
O humorista publicou um texto de despedida em seu
blog e disse sua demissão aconteceu no final da última semana. "Me
deram um pezão na bunda, me chamaram para assinar um negocinho lá no RH da
Band. Há quem possa ter motivos para sentir vergonha disso. Eu poderia ter me
antecipado e ter dito que fui eu que pedi para sair, mas não",
explicou.
Sem rancor, o artista agradeceu pelos sete anos que
passou na atração e destacou a importância de seu trabalho. "Me
proporcionou tristeza ao me tirar da bancada do programa e, agora, do programa
em si. Faz parte. O 'Custe o Que Custar' foi um grandessíssimo divisor de águas
para mim. Não teria como ser diferente", avaliou.
Ainda sobre sua atual situação, Filho fez piada.
"Rasparei a cabeça, chamarei um ex-aluno meu, comprarei um trailer,
fabricarei metanfetamina com 96% de pureza, exterminarei o cartel e morrerei
rindo", anunciou, fazendo referência ao seriado "Breaking
Bad".
Vale lembrar que Marcelo Tas também já anunciou sua
saída do "CQC". Para o posto de apresentador, a emissora contratou o
ator Dan Stulbach. Outros integrantes também devem deixar seus cargos em breve.
Confira o texto de despedida de Oscar Filho na
íntegra:
"Gratidão. É
essa a palavra que melhor descreve meu sentimento pelo 'CQC'.
Sexta-feira
passada eu, oficialmente, fui mandado embora. Me deram um pezão na bunda, me
chamaram pra assinar um negocinho lá no RH da Band. Há quem possa ter motivos
para sentir vergonha disso. Eu poderia ter me antecipado e ter dito que fui eu
que pedi pra sair, mas não.
A primeira vez que
eu ouvi falar nisso, foi através dessa matéria na internet: 'Band vai dispensar
metade do elenco do CQC; veja quem sai'
Pensei comigo:
Será? E se for mesmo, como irei me sentir?
O 'Proteste Já',
quadro que eu defendi por 4 anos, foi a minha contribuição pessoal pra tentar
fazer o meu país, pelo menos, um pouco mais justo e menos desigual. Lutei,
argumentei, briguei, conversei, senti, raciocinei, debati. Pelo programa e por
mim. O 'Proteste Já' é um quadro incrível do programa, mas um tanto cansativo e
desgastante, inclusive, emocionalmente.
Houve momentos em
que a câmera não pode registrar o que se sente nas entrelinhas dos
acontecimentos: funcionários burocratas, autoridades desumanas, seguranças
autoritários, políticos dissimulados, profissionais oportunistas, assessores
inescrupulosos. É uma enorme quantidade de energia que se esvai de se chegar em
casa e apenas ter a vontade de deitar na cama e se deixar ser levado pelo sono.
Ultimamente, minha
energia pra trabalhar neste quadro não andava equilibrada. Portanto, não foi de
todo mal ser dispensado pelo programa. Viria em boa hora. Seria timing bastante
sincronizado.
Passei um final de
semana pensando profundamente em como seria viver sem fazer parte do programa
que mudou a minha vida. Que me ajudou a divulgar um trabalho que eu tanto amo
fazer: Meu show de stand-up, o 'Putz Grill…', que levou mais de 1 milhão de
espectadores nesses 7 anos ao teatro e que foi até premiado!
Através dele
também consegui me tornar conhecido o suficiente para escrever uma
'Autobiografia Não Autorizada', e tirar sarro da minha própria vida perante os
outros. Fiz na literatura algo que já fazia há anos em cima dos palcos.
O 'CQC' deu
felicidade me proporcionando conhecer pessoas como o Tom Cruise, ator que eu
imitava no palco; Fernando Meireles, diretor que eu assisto no cinema; João
Carlos Martins, o maestro cuja história pessoal e profissional eu admiro, José
Saramago, escritor que eu li embevecido, cuja entrevista que eu fiz foi parar
num documentário sobre ele, e o gênio do Silvio Santos!!!
Me proporcionou
sentir emoções à flor da pele, me fazendo ir à Ilha de Marajó conhecer crianças
que viajam até 5 horas de barco para estudar, crianças do Piauí que estudam em
escolas de chão batido, mães de Caxias no norte do país que perderam filhos
recém-nascidos.
Me proporcionou
tristeza ao me tirar da bancada do programa, e, agora, do programa em si. Faz
parte! O 'Custe o Que Custar' foi um grandessíssimo divisor de águas pra mim.
Não teria como ser diferente.
O saldo é
positivo. Ri mais do que chorei. Ri muito. Ri de perder o fôlego inúmeras vezes
em que saíamos na van do Apolo e o bullying corria solto, comigo e com todo
mundo.
Então agradeço ao
Diego Barredo, o primeiro diretor do programa. Um cara que viu meu vídeo de
stand-up enquanto ainda fazia o casting lá na Argentina pela internet e me
chamou pra fazer testes pro programa. Pra toda a equipe, aos que foram, aos que
ainda estão e aos que continuarão. Ao Gonzalo Marcó, que me proporcionou grande
parte das matérias que eu fiz nesse período todo, aos repórteres que se foram e
que ficaram, aos fãs que gostam de mim e me seguem (agradeço, apesar de
questionar esse mal gosto de vocês).
Aos jornalistas,
blogueiros e colunistas sedentos pra que eu cuspa no prato que eu comi,
informo: não tenho nada em vista. Nenhum projeto, nenhum convite, nenhuma
emissora interessada. Só me restou a sarjeta. Já pensei sobre isso e tive uma
importante decisão: rasparei a cabeça, chamarei um ex-aluno meu, comprarei um
trailer, fabricarei metanfetamina com 96% de pureza, exterminarei o cartel e
morrerei rindo.
E que venha o
futuro!"
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