RIO - A Justiça Federal devolveu ao empresário Eike
Batista um piano e um carro Range Rover apreendidos pela Polícia Federal no
início de fevereiro. O instrumento e o automóvel estavam no condomínio onde
mora o juiz titular da 3ª Vara Federal Criminal do Rio, Flávio Roberto de
Souza.
O carro, que permanecia estacionado na garagem do edifício do juiz, na
Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, teve a guarda devolvida ao filho de Eike,
Thor Batista. Já o piano, que estava na casa de um vizinho de Souza no mesmo
condomínio, voltou para a casa do empresário. Mas, segundo Sérgio Bermudes,
advogado do ex-bilionário, o instrumento chegou com parte da tampa danificada.
Os bens foram entregues na noite de sexta-feira.
O piano danificado foi levado por uma transportadora, enquanto o Range
Rover chegou guiado por agentes da Polícia Federal. A decisão de tornar o
empresário fiel depositário dos bens apreendidos foi do juiz substituto da 3ª
Vara Federal, Vítor Barbosa Valpuesta.
Encarregado de dois processos que Eike responde na Justiça, o juiz
Flávio Roberto de Souza foi flagrado no último dia 24 ao volante do Porsche
Cayenne turbo placa DBB 0002 que pertencia ao empresário. Após uma intensa
polêmica sobre o uso dos bens apreendidos, a corregedora nacional de Justiça,
ministra Nancy Andrighi, determinou na última quinta-feira (26) que Souza
deixasse os processos ligados ao empresário por considerar um risco o "juiz
manter em sua posse patrimônio particular". No dia seguinte, Souza
encaminhou à Corregedoria Nacional um pedido de licença médica para se afastar
do cargo por 15 dias. O juiz substituto Vitor Valpuesta assumiu em seu lugar as
atividades da 3ª Vara Criminal.
Apesar da licença médica e da determinação da ministra, o julgamento
sobre o pedido de afastamento do juiz feito pela defesa de Eike está mantido na
pauta da próxima terça-feira da 2ª Turma Especializada do Tribunal Regional
Federal. Na sessão, os desembargadores definirão se anulam os atos praticados
por Souza na ação, incluindo a apreensão dos bens do empresário. (Fonte:
Estadão)
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