De O Estado
Documentos comprovam que está
havendo programa eleitoral pago e fora de época da pré-candidatura de Flávio
Dino, PCdoB, ao governo do Maranhão. A documentação mostra que estão sendo
contratadas veiculações em emissoras de rádio de São Luís e do interior do
estado para enaltecer o comunista e para desfazer a imagem do grupo adversário.
A conta desse crime eleitoral já pode ter passado de R$ 1 milhão. O PMDB
informou que deverá pedir na Justiça Eleitoral que a Polícia Federal investigue
o caso e quebre os sigilos bancários dos envolvidos para ver qual é a origem do
dinheiro que a Groove Records está utilizando para pagar a propaganda eleitoral
fora de época de Flávio Dino.
Segundo os documentos, a
autorização de veiculação sai de uma produtora de áudio que, neste caso, age
como se fosse uma agência de publicidade. A mídia descrita no documento é um
“programete” com o título “Maranhão da Gente” e o cliente citado como se fosse
o dono do produto propagado é a própria produtora, mas, na realidade, o
“programete” é uma peça publicitária disfarçada de bloco jornalístico e os
alvos são a campanha eleitoral fora de época de Flávio Dino (enaltecida) e o
atual Governo do Estado (ridicularizado por personagens caricatas).
A produtora de áudio é a Groove
Records, que pertence a Jeisael Marques que assina “Jeisael Marx”,
provavelmente numa homenagem ao filósofo alemão Karl Marx, fundador da doutrina
comunista moderna. Jeisael é o mesmo que narra os “programetes” e que faz os
contatos iniciais com as emissoras de rádio retransmissoras da propaganda
eleitoral ilegal de Flávio Dino.
O programa semanal de propaganda
antecipada da candidatura de Dino já na está na sua edição de número 24 e é
retransmitido por pelo menos 100 emissoras de rádio, entre estações AM, FM e
comunitárias (legalizadas ou não), remuneradas através da Groove Records, como
demonstra o Pedido/Contrato de Veiculação (ver documento acima). Já estão sendo
encaminhados à Justiça registros dessas retransmissões feitas por emissoras de
Santa Inês, Grajaú, Balsas, Imperatriz, Codó, Açailândia, Caxias, Peritoró e de
São Luís.
Pagamento
A cada vez que o programa vai ao
ar, a Groove paga à emissora retransmissora um valor que corresponde a seis
vezes o valor de tabela de uma inserção da rádio, isso porque uma inserção
normal mede 30 segundos e o “programente” tem duração de 3 minutos. A Groove,
nas autorizações de despesa, exige a modalidade “horário determinado”, o que
aumenta ainda mais a conta da campanha comunista. Uma pela outra, a despesa
mensal tem girado em torno de R$ 3 mil por emissora, e se o cálculo de pelo
menos 100 rádios estiver correto, o desembolso mensal feito por meio da Groove
é de R$ 300 mil, fora a conta da produção do “programete”.
Cada “programete” de 3 minutos é
exibido uma vez às terças-feiras e uma vez às quintas-feiras por emissora
contratada. As 24 edições indicam que essa propaganda eleitoral antecipada (e
paga) já é feita há quatro ou há cinco meses nas emissoras de rádio e estão
disponíveis no Youtube (nas redes sociais, a lei só permite propaganda
eleitoral no Twitter). A estimativa de gastos já é de R$ 1,5 milhão. A dúvida é
sobre quem abastece de dinheiro a Groove Records, uma microempresa que não
poderia bancar sozinha uma campanha milionária.
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