Por Chico Leitoa
Quando
se fala em fraude nas eleições eletrônicas, muita gente reage de forma até
violenta. Não admitem se quer discutir. Dizem logo: é impossível; é a eleição
mais segura do mundo, etc. Pois bem, trata-se de eleição que exige dos
concorrentes forte esquema de fiscalização, pois é perfeitamente e facilmente
possível modificar o resultado de uma eleição, através de diversos métodos,
sendo que o mais comum é patrocinado por mesários orientados e em conivência
entre os mesmos.
Em
geral, nas duas horas finais do horário de votação, onde muitos fiscais
(quando tem), já abandonaram seus postos, é possível votar por todos que não
compareceram e rabiscarem as folhas de votação e fica por isso mesmo. Ou
não ?
Quando
eu exercia o Mandato de Deputado Estadual, fui à tribuna ler um artigo de uma
revista de circulação nacional, com o título: A urna não é inviolável, com
depoimento de um dos maiores especialistas em urna eletrônica, o Engenheiro
AMILKAR, formado pela USP, e da advogada Maria Aparecida. Enquanto eu lia, percebi
que apenas as pessoas que assistiam a sessão e alguns da imprensa, ouviam, mas
praticamente nenhum Deputado dava atenção. Parei a leitura e consegui que
alguns passasse a me ouvir. Depois do resultado de 2010, alguns dos mesmos que
não deram atenção, esperneavam. Tarde demais…
Outro
fator que contribui, é a ausência de foto no título de eleitor, o que propicia
uma pessoa votar por outra. Em muitos lugares, os mesários ou acompanhantes, em
geral crianças, votam por idosos ou eleitores com dificuldades no manuseio da
maquina.
Alguém
pode dizer que o voto digital impede a fraude. Ledo engano, se a maquina não
reconhece a digital, o presidente da seção pode liberar a mesma para o eleitor
votar, e ai é que mora o perigo, se pode liberar, então…
Outro
fator importante e decisivo, é o direito que os partidos políticos têm de
verificar através de CD fornecidos a eles pelo TSE, para checarem a
completa normalidade dos computadores que fazem a totalização do resultado
vindo de todos os municípios, para os TRE e que enviam para o TSE.
Os Partidos têm que estarem atentos, não podem vacilar. Vale lembrar que
no segundo turno da eleição de 2006, quando da verificação, foi preciso
substituir um dos computadores da totalização dos votos.
Para
não esticar mais o assunto (muita gente grande se aborrece), só tem uma maneira
de evitar a fraude, é uma forte fiscalização com fiscais treinados e
comprometidos, além claro, da atuação da justiça, fora disso é risco
iminente.
A
propósito, diante de questionamentos sobre a inviolabilidade da urna
eletrônica, o TSE contratou três equipes da área de informática da UNB para,
através de estudos, verificar se seria possível identificar em quem os
eleitores votaram em uma determinada urna com votação concluída. Um das
equipes, coordenada pelo Prof. Diego Aranha, de posse do horário de votação de
uma eleitora famosa, identificou todos os seus votos. Ou seja, foi-se por terra
o sigilo do voto. Então por que não fazer a impressão do voto no
ato da votação ?
Sabe-se
que a partir do Trabalho da UNB, o TSE tomou providencias para
“impossibilitar” tal fato.
Em
2012, a convite nosso, o Prof. Diego, à época com 28 anos, esteve em Teresina e
Timon. Fez uma importante palestra sobre o tema, no auditório do SESI em
Teresina, deu entrevistas e fez várias conversas com públicos diferentes.
Restou a nós, muitas preocupações e uma reflexão: treinar fiscais e
mantê-los presentes em todo o horário de votação, é tão importante quanto
conquistar votos. Quem duvidar, pode chorar depois do leite derramado. Após a
proclamação do resultado, qualquer reação de quem perdeu, é chororô de
perdedor. Adeus Rosa…
…quanto
à “fraude eletrônica”, só tem um jeito: EVITAR. Ai se dará consistência ao
poder originário, essência da democracia.
Chico Leitoa é engenheiro,
ex-deputado federal e estadual e ex-prefeito de Timon
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