A história do surgimento dos Ovos de Chocolate
Na Páscoa, a celebração da morte e
ressurreição de Cristo serve como um momento especial para que os cristãos
reflitam sobre o significado da vida e do sacrifício daquele que fundou uma das
maiores religiões do mundo. Contudo, muitos não conseguem visualizar qual a
relação existente entre essa celebração de caráter religioso com o hábito de se
presentear as pessoas com ovos de chocolate.
Para responder a essa pergunta, precisamos
voltar no tempo em que o próprio cristianismo estava longe de se tornar uma
religião. Em várias antigas culturas espalhadas no Mediterrâneo, no Leste
Europeu e no Oriente, observamos que o uso do ovo como presente era algo
bastante comum. Em geral, esse tipo de manifestação acontecia quando os
fenômenos naturais anunciavam a chegada da primavera.
Não por acaso, vários desses ovos eram
pintados com algumas gravuras que tentavam representar algum tipo de planta ou
elemento natural. Em outras situações, o enfeite desse ovo festivo era feito
através do cozimento deste junto a alguma erva ou raiz impregnada de algum
corante natural. Atravessando a Antiguidade, este costume ainda se manteve vivo
entre as populações pagãs que habitavam a Europa durante a Idade Média.
Nesse período, muitos desses povos realizavam
rituais de adoração para Ostera, a deusa da Primavera. Em suas representações
mais comuns, observamos esta deusa pagã representada na figura de uma mulher
que observava um coelho saltitante enquanto segurava um ovo nas mãos. Nesta
imagem há a conjunção de três símbolos (a mulher, o ovo e o coelho) que
reforçavam o ideal de fertilidade comemorado entre os pagãos.
A entrada destes símbolos para o conjunto de
festividades cristãs aconteceu com a organização do Concilio de Niceia, em 325
d.C.. Neste período, os clérigos tinham a expressa preocupação de ampliar o seu
número de fiéis por meio da adaptação de algumas antigas tradições e símbolos
religiosos a outros eventos relacionados ao ideário cristão. A partir de então,
observaríamos a pintura de vários ovos com imagens de Jesus Cristo e sua mãe,
Maria.
No auge do período medieval, nobres e reis de
condição mais abastada costumavam comemorar a Páscoa presenteando os seus com o
uso de ovos feitos de ouro e cravejados de pedras preciosas. Até que
chegássemos ao famoso (e bem mais acessível!) ovo de chocolate, foi necessário
o desenvolvimento da culinária e, antes disso, a descoberta do continente
americano.
Ao entrarem em contato com os maias e
astecas, os espanhóis foram responsáveis pela divulgação desse alimento sagrado
no Velho Mundo. Somente duzentos anos mais tarde, os culinaristas franceses
tiveram a ideia de fabricar os primeiros ovos de chocolate da História. Depois
disso, a energia desse calórico extrato retirado da semente do cacau também
reforçou o ideal de renovação sistematicamente difundido nessa época.
No auge do período medieval, nobres e reis de
condição mais abastada costumavam comemorar a Páscoa presenteando os seus com o
uso de ovos feitos de ouro e cravejados de pedras preciosas. Até que
chegássemos ao famoso (e bem mais acessível!) ovo de chocolate, foi necessário
o desenvolvimento da culinária e, antes disso, a descoberta do continente
americano.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
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