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Documentos apontam propaganda antecipada de Flávio Dino

14.10.13
De O Estado

Documentos comprovam que está havendo programa eleitoral pago e fora de época da pré-candidatura de Flávio Dino, PCdoB, ao governo do Maranhão. A documentação mostra que estão sendo contratadas veiculações em emissoras de rádio de São Luís e do interior do estado para enaltecer o comunista e para desfazer a imagem do grupo adversário. A conta desse crime eleitoral já pode ter passado de R$ 1 milhão. O PMDB informou que deverá pedir na Justiça Eleitoral que a Polícia Federal investigue o caso e quebre os sigilos bancários dos envolvidos para ver qual é a origem do dinheiro que a Groove Records está utilizando para pagar a propaganda eleitoral fora de época de Flávio Dino.

Segundo os documentos, a autorização de veiculação sai de uma produtora de áudio que, neste caso, age como se fosse uma agência de publicidade. A mídia descrita no documento é um “programete” com o título “Maranhão da Gente” e o cliente citado como se fosse o dono do produto propagado é a própria produtora, mas, na realidade, o “programete” é uma peça publicitária disfarçada de bloco jornalístico e os alvos são a campanha eleitoral fora de época de Flávio Dino (enaltecida) e o atual Governo do Estado (ridicularizado por personagens caricatas).

A produtora de áudio é a Groove Records, que pertence a Jeisael Marques que assina “Jeisael Marx”, provavelmente numa homenagem ao filósofo alemão Karl Marx, fundador da doutrina comunista moderna. Jeisael é o mesmo que narra os “programetes” e que faz os contatos iniciais com as emissoras de rádio retransmissoras da propaganda eleitoral ilegal de Flávio Dino.

O programa semanal de propaganda antecipada da candidatura de Dino já na está na sua edição de número 24 e é retransmitido por pelo menos 100 emissoras de rádio, entre estações AM, FM e comunitárias (legalizadas ou não), remuneradas através da Groove Records, como demonstra o Pedido/Contrato de Veiculação (ver documento acima). Já estão sendo encaminhados à Justiça registros dessas retransmissões feitas por emissoras de Santa Inês, Grajaú, Balsas, Imperatriz, Codó, Açailândia, Caxias, Peritoró e de São Luís.

Pagamento
A cada vez que o programa vai ao ar, a Groove paga à emissora retransmissora um valor que corresponde a seis vezes o valor de tabela de uma inserção da rádio, isso porque uma inserção normal mede 30 segundos e o “programente” tem duração de 3 minutos. A Groove, nas autorizações de despesa, exige a modalidade “horário determinado”, o que aumenta ainda mais a conta da campanha comunista. Uma pela outra, a despesa mensal tem girado em torno de R$ 3 mil por emissora, e se o cálculo de pelo menos 100 rádios estiver correto, o desembolso mensal feito por meio da Groove é de R$ 300 mil, fora a conta da produção do “programete”.

Cada “programete” de 3 minutos é exibido uma vez às terças-feiras e uma vez às quintas-feiras por emissora contratada. As 24 edições indicam que essa propaganda eleitoral antecipada (e paga) já é feita há quatro ou há cinco meses nas emissoras de rádio e estão disponíveis no Youtube (nas redes sociais, a lei só permite propaganda eleitoral no Twitter). A estimativa de gastos já é de R$ 1,5 milhão. A dúvida é sobre quem abastece de dinheiro a Groove Records, uma microempresa que não poderia bancar sozinha uma campanha milionária.

A propaganda eleitoral no Brasil em hipótese nenhuma pode ser paga, nem mesmo no período eleitoral, mas os documentos mostram que a campanha antecipada de Flávio Dino está pagando abertamente veículos de comunicação. O contato assinado pela assessora informal Aline Louise tem no endereço eletrônico o nome de Flávio Dino para encorajar os donos de rádio a colocarem no ar os “programetes”.

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