Em 2002, na disputa pela presidência da Câmara, o então
presidente do parlamento caxiense, Antonio José Ximenes, foi o patrono da
cassação do vereador Helton Mesquita para obter vantagem na disputa pela
reeleição ao comando da Casa. Caso Mesquita fosse cassado, o suplente que
assumiria era voto certo para Ximenes na disputa de então. A manobra de AX,
através da cassação por decreto legislativo, tomou as manchetes dos jornais de
todo o Estado e a Justiça impediu a arbitragem.
Sem a cassação de Helton Mesquita, a oposição na época
elegeu Ironaldo Alencar como presidente da Câmara.
Antonio Ximenes foi cassado em seguida pela maioria
oposicionista assim como Antonio Luis Assunção.
Antonio Luis e Ximenes conseguiram voltar em seguida por via
judicial, mas AX foi cassado em seguida através de outra ação judicial.
Com a eleição de Humberto Coutinho em 2004, estabeleceu-se
um período de respeito aos membros do parlamento e, oposição e situação, embora
com divergências, sempre conviveram numa aceitável harmonia. Mesmo quando
haviam fortes divergências, oposicionistas e governistas se entendiam e existia
uma convivência saudável entre todos.
Mas Humberto Coutinho sempre teve sua popularidade alta nos
8 anos que governou nossa cidade e isso era visto nas pesquisas de opinião
apresentadas a cada 2 meses pelo ex-prefeito. Essa segurança no humor da
população levava calma e tranqüilidade ao grupo político de HC.
Com um governo caindo pelas tabelas e se arrastando em
índices de popularidade só vistos no final da administração de Eziquio Barros,
o atual prefeito, Léo Coutinho, jamais apresentou uma pesquisa de opinião aos
caxienses.
Mesmo continuando a fazer pesquisas de opinião a cada 2
meses, os números são divididos entre os familiares e poucos aliados. Os índices
revelados fazem queimar a gastrite de Humberto Coutinho. Léo Coutinho vai de
mal a pior.
Com a popularidade do governo municipal em baixa, os
governistas na Câmara, por não conseguirem empolgar a platéia e fazer uma
defesa convincente do prefeito, ensaiam a volta da truculência e o período de cassações
no parlamento.
A instalação da figura do corregedor da Câmara, que irá aplicar
o Código de Ética, está eletrizando os bastidores e a cada passo dado mostra
qual a intenção dos governistas em eleger a figura desse corregedor.
Na postagem publicada no blog em 21 de agosto, intitulada ABRE O OLHO, OPOSIÇÃO!!! Conselho de ética
que será criado na Câmara Municipal pode ser armadilha contra minoria
oposicionista (reveja aqui: http://www.blogdosaba.com.br/2013/08/abre-o-olho-oposicao-conselho-de-etica.html)
alertei aos leitores o que estava por trás da criação de tal instituição do
parlamento.
Abordei na oportunidade a insinuação do vereador Jerônimo
Ferreira contra a vereadora Taniery Cantalice.
Após Taniery revelar o nome dos proprietários dos caminhões
compactadores de lixo que trabalham para o município, citou o ex-vereador Irmão
Assis, que vem a ser marido da atual vereadora Irmã Nelzir.
Jerônimo, alegando que a oposicionista teria constrangido a
colega, pediu à presidente Ana Lúcia que fosse logo viabilizada a instalação do
Código de Ética da Câmara para punir casos como aquele. Foi uma senha clara das
intenções do mais aguerrido e valente membro da bancada governista contra a
oposição.
Fontes próximas ao governo me informaram que o mentor da
instalação do famigerado Código de Ética da Câmara é o ex-vereador Antonio
Ximenes, o mesmo que em 2002 tentou cassar, através de decreto legislativo, o
então vereador Helton Mesquita.
A mesma fonte me confidenciou que, durante uma reunião, o
vereador Paulo Simão, irmão do presidente do Tribunal de Justiça, Jamil Gedeon,
pediu que fosse ele o Corregedor da Casa. “Ele disse na reunião que além de ser doido,
era blindado, pois o parentesco com o presidente do TJ amedrontava a ira dos
colegas da oposição”, relatou-me a fonte governista.
Governos autoritários e ditaduras cassam e prendem
adversários. É assim na Venezuela, Equador, Bolívia, Cuba, Coréia do Norte e
outros.
Governos impopulares e com maioria no parlamento podem
cassar a calar a minoria oposicionista.
Ximenes e a mulher não vivem sem um mandato e sempre estão com a situação seja ela quem for e falam de ética.