Após Justiça decretar ilegalidade da greve, guardas municipais voltam ao trabalho, mas a luta agora é contra as represálias

Após a decretação da ilegalidade da greve pelo TJ do Maranhão, em decisão monocrática do desembargador Jorge Rachid Maluf, os guardas municipais de Caxias voltaram ao trabalho sem obter nenhuma conquista constante da pauta de reivindicações do movimento paredista.

Como se não bastasse a ilegalidade do movimento grevista, que os guardas avaliam como uma decisão errônea do poder judiciário, haja vista que as alegações da Prefeitura de que o Sindicato da categoria não havia disponibilizado o contingente de 30% do efetivo trabalhando, outras conseqüências mais graves, do ponto de vista moral, estão em andamento.

A ameaça do corte de pontos dos grevistas, que pode penalizar injustamente a categoria, é real e é conversa recorrente nos bastidores do Palácio da Cidade.

Mas o leitor pode perguntar: “mas Sabá, se os guardas estavam em greve, não é justo terem descontadas as faltas pelos dias que não trabalharam?”

Explico.

Para que existissem as faltas dos guardas, é necessário que existisse a divulgação das escalas de serviço para só então essas faltas fossem apontadas pelo Comando, o que de fato não aconteceu.

Sentindo o cheiro de queimado no ar, o presidente do Sigmac, Saulo Coelho, registrou um Boletim de Ocorrência no plantão do 1o DP, no último dia 03 de dezembro, onde denuncia o comandante da GDM, Silvino Antonio Rocha Silva, de, “entre os dias 21 de novembro e 03 de dezembro, deixar de praticar ato de ofício, não publicando as escalas de serviço da Guarda Municipal, e que os funcionários da corporação, mesmo sem a publicação das escalas por quem de direito, estavam mantendo os 30% previsto na Lei de Greve”.

“Como podem descontar faltas nos guardas se não existia uma escala de serviço para que pudéssemos trabalhar e sem saber oficialmente quem deixou de comparecer ao serviço?”, questiona Saulo Coelho acrescentando que “isso é assédio moral, abuso de autoridade, além de não ser respeitada a Lei de Acesso à informação e de publicidade”.

É praticamente insustentável a permanência do atual comandante da Guarda Municipal no cargo, haja vista que sua rejeição entre os comandados beira a unanimidade.

São muitas as queixas que pesam contra Silvino Rocha, e isso está evidente em vários momentos do recente movimento paredista.

Quando da reintegração de posse do prédio da corporação, no momento que o oficial de justiça que trazia a ordem judicial para notificar os ocupantes da sede chegou ao local, acompanhado do comandante Silvino Rocha, todos os grevistas viraram-lhe as costas em sinal de repúdio.

Parafraseando o então deputado Roberto Jefferson quando do estouro do escândalo do mensalão:“Sai daí, Silvino, sai”.