Com um presidente de Sindicato que não os
representa (pois suspeita-se que nem carteira de habilitação possui); com um
limite de vagas para explorar o serviço; com altos custos para padronização das
motocicletas e com um prefeito impopular no meio, o enredo estava preparado
para se transformar numa grande revolta de parte da categoria dos mototaxistas
que, pela lei aprovada pela maioria governista na Câmara, estava anunciada que
iria acontecer, como de fato aconteceu nesta segunda-feira, 11.
Estima-se em pelo menos 3 mil mototaxistas excluídos
do número estipulado pelo governo Léo Coutinho para explorar o serviço de transporte
de passageiros em Caxias.
E foram esses excluídos, que agora estão
sujeitos aos rigores da lei da categoria, que prevê pesadas multas e apreensão
dos veículos que não estiverem devidamente enquadrados nas normas do texto sancionada
por Léo Coutinho, que fizeram um grande buzinaço nesta segunda-feira, 11, que
culminou com a ‘invasão’ da Câmara Municipal minutos antes do início da sessão
ordinária.
Dentro do prédio, os mototaxistas faziam um “corredor
polonês” para recepcionar os vereadores, sendo que os governistas recebiam
fortes vaias, enquanto os oposicionistas eram aplaudidos efusivamente ao
passarem.
Na ante-sala do Plenário, com um pequeno
grupo de vereadores e alguns mototaxistas, foi ensaiada uma tentativa de
restringir o encontro com a categoria e transformá-lo numa reunião a portas
fechadas.
Momento que Ana Lúcia
Ximenes ‘cede’ a cadeira para Paulo Simão
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Vendo o clima esquentar, e temendo o pior, a
presidente Ana Lúcia Ximenes convocou reforço da Guarda Municipal, bem como da
Polícia Militar para garantir a integridade dos presentes.
Quando tudo caminhava para uma reunião entre
4 paredes, sem a presença da imprensa e do barulhento e insatisfeito público de
mototaxistas, eis que o vereador Catulé, que se recuperava de um acidente,
chega no prédio e, por se tratar de um caso excepcional, organiza uma sessão
ordinária com a presença da categoria dos mototaxistas junto com os vereadores.
Oposicionistas apoiaram
protesto dos mototaxistas
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Atônita com a situação, e farejando cheiro de
queimado no ar, a presidente Ana Lúcia Ximenes, rapidamente, transforma a
sessão numa audiência pública, colocando o vereador Paulo Simão, que é
presidente da Comissão de Transportes, para descascar o indigesto pepino que se
transformou a revolta dos trabalhadores excluídos pelo governo Léo Coutinho.
Sempre que é questionada por algum
parlamentar de oposição sobre a regularidade de algum ato na Câmara, a
presidente Ana Lúcia saca da bolsa o Regimento Interno para justificar suas
posições.
Fábio Gentil defende mudança na lei para que toda a categoria seja beneficiada |
Bem, caso ela olhe com atenção, transformar
uma sessão ordinária em audiência pública, onde Paulo Simão foi empurrado para
resolver algo que ele não foi convocado, a presidente foi contra as normas do
Regimento que ela tanto prega, pois não se atentou que uma audiência pública
deve ser convocado com o mínimo de 72 horas.
Nas argumentações dos vereadores oposicionistas,
as críticas ao prefeito Léo Coutinho foram abundantes.
Entre os governistas, o destaque foram as
vaias dirigidas ao vereador Luis Lacerda, que também foi xingado pelo público.
Na sua fala, Catulé conclamou os mototaxistas
para manterem a trincheira de luta e continuarem firmes nos protestos.
“Toda categoria só é ouvida nos protestos”,
disse catulé citando o caso dos bancários, “que fazem greve, pedem 50% de reajuste
e sempre conseguem algum benefício”.
Catulé alertou ainda que a lei aprovada, “pode
ser mudada por esta Casa, pois para isso basta o povo pressionar”.
Fábio Gentil também foi outra voz a defender
a categoria, lembrando que são milhares de pais de família, “que
não podem perder o pão de cada dia”. “A Prefeitura tem milhões para
fazer troca de canos, para carnaval, para eventos de todo tipo e não tem para
subsidiar benefícios para vocês?”, questionou o vereador sendo ovacionado
na Câmara. “Precisamos de dois terços dos membros desta Casa para derrubarmos essa
lei e fazermos outra ouvindo toda a categoria”, finalizou Fábio.
Taniery Cantalice, que no ano passado puxou o
debate sobre a aprovação da lei dos mototaxistas, também ficou ao lado dos manifestantes,
bem como Benvinda Almeida, que sempre se mostrou contrária a alguns pontos da
lei aprovada ainda no ano passado e que acabou por criar toda essa celeuma.
Entre os mototaxistas que participaram da
sessão, as manifestações basearam-se na falta de representatividade do
Sindicato da categoria, bem como a discussão da lei aprovada e os custos da
padronização dos veículos, que terão que ser pintados de amarelo, e com isso
perderão valor de revenda.
Com o clima já pegando fogo, e vendo que uma
solução teria que ser tomada devido ao grau de insatisfação daqueles pais de
família temerosos em perder o seu ganha pão, o vereador Paulo Simão declarou
que irá levar até o prefeito um pedido para paralisar a aplicação da lei nos
moldes que ela foi criada, bem como deu o prazo de 1 semana para apresentar aos
mototaxistas um veredito sobre o imbróglio.
Por sua vez, os mototaxistas deixaram o
prédio da Câmara Municipal prometendo mais protestos caso não tenham uma
solução para o problema.
Está chegando ao fim mais um ciclo politico em Caxias...Sabá é muita coincidência ou supertição mesmo, isso politicamente o que vem acontecendo na cidade na princesa do sertão "É A MALDIÇÃO DOS 12 ANOS"?...
Ass: Jovem Morador do Bairro