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Pastor Marcos exorcizando presos em Pedrinhas |
O pastor Marcos Pereira da
Silva, que já esteve em São Luis participando de sessão de exorcização no
presídio de Pedrinhas, logo após uma rebelião que resultou na morte de 15
detentos, inclusive com cabeça decepadas, foi condenado a 15 anos de prisão por
abusar de mulheres e crianças na sua igreja. Veja a seguir a matéria completa
do Jornal Folha de São Paulo.
Pastor Marcos é condenado a
15 anos de prisão por estupro de fiel no Rio
A Justiça do Rio de Janeiro
condenou em primeira instância o pastor Marcos Pereira da Silva a 15 anos de
prisão pelo crime de estupro de uma mulher. Presidente da Assembleia de Deus
dos Últimos Dias, o pastor é suspeito de ter abusado de pelo menos seis fieis.
A decisão sobre um caso específico, divulgada nesta quinta-feira (12), foi
tomada pelo juízo da 2º Vara Criminal da Comarca de São João de Meriti do TJRJ
(Tribunal de Justiça do Rio). Cabe recurso.
“As testemunhas ouvidas relatam
com firmeza como o acusado é uma pessoa manipuladora, fria, só pensa em si,
utilizando-se das pessoas para satisfazer seus instintos mais primitivos e de
forma promíscua, utiliza da boa-fé das pessoas para enganá-las. Pelo exposto e
por tudo que dos autos consta, julgo procedente a pretensão punitiva para
condenar Marcos Pereira da Silva, como incurso nas penas dos art. 214 c/c art.
226, II, ambos do Código Penal”, relatou a sentença.
O pastor Marcos, 56, foi preso no
dia 7 de maio deste ano por policiais civis em São João de Meriti, Baixada
Fluminense. Para o pastor havia mandado de prisão expedido por suspeita de
abuso sexual de seis fieis, entre elas, sua ex-mulher. Os crimes, segundo a
polícia, teriam ocorrido no apartamento onde ele mora, em Copacabana, zona sul
do Rio. O imóvel, que fica na avenida Atlântica em frente à praia, está
avaliado em R$ 8 milhões.
Os abusos também aconteciam,
segundo a polícia, na igreja, localizada na Baixada Fluminense. De acordo com
testemunhas ouvidas pela polícia, o pastor aproveitava momentos a sós com fiéis
para abusar sexualmente delas.
“As provas de estupro contra o
pastor são convincentes. Nós temos 30 depoimentos no inquérito com denúncias
contra ele”, disse, à época, o delegado titular da Dcod (Delegacia de Combate
às Drogas), Márcio Mendonça.
A investigação ficou a cargo da
Dcod após denúncia do líder da ONG AfroReggae, José Júnior, feita há um ano, de
que o pastor teria envolvimento com o tráfico de drogas. O pastor é reconhecido
por seu trabalho, iniciado nos anos 90, de ressocialização de criminosos no
Rio.
Segundo a polícia, Marcos Pereira
também é investigado por quatro homicídios, lavagem de dinheiro e associação ao
tráfico de drogas.
A Folha teve
acesso à época aos depoimentos das vitimas, mas não divulga os nomes delas para
preservá-las. “Ele falava que elas estavam endemoniadas e tinham que lavar seus
corpos com ele para se livrarem do mal. Usava momentos de vulnerabilidade das
vítimas para se aproveitar e ainda praticava orgias com elas –em atos sexuais
com mulheres e homens”, diz o delegado.
A Folha não
teve acesso ao depoimento do pastor à polícia. A defesa dele não foi localizada
pela reportagem para comentar o assunto. À época da detenção, um texto a página
da Assembleia de Deus dos Últimos Dias na internet declarava “estar confiante
no agir de Deus na vida do pastor Marcos Pereira”.
“Foi através de uma prisão injusta
que Deus colocou o plano de salvação, pelo Amor e pelo Perdão, em prática. Foi
através de uma prisão injusta que a mensagem do cristianismo se espalhou pelo
mundo. A despeito de todos os sinais de cura e libertação, foi exatamente
assim, através de uma prisão injusta, perseguições e calunias que Jesus
alcançou o mais necessitados”, diz o texto.
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