveis,
Thais Coutinho iniciou sua tentativa de defesa do primo prefeito afirmando que “a
saúde de Caxias é a melhor do interior do Maranhão”. Como não poderia
deixar de ser, a platéia se dividiu entre atônitos e céticos em saber se ela
estava falando realmente sério ou estava gravando algum quadro de humor diante
das câmeras da TV do prefeito que estavas a postos na sessão desta segunda-feira.
Durante o dia, mais detalhes da primeira
sessão legislativa de 2015 que se iniciou como solene e terminou sendo uma
espécie de estopim do que virá de agora em diante no parlamento caxiense.