Adelmo Soares, Júnior Martins e Ironaldo Alencar: O plano “B” de Humberto Coutinho para 2016 diante do desastre do sobrinho

Humberto Coutinho engole o orgulho e analisa o cenário sobre qual 

decisão tomar diante da impopularidade do sobrinho, que por sua 

vez vive momentos de tensão diante da possibilidade cada 

vez mais real de ter sua reeleição barrada pelo tio

Mede-se a sagacidade e a esperteza de um político pela sua longevidade no poder e por sua capacidade de sair de situações desfavoráveis em seguidas eleições.

Olhando a trajetória política do deputado Humberto Coutinho, quer queira ou não seus adversários, ele tem um histórico de sucesso.

Desde sua entrada na cena política, em 1988, quando disputou seu primeiro mandato eletivo, foram apenas 16 anos até chegar ao comando da Prefeitura de Caxias e a partir daí demarcar seu nome como um das mais importantes lideranças políticas do Maranhão.

Ao eleger o sobrinho como seu sucessor, HC consolidou a liderança regional e hoje colhe os frutos das seguidas vitórias ao ser ungido ao cargo de presidente da Assembleia Legislativa e ficando colocado, desde já, como um nome forte para conquistar uma vaga no Senado em 2018.

Mas eis que no meio do caminho de tanto sucesso tem uma pedra. Aliás, uma montanha com nome e sobrenome: Leonardo Coutinho.

Eleito em 2012 como uma promessa de ser o membro do clã para herdar o capital político da família, Léo Coutinho mostra-se uma decepção de tal tamanho que o tio não imaginaria o resultado vivido atualmente nem nos seus piores pesadelos.

Mas, para Humberto Coutinho, pior que a decepção da performance do sobrinho seria seu fracasso ao tentar se reeleger prefeito de Caxias, pois isso significaria um duro baque no seu projeto de se eleger senador, haja vista que a classe política enxergaria a fragilidade no seu principal reduto como demonstração de decadência.

E é diante desse cenário de dúvidas quanto a viabilidade da reeleição do atual prefeito de Caxias que o grupo Coutinho já traça cenários com diversos nomes para tomar a dianteira caso a impopularidade de Léo continue apresentando os mesmos índices dos últimos meses.

Entre os vários nomes cogitados nas rodas políticas da princesa do sertão para substituir o candidato do grupo dominante, três importantes lideranças são citadas como possíveis salvadores da pátria. Adelmo Soares, Júnior Martins e Ironaldo Alencar estão entre as possibilidades de disputar o cargo de prefeito.

O atual secretário de Transportes e ex-vice-prefeito Júnior Martins, tem como trunfo a lealdade que dedica ao deputado HC. Apesar da caótica administração e da forma nada ‘elegante’ do prefeito Léo Coutinho tratar a coisa pública, vê-se Júnior Martins ao seu lado, seja qual for a espinhosa missão. Nas últimas semanas, por exemplo, ele tem ocupado os espaços ao lado do desgastado prefeito em aparições na TV visitando obras.

Adelmo Soares tem surpreendido no cenário político local. Depois de uma boa gestão na Secretaria de Esportes do município, o convite para integrar o primeiro escalão do governo Flávio Dino, e lá desenvolver um bom trabalho na Secretaria de Agricultura Familiar, lhe colocou na seleta lista de prováveis nomes para substituir Léo Coutinho em 2016. Sua ligação pessoal com o governador lhe rende pontos importantes numa hipotética disputa interna no grupo.

Apesar de estar sem mandato, o ex-vereador Ironaldo Alencar reúne condições de recompor o grupo Coutinho diante das defecções sofridas desde o início do mandato do atual prefeito. Sua amizade com praticamente todas as correntes políticas da cidade seja talvez a principal arma a seu favor numa possível escolha para suceder LC.

Apesar de serem apenas suposições, os nomes citados neste post se aproximam da realidade que o presidente da AL trabalha.

Muitos nomes existem e outros até podem surgir, mas para quem conhece a fundo os bastidores da política local, o cenário é esse e deve fugir muito pouco do que está relatado acima.

Mas o prefeito Léo Coutinho pode recuperar parte da popularidade perdida nos últimos meses ao ponto de convencer o tio a bancar sua arriscada reeleição.

Humberto Coutinho trabalha com pesquisas e nelas se baseia para tomar suas decisões.

Como a performance do atual prefeito nas sondagens feitas pelo deputado caxiense são desanimadoras, deixar o orgulho falar mais alto e não reconhecer o fracasso familiar pode se tornar um preço muito alto a se pagar.

Léo Coutinho vive momentos de tensão.

A possibilidade de ser substituído por um dos jogadores que estão no banco de reservas, mesmo tendo o técnico do time como parente, será a maior decepção da sua vida.

As vezes, a vida pode ser dura demais mesmo para quem nasceu em berço de ouro.

Mas é aceitar a realidade ou jogar tudo a perder.