Em Caxias, no povoado Cafundó, dezenas de alunos vão terminar o
ano letivo com um sonho não realizado: ver a escola onde eles estudam de cara
nova. A escola, da rede pública municipal, é de pau a pique. Uma estrutura de
estacas, barro e palha, sem banheiros.
"Eu queria que tivesse um pátio para jogar bola, um quadro
novo. Uma escola nova", disse o aluno João Lucas Oliveira da Silva, de
apenas 6 anos.
No local há apenas duas salas de aula dos estudantes do Ensino
Fundamental. A escola, que foi registrada pelo Ministério da Educação há 22
anos, fica situada às margens da rodovia estadual MA-349, a seis quilômetros do
município de Caxias, região leste maranhense.
Mas foi construída pelos próprios moradores da comunidade. Tem
paredes de barro e cobertura de palha. O piso é de chão batido. Até a lousa foi
emprestada dos vizinhos ao colégio. "Foram os próprios moradores mesmo que
construíram, que ajudaram. Eu vejo que eles podem aprender a escrever o nome,
mas, educar mesmo, direitinho, é difícil", contou José Antonio Furtado,
agricultor.
Até cobra já apareceu no local. Ao todo, são 23 estudantes. Essa é
a escola mais próxima da casa deles. Os pais e avós das crianças reclamam da
situação. "Meus netos só estudam lá porque é o jeito, porque é mais perto.
Para levar para Caxias fica longe e eu não tenho condição de levar",
reclama Rosa Maria dos Santos, avó de aluno.
Segundo os alunos, quando chove, são muitas goteiras no teto da
escola. Água, só do pote. Outra denúncia grave é que quando os alunos precisam
ir ao banheiro eles utilizam os fundos da escola. Para a maioria dos estudantes
do primeiro e quinto ano, essa não é a escola que eles sonharam para estudar.
A Secretaria de Educação de Caxias informou que a escola
funcionava em outro imóvel, mas o dono da propriedade resolveu derrubá-lo. Uma
outra pessoa cedeu parte do terreno para o funcionamento da escola.
A Secretaria informou que já enviou um projeto ao MEC para
construção de uma nova escola no povoado, com carteiras e equipamentos
necessários . Ainda segundo a Secretaria, não faltam livros e nem merenda
escolar. (Fonte: G1 Maranhão)
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