“É o
prefeito Peba”, disse Fábio Gentil sobre o apelido que Léo Coutinho
está recebendo nas ruas por conta dos buracos da cidade.
Representando o
prefeito, secretário Ironaldo
tentou, sem
sucesso, defender o atual governo
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Entre as ações e omissões que o prefeito Léo Coutinho protagonizou
desde que botou os pés na Prefeitura de Caxias, a sua falta na abertura dos
trabalhos legislativos, na noite desta segunda-feira, 17, foi talvez a sua mais
acertada decisão.
Sendo de praxe no âmbito do município, do Estado e do
governo federal a presença do chefe dos respectivos poderes executivos na
abertura dos trabalhos do parlamento, o prefeito Léo Coutinho não deu as caras.
E ele teve motivos de sobra para não ir ao caldeirão que se formou na Casa do
Povo.
Como gato escaldado tem medo de água fria, além de não ir, o
prefeito escalou o secretário de Relações Institucionais, ex-vereador Ironaldo
Alencar para lhe representar. Com excelente trânsito em todas as correntes
políticas, Ironaldo é o nome ideal para tentar apaziguar os ânimos exaltados
dos ferrenhos opositores. Não deu muito certo. Ironaldo bem que tentou, mas ao
discursar, representando o prefeito na sessão inaugural do ano legislativo, ele
percebeu que a defesa do atual governo é uma das tarefas mais árduas no atual
momento político do município.
Adelmo fez um
relato das
conquistas da
sua pasta
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Os vereadores licenciados, Léo Barata (Cultura) e Adelmo
Soares (Esportes), bastante experimentados nas batalhas do parlamento, também
foram escalados para reforçar o time governista no Plenário Edson Vidigal.
Ambos usaram a tribuna e falaram das conquistas das pastas que comandam e teceram
vários elogios ao prefeito Léo Coutinho. Foi a parte da sessão destinada ao
refresco servido ao chefe do Executivo municipal.
Primeiro dos oposicionistas a falar, o vereador Catulé
mostrou logo do que o prefeito havia se livrado.
“A saúde de Caxias está na UTI”, iniciou Catulé que seguiu nos ataques:
“uma cidade que não tem indústrias, não tem comércio, não tem empregos e que em
janeiro do ano passado teve 2.000 pessoas demitidas pelo atual prefeito”.
Catulé foi contundente nas criticas |
Trazendo questões relevantes ao debate político, Catulé
alertou para a situação econômica do município e citou a situação vivida por
dois dos maiores ícones da economia local: o Comercial Carvalho e o Paraíba
como exemplos do que falava.
“O Paraíba, a maior loja de departamento de nossa cidade está vivendo a
pior fase no nosso município nos últimos 3 meses”, disse Catulé que abordou o
fechamento de uma unidade do Comercial Carvalho como outro forte indício de
desaquecimento na economia local. “Fecharam a unidade do Carvalho no Ponte e,
para minha tristeza, soube que estudam fechar também aquela do bairro Refinaria”.
Fábio Gentil foi duro nos ataques |
O oposicionista criticou o fato do prefeito não ter
comparecido na sessão da Câmara.
“Em todo lugar os prefeitos, governadores e até o presidente da
República prestigiam a abertura dos trabalhos do legislativo, mas o prefeito de
Caxias se acovardou com medo das cobranças dos vereadores de oposição”,
disse Catulé que reiterou que, caso o prefeito estivesse ali, “não
iria fazer ataques pessoais, mas sim cobranças da administração”.
A vereadora Benvinda Almeida foi outra que não poupou nas
criticas a atual administração.
“Ouvindo aqui os vereadores governistas, pensei que eles estavam falando
de outra Caxias, pensei que falavam de Caxias do Sul, pois as maravilhas e os
avanços ditos por eles não encontramos na cidade”, iniciou Benvinda que
asseverou nas criticas: “A saúde está um caos, os postos de saúde não
estrutura mínima para funcionar e agora vemos os governistas falando na
construção de mais postos de saúde, e eu pergunto: pra que mais unidades de
saúde se não existe médico naqueles que temos na cidade?”.
Vereadora
Benvinda pensou que governistas falavam
de outra cidade
ao relatarem supostas conquistas
obtidas no governo
Léo Coutinho
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Fábio Gentil foi outro que fez um contundente discurso
contra os desmandos existentes na cidade.
“Eu ouvi aqui os membros do governo falando maravilhas da atual
administração, mas eu não sou falso e nem demagogo para endossar a fala
daqueles que me antecederam”, disse Fábio que falou ainda na
perseguição existente hoje na cidade.
“No governo anterior a Clinison, do médico Zé Raimundo foi
descredenciada do SUS em Caxias por conta de que seu proprietário não quis
acompanhar o então prefeito e depois o Centro Médico, do Dr. Helton Mesquita
que se lançou candidato a prefeito e por último tivemos o Hospital Dia,
pertencente a família do vereador Catulé, que, por votar na minha candidatura a
presidente desta Casa, teve o convênio cancelado”, lembrou Fábio
mostrando o caráter perseguidor das gestões da família Coutinho.
“Não adianta adquirir ambulância se não tem pra onde levar os doentes,
assim como também não tem porque construir posto de saúde se não tem médico
para atender os pacientes”, denunciou Gentil sendo aplaudido pelo
público presente.
Ao final, Fábio Gentil deixou uma indagação política no ar.
Ele duvidou que o prefeito Léo Coutinho vai apoiar a presidente Dilma, que
tantos recursos envia para Caxias, nas eleições de outubro próximo.
Não sou contra o prefeito cavar as ruas para substituir os canos, sou contra, não tapar os buracos. Quanto ao Catulé dizer que a cidade não tem industria, essa foi uma anedota, pois o mesmo ameaçou até entrar na justiça contra a instalação da Schincariol, quando era vereador dos Coutinhos.