Artigo
escrito pelo Engenheiro Civil Chico Leitoa
De
forma consensual, eu, Luciano, Davi e a própria Beta, resolvemos comprar uma
cadeira de rodas para ela, no sentido de melhorar sua movimentação dentro e
fora de casa. Para isso, consultamos um médico amigo, especializado em
ortopedia, Dr. Durval, para nos orientar a escolhermos a melhor opção.
O
casal "Beta e Chico Leitoa" em momento de descontração
|
No
decorrer da conversa, ele indagou sobre o caminho que já percorremos até aqui
na busca de cura e sobre o diagnostico, se é que existia, e sobre a evolução da
enfermidade.
Explicamos
tudo o que tínhamos de informação: trata-se de doença neurológica chamada
ataxia cerebelar e que a complicação do quadro é nítida, principalmente nos
movimentos e na voz. Ele, com habilidade, nos advertiu que deveríamos retornar
a São Paulo, desta vez em hospital especializado e profissional de renome,
especialista em ataxias. Se aceito, ficaríamos aguardando a data, tendo em
vista a dificuldade de se conseguir.
Uma
Semana depois veio a confirmação para as 15 horas do dia 13 de fevereiro na
capital paulista. Nessa mesma data eu tinha uma audiência no Fórum. Às três
horas da manhã do dia 13 partimos de Teresina, e às seis chegamos em Guarulhos.
Meia hora antes do horário marcado, chegamos à Clinica onde fomos atendidos
pelo Neurologista do Hospital Albert Einstein, Dr. José Luiz Pedroso, especialista
em ataxias. Qual foi nossa surpresa: o Jovem Médico foi nos buscar na sala de
espera, e de muito bom humor conduziu todo diálogo para se inteirar da
situação, sendo municiado por mim, a própria Beta, mesmo com dificuldade de ser
entendida, Deusa e o Dr. Durval, que de forma depreendida nos acompanhou mesmo
tendo uma enorme agenda em Teresina. Logo em seguida a consulta propriamente
dita, tendo durado um tempo total de uma hora e trinta minutos. Doutor Pedroso
deu uma aula de conhecimento, no alto dos seus 34 anos de idade, é um dos raros
especialistas em ataxia no Pais.,com domínio completo do assunto, e consciente
dos limites da ciência no que diz respeito à complexidade e das variedades das
doenças do gênero e claro, da cura... Requisitou dois exames que nos obrigou a
adiar de sexta para sábado nosso retorno a Teresina. Na sexta feira, dia 14,
por volta das 14 horas já estávamos noutra Clinica e conversamos por um bom
tempo com a Neurologista Clinica, Dra Lyamara Azevedo, em seguida, por mais de
duas horas dona Beta foi submetida a um examedenominado eletroneuromiografia
dos quatro membros e da língua. Tudo em sintonia com Dr. Pedroso.
Acompanhávamos tudo com o máximo de curiosidade e entusiasmo movidos agora
também pela segurança com que a Médica, a exemplo do Médico, tratou o assunto.
Tudo
sem fantasiar nada ou criar falsa expectativa, mas sem desenganar por completo.
Às vinte horas chegamos ao Hospital do Coração e de 21:30 às 23:30 dona Beta
foi submetida a uma ressonância magnética com seqüência MTC, com
características diferenciadas e que supostamente remete, ou colabora com a
identificação da doença.
Já no
sábado, dia 15 às nove da manhã, recebemos o resultado do primeiro exame e às
15:45h retornamos a Teresina. Terça feira, dia 18 seria disponibilizado o
resultado da ressonância magnética e na quinta, dia 20 retornaríamos ao Dr.
Pedroso, que nos impressionou pela forma segura com que aborda o assunto, sem
fantasiar nada e conseguindo colocar um fio de esperança em nossos corações,
pois com sua explanação, empreendemos uma viagem no mundo da ciência, nos
fazendo crer que pelo menos podemos tentar estancar a doença, que ultimamente
tem avançado com mais velocidade.
O mais
relevante, ele colocou duvida no diagnostico ( ataxia cerebelar ), com o qual
convivíamos há mais de quatro anos, mas as garantias só viriam com a analise
dos resultados dos exames. Saímos de Teresina na madrugada chuvosa do dia 20 de
fevereiro, às 2:30h em um vôo da TAM, as dificuldades de locomoção de dona Beta
foram agravadas pela falta de acessibilidade do aeroporto. mesmo assim, as
5:30h chegamos em Guarulhos. Já com o resultado dos dois exames, chegamos na
hora marcada na Clinica do Dr. Pedroso. Depois da análise minuciosa, Ele fez
várias observações necessárias para que se compreendesse a situação. Trata-se
de doença no neurôneo motor superior, denominada esclerose lateral amiotrófica,
doença de origem desconhecida, de literatura preocupante, pesquisada há mais de
cem anos, sem as devidas respostas, mas sabe-se que ultimamente ocorrem alguns
avanços, dentro e de forma mais avançada fora do Pais, principalmente com
células tronco. O tempo de solução ninguém pode precisar, mas com certeza virá.
O
Médico receitou dois medicamentos, um deles, RILUSOL, medicamento de alto custo,
não disponível para comercialização, e um conjunto de procedimentos que
cumpriremos rigorosamente e que juntamente com a mão de Deus haverão de ajudar
dona Beta a ter uma melhor qualidade de vida. ...Quem sabe, Deus, através dos
seus instrumentos, nos mostrou um caminho, e estamos fazendo a nossa parte.
Como ELE mesmo disse: Faz por ti que te ajudarei... ...A propósito, a algum
tempo atrás eu assistia a um telejornal que noticiava um grave acidente com o
filho do cantor Leonardo. O jornal deixou claro que dificilmente ele escaparia.
Ai eu comentei com dona Beta, que ele tinha chance, primeiro se assim Deus
resolvesse, depois em função da corrente que se formaria em seu favor, em todo
o Pais. Não deu outra, em pouco tempo Pedro se recuperou praticamente sem
nenhuma sequela. ...Façamos uma corrente!
PARABÉNS
Dona Beta (Por Chico Leitoa)
Nesta
data, Beta faz aniversario, há cinco anos enfrentando uma doença neurológica
degenerativa, sua vida mudou quase que por completo, no aspecto da sua participação
nos movimentos que passaram a ser rotina de nossa família antes, e
principalmente depois do nosso envolvimento no processo político.
Convivemos
os primeiros momentos dos sintomas da doença sem querer acreditar que se
tratava de doença de tal natureza. Como já tornei publico em artigo, há algum
tempo convivíamos com o diagnostico de ataxia cerebelar.
Eis
que em mais uma das inúmeras tentativas em busca de tratamento, desta vez em
São Paulo, uma nova versão da doença(veja aqui). Hoje, a vida de Beta é uma
maratona. Hidroterapia e neurofisioterapia, além de fonoaudiologia quase a
semana toda. Mas Beta não se entrega e nem se lamenta pelos cantos.
Dentro
dos limites impostos pela doença, ela se supera e continua sendo o epicentro da
família. Sempre coberta de carinho pelos filhos, netos, cunhadas, mãe, alguns
sobrinhos e muitos amigos fies, tem da minha parte, a dedicação no limite das
minhas possibilidades e muito aquém do que ela merece.
Parabéns
dona Beta, que Deus lhe permita viver muitos anos e devolva sua saúde, mesmo
que não seja na sua plenitude, mas que você possa ter uma melhor qualidade de
vida.
Do
marido que te ama, Chico Leitoa.
emocionante