O
palco certo
O prefeito Léo Coutinho (PSB) ajuizou 12 ações na Justiça
contra o blogueiro caxiense Cláudio Sabá. O caso veio à tona no próprio blog do
jornalista e, rapidamente, outros blogueiros maranhenses repercutiram o fato.
Sabá bate duro no grupo Coutinho desde que rompeu com o
ex-prefeito Humberto Coutinho (PDT) por conta de desavenças com o
ex-marqueteiro Carlos Alberto, hoje fora do perímetro midiático do clã que
governa a Princesa do Sertão há nove anos… Nos textos de Sabá o mesmo não
consegue esconder a decepção que lhe consome as entranhas desde o rompimento,
cuja motivação que envolveu a briga não cabe aqui discutir. Mas aqui cabe
discutir o papel do blogueiro, independente das particularidades pessoais ou
profissionais, mesmo porque o jornalista é um ser humano e, como tal, nem é
perfeito nem imperfeito completamente.
Não apenas porque também já fui alvo de ações judiciais,
esse tipo de atitude de qualquer governante me causa urticária intelectual,
pois acho que o papel de cobrar a boa ou má atuação dos profissionais da área
cabe à própria imprensa e à opinião pública. O governante ou quaisquer
militantes político-partidários, pela própria condição de sujeitos públicos,
são os que menos têm legitimidade para querer fazer cessar as críticas a eles
através dos caminhos judiciais. O regime democrático é, na essência, o palco
certo para a emissão de opiniões plurais, mesmo as mais ácidas ou aparentemente
desprovidas de nexo, principalmente quando na questão se insere os elementos
que formam o conceito estatal. Daí porque nas nações democráticas de todo o
mundo prevalece a noção de que nem os agentes eleitos com mandato popular nem
juízes ou Tribunais “têm poder sobre a palavra, ideia ou convicções pessoais ou
sociais dos profissionais da imprensa”.
Condição
O que também não elimina a condição de Léo Coutinho,
enquanto cidadão, de fazer o que acha que deve ser feito para reparar o que
considera de extremo ou injusto no que o blogueiro escreveu…
Noção
…Mas, de forma genérica, a noção de regime democrático
exclui qualquer tipo de cerceamento à liberdade de expressão, abusiva ou não,
como, coincidentemente, acaba de decidir o ministro Celso de Mello, do STF, ao
anular entendimento do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, que condenara a
revista Veja a indenizar o ex-governador Joaquim Roriz por danos morais…
Crítica
…Celso de Mello: “Não caracterizará hipótese de
responsabilidade civil a publicação de matéria jornalística cujo conteúdo
divulgar observações em caráter mordaz ou irônico ou, então, veicular opiniões
em tom de crítica severa, dura ou, até, impiedosa, ainda mais se a pessoa a
quem tais observações forem dirigidas ostentar a condição de figura pública,
investida, ou não, de autoridade governamental, pois, em tal contexto, a
liberdade de crítica qualifica-se como verdadeira excludente anímica, apta a
afastar o intuito doloso de ofender”…
Conjur
…Vale a pena ler o conteúdo completo da sentença do
ministro no site www.conjur.com.br.
VOSSA EXCELÊNCIA, SENHOR LEONARDO, ALÉM DE NÃO TER EXPERIÊNCIA POLÍTICA, TATO COM A POPULAÇÃO E SENSO DO ABSURDO, TAMBÉM NÃO CONHECE E NÃO RESPEITA OS DIREITOS DE IMPRENSA.
AGORA FICOU BONITO PRA VOCÊ PREFEITO....
SEGURA A REJEIÇÃO E A REPERCUSSÃO...
KUERTEN II