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Advogado pede à OAB que investigue grupo que escravizou maranhenses

14.12.13
Anderson Pacheco / foto: Biaman Prado
O advogado Anderson Costa Pacheco deu entrada em requerimento ontem na seccional maranhense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) com pedido ao presidente Mário Macieira para que a Comissão de Direitos Humanos da instituição investigue a atuação do grupo Infinity Bio-Energy, que doou em 2010 R$ 500 mil à campanha eleitoral de Flávio Dino (PCdoB).

Anderson Pacheco afirmou que, assim como a Assembleia Legislativa, a OAB precisa apurar o caso e dar uma resposta à sociedade. Ele afirmou que a maior preocupação está em um dado divulgado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), que mostra que o mesmo grupo que beneficiou Dino é o responsável por submeter maranhenses em maior escala à situação análoga ao trabalho escravo. Somente entre os anos de 2009 e 2010 o grupo escravizou 120 maranhenses.

“Chamou atenção o fato de o deputado Roberto Costa (PMDB) ter levado à Assembleia denúncia de que aquela empresa explora o trabalho escravo no país, principalmente no Maranhão. Diante dessa informação, a OAB tem por dever social, já que trata-se de uma instituição de respaldo e credibilidade perante a sociedade, de prestar apoio a esses maranhenses”, completou.

Anderson Pacheco propôs que a instituição atue de forma independente no caso, mas acredita que a OAB também pode se juntar à Assembleia Legislativa, que instalou uma Comissão Especial para realizar as investigações. “O importante é que os órgãos prestem apoio aos maranhenses e deem uma resposta à população”, enfatizou.

Flávio Dino teve parte de sua campanha política de 2010 financiada pela empresa Alcana Destilatia de Alcool, em R$ 500 mil. A empresa faz parte do grupo Infinity Bio-Energy, acusado de explorar o trabalho escravo.

Dois pontos chamaram a atenção da Assembleia Legislativa no caso. Primeiro, o fato de o mesmo grupo que doou para Dino ter ingressado na Justiça Estadual de São Paulo, um ano antes da doação, com um Plano de Recuperação Judicial. Todas as empresas do grupo enfrentavam grave crise financeira na ocasião. Outro ponto diz respeito ao fato de Flávio Dino ter integrado a Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e mesmo assim ter aceito financiamento do grupo apontado como um dos maiores escravagistas do país. (De O Estado)

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