Com o objetivo de esclarecer o processo de criação
de abelha sem ferrão e incentivar a agricultura familiar do Maranhão, o Sistema
de Agricultura Familiar reuniu, entre 27 e 29 de agosto, no município de São
Bento, durante a realização da Feira de Agricultura Familiar e Agrotecnologia
do Maranhão (Agritec), produtores, técnicos, pesquisadores e estudantes. Entre
os assuntos eles discutiram o desenvolvimento da meliponicultura e a
disseminação de conhecimentos sobre o tema para a Baixada Maranhense.
Estudantes recebem
orientação técnica sobre
criação racional de abelhas.
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A criação racional das abelhas sem ferrão do tipo
Tiúba (melipona fasciculata), atividade conhecida como meliponicultura, está se
fortalecido, nos últimos anos, nos municípios da Baixada Maranhense.
Para o biólogo da Agência Estadual de Pesquisa
Agropecuária e Extensão Rural (Agerp), José Malheiros, responsável pela
coordenação do projeto de apicultura e meliponicultura na feira, os produtores
da região e o publico em geral tiveram a oportunidade de entender mais o
funcionamento dessa atividade e como dar início a criação de abelhas, por meio
da exposição da vitrine tecnológica, de palestra sobre os produtos derivados
das abelhas e do meliponário demonstrativo.
“Agricultores, produtores e estudantes
aprenderam um pouco mais sobre a criação racional de abelhas, com a orientação
técnica da Agerp, assim como os meliponicultores que responderam à altura,
comercializando diversos produtos a base do mel de Tiúba.”, disse o
biólogo da Agerp.
Os agricultores do município de São Bento que
produzem derivados a base de mel, tais como sabonetes, hidratantes e outros,
comercializaram 80% dos produtos expostos na feira.
Secretário Adelmo
Soares em visita a vitrine
tecnológica na Agritec.
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De toda produção colocada para comercialização, 20%
era proveniente do mel da melipona fasciculata, popularmente conhecida como
abelha tiúba, espécie originária da floresta amazônica maranhense, cujos
criadores são prioritariamente agricultores familiares, e que ocupa lugar de
destaque dentre as abelhas sem ferrão mais promissoras para a produção de mel
no Brasil.
“O governo tem buscado fortalecer e
incentivar os nossos produtores de mel a não mais apenas enviar nosso produto
para os outros estados, onde é industrializado e volta para o Maranhão. Vamos
apoiar esta cadeia produtiva, capacitando e qualificando nossos produtores para
que sejamos capazes de vender internamente e exportar para todo o Brasil”,
disse o secretário.
No último dia de evento, com visita do Secretário
de Agricultura Familiar, Adelmo Soares, à vitrine tecnológica foi apresentada
uma proposta de Plano de Desenvolvimento para Apicultura e Meliponicultura para
a Baixada, em parceria com a Universidade Estadual do Maranhão (Uema),
utilizando o laboratório de mel localizado na Fazenda Escola em São Bento,
reconhecido como espaço de inovação tecnológica. Foi criado um núcleo de
abelhas que permitirá a capacitação e pesquisa, assim como o beneficiamento do
mel dos produtores locais a partir do trabalho desenvolvido.
Outra proposta discutida foi a criação de
Legislação Estadual para o Mel de Abelha Tiúba, com a previsão de qualificação
para os produtos, que terão certificação, o que permitirá a comercialização em
todo o país. Para Adelmo Soares, a meliponicultura é uma atividade importante
para a agricultura familiar e que não pode ficar fora das políticas de
desenvolvimento voltadas para o homem do campo.
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