Durante a realização da Feira de Agricultura
Familiar e Agrotecnologia do Maranhão (Agritec) Campos e Lagos, promovida no
município de Viana entre 27 e 29 de outubro, jovens mulheres na faixa etária de
18 a 30 anos, puderam demonstrar para o público presente como o artesanato
extraído do bambu, vime e guarimã, está transformando a realidade que vivem,
por meio de um trabalho que exige técnica, paciência e toque feminino.
O projeto “Meninas que sonham”, desenvolvido
pela ONG Akoni, que significa “Mulheres
guerreiras” na língua africana Iorubá, existe há 9 anos, proporcionando
capacitação para qualificação profissional, oportunidade de emprego, geração de
renda, potencialização das habilidades artístico-culturais, a participação
ativa dessas jovens nos processos organizativos e produtivos por meio da
Economia Solidária.
Para o coordenador do projeto em Viana,
Raimundo Carlos Pereira, as jovens atendidas têm no artesanato o ponto de
partida para romper com a exclusão social e trabalharem também, a sua
identidade.
“Começamos a primeira turma em 2007, e já
atendemos cerca de 500 jovens, incluindo além da capacitação para a confecção
de móveis, a chance de tirarmos muitas delas de situação de vulnerabilidade.
Pretendemos gerar não apenas renda e emprego, mas também, a cidadania, a
aceitação, a igualdade de gênero, de raça, a defesa e garantia de direitos”,
disse o coordenador.
Realização da oficina de artesanato de fibras naturais
durante a Agritec Viana |
Thayla Cristina, de 20 anos, começou como
aluna de dança na ONG, mas depois descobriu o artesanato e hoje já é uma das
monitoras do projeto. “É muito gratificante saber que ensino e ao
mesmo tempo aprendo com todas elas. Atendo diariamente 50 jovens, que
perceberam no nosso projeto a chance de estimular a conscientização ecológica,
pois, o material que utilizamos é todo da região da Baixada; a cidadania, já
que tentamos influenciar também o lado humano e social, e também,
proporcionamos alternativas de geração de renda, para a dona de casa até a
adolescente”, frisou a jovem monitora.
O presidente da Agência Estadual de Pesquisa
Agropecuária e Extensão Rural (Agerp), Júlio Cesar Mendonça, afirma que o
escritório regional do órgão em Viana, vai atuar em parceria para valorizar a
técnica, o artesanato local e incrementar as vendas dos produtos. “O
projeto já tem sucesso reconhecido. O Governo do Estado, por meio da Agerp,
passa agora a dar apoio com os nossos técnicos, no processo de capacitação e
gestão, suporte logístico, prospecção de parcerias com outras instituições,
para que o projeto “Meninas que sonham” cresça cada vez mais”, afirmou
o presidente.
De acordo com o secretário de Estado da
Agricultura Familiar, Adelmo Soares, o projeto se destaca por trabalhar a
inclusão social junto às mulheres rurais. “O Governador Flavio Dino faz questão de
reafirmar a importância do papel desempenhado pelas mulheres na agricultura
familiar em todas as Agritecs. E o projeto “Meninas que Sonham” é uma amostra
das conquistas que elas vêm conseguindo nas últimas décadas”.
Com espaço voltado para palestras, troca de
saberes e comercialização, as integrantes do projeto ministraram oficinas e
comercializaram peças durante a realização da Agritec, no estande da economia
solidária.
Agritec
A Agritec é promovida pelo Governo
do Estado, por meio do Sistema da Agricultura Familiar, composto pela
Secretaria de Agricultura Familiar (SAF), a Agência Estadual de Pesquisa
Agropecuária e de Extensão Rural do Maranhão (Agerp) e o Instituto de Colonização
e Terras do Maranhão (Iterma), e integra um conjunto de ações para o
desenvolvimento do setor rural em todo Maranhão, com o objetivo de fornecer
espaços para troca de experiências e ampliar o conhecimento tecnológico em
benefício dos agricultores familiares.
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