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Tais Coutinho é cercada pelos
sindicalistas...
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Tiveram uma baita sorte os vereadores que não participaram
da sessão desta segunda-feira, 23, na Câmara Municipal de Caxias. Por sua vez,
aqueles que compareceram tiveram um azar danado após o término dos trabalhos
legislativos.
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... E teve que ouvir toda a
revolta dos professores
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É que os membros do Sintrap, Sindicato que agrega os
professores do município e demais trabalhadores de outras categorias,
protagonizaram uma saída bastante dolorosa àqueles que deixavam as dependências
da Casa do Povo. Motivo? A rejeição de um pedido do Sintrap para que o
microfone lhes fosse oferecido quando da leitura de um pedido de reivindicações
dos professores.
Como a presidente Ana Lúcia Ximenes rejeitou o pedido do
Sintrap e encerrou a sessão ordinária, imediatamente os sindicalistas foram
para a porta do parlamento e, utilizando um carro de som, passaram a gritar
palavras de ordem e soltaram o verbo contra o governo Léo Coutinho e os demais
vereadores. Não houve “colher de chá”
nem mesmo para os vereadores oposicionistas. Todos foram atingidos pela revolta
dos sindicalistas.
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Professores
faziam perguntas duras
à vereadora que
se negou a responder
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Primeiro a sair após o término da sessão, o calmo e
tranqüilo oposicionista Luis Carlos Ximenes recebeu as “boas vindas” dos que protestavam em frente à Câmara.
“Vereador, nós fomos 4 vezes no seu gabinete para que o senhor recebesse
nosso oficio e não conseguimos nada”, dizia uma sindicalista com o
microfone em punho e barrando a passagem do parlamentar que apenas sorria e
andava lentamente.
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IRONIA DO
DESTINO/ Vereadora Tais deixou o
local sendo escoltada
por um guarda municipal
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Em seguida, a vereadora Benvinda Almeida, líder da oposição,
também não foi bem recebida pelos sindicalistas. Benvinda chegou a ouvir
palavras de baixo calão em sua direção.
Mas se os membros da oposição foram recebidos com
hostilidade verbal pelos professores, aos governistas o tratamento foi
impiedoso.
A vereadora Tais Coutinho foi a abre alas dos apoiadores do
governo Léo Coutinho a pisar os pés fora da Câmara e enfrentar os
oposicionistas. Como não poderia deixar de ser, a prima do prefeito enfrentou
um verdadeiro “corredor polonês”
para conseguir percorrer 5 metros fora do prédio do legislativo. A vereadora
teve que ouvir as professoras jogarem pra fora toda a revolta acumulada ao
longo dos últimos anos contra o atual governo.
Ironia do destino - Foi tão tensa a saída da vereadora que, somente pela intervenção de um guarda municipal, a mesma conseguiu livrar-se do protesto das
sindicalistas. O guarda municipal que acudiu a vereadora não estava de serviço,
mas, mesmo assim, garantiu a ela que chegasse ao seu veículo em segurança. Foi
o mesmo guarda que não recebeu o apoio da vereadora na luta pela aprovação de
melhorias salariais ao longo dos últimos anos.
Após 30 minutos sitiada no parlamento, a presidente Ana
Lúcia Ximenes deixou o prédio escoltada pelos seguranças da Casa.
Apesar da segurança, Ana Lúcia não foi poupada no microfone
do Sintrap. A presidente teve tempo de ouvir adjetivos fortes até sua chegada
ao veículo que a esperava já com o motor ligado.
“Aproveitou o vácuo”
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Ninguém viu,
mas no momento que Ana Lúcia entrava no
veículo,
o vereador Jerônimo estava ao seu lado
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Esperto mesmo foi o vereador Jerônimo Ferreira. Membro de
vários conselhos no município, o vereador tinha seu nome lembrado o tempo todo
nos discursos do Sintrap, sendo que os olheiros do Sindicato tinham um olho no
povo e outro no corredor do legislativo a espera de Jerônimo.
Quase ninguém viu, mas no momento que a presidente Ana Lúcia
era escoltada pelos grandalhões da segurança da Câmara, o baixinho Jerônimo se
infiltrou entre eles e saiu praticamente despercebido. “É por isso que o Jerônimo
consegue sucesso na política, pois é mais liso que mussum”, disse um
popular referindo-se ao peixe conhecido por sua lisa pele.
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Polícia Militar
garantiu a segurança de
três vereadores
quando deixavam a Câmara
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Temendo uma confusão maior, a Polícia Militar foi chamada
para garantir a integridade física dos 3 vereadores que ficaram no prédio.
Paulo Simão, Mário Assunção e Luis Lacerda deixaram o local escoltados pela PM
e ouviram os ataques dos sindicalistas.
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Vereador Luis
Carlos Ximenes
também “pegou a
dele”
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Tudo aconteceu por volta das 19:00hrs, horário em que a
movimentação de veículos em frente a Câmara é intenso. Os motoristas que
passavam no local se divertiam com as cenas e faziam um buzinaço, o que serviu
para aumentar os ânimos dos professores e dos populares que acompanhavam a
manifestação.
Agentes Comunitários de Saúde aproveitaram a oportunidade e
também discursaram cobrando melhorias nas condições de trabalho.
Nota do blog
Como o leitor percebeu, deixei de publicar os adjetivos
usados pelos professores nesta postagem. Não os publiquei por achar que muitos
deles são impróprios e não contribuem para o debate.
Por outro lado, a manifestação dos sindicalistas é legítima
e deve ter o apoio da população.
São 9 anos de massacre da categoria. São longos 9 anos de
decepções e de achatamento salarial.
Os professores de Caxias recebem o pior salário da região
dos cocais.
Quando participam de seminários e programa de
intercâmbio com professores de outros municípios, muitos deles mudam de assunto
quando a questão salarial é debatida. Sentem-se envergonhados por trabalharem
na maior cidade da região e também de receberem o pior salário entre todos os
municípios vizinhos.
Bate neles!!!!!!!!!!! Mete a porrada, vem pra rua vemmmmmmm