Em 1º de agosto de 1823, o povo caxiense livrou-se do
domínio português.
Por Wybson Carvalho, poeta e membro da
Academia Caxiense de Letras
Neste sábado, 1º de agosto, Caxias completa
197 anos de adesão à independência do Brasil.
Proclamada a Independência do Brasil, no dia
7 de setembro de 1822, em nossa pátria não reinou a calma. Na Bahia e Maranhão,
as lutas contra a nossa independência foram mais sangrentas. O Maranhão só vem
aderir à causa da nossa independência em 28 de julho de 1823, e Caxias é o
último foco de resistência.
Segundo o historiador caxiense César Augusto
Marques, a Vila de Caxias aderiu à causa da independência da seguinte
forma:
A junta provisória do governo do Ceará,
desejando favorecer as intenções dos habitantes do Piauí, que ambicionavam a
sua independência, deliberou expedicionar para essa província o governador das
Armas, José Pereira Filgueiras e Tristão Gonçalves Pereira Alencar Araripe, para
que promovesse o bom êxito do tal projeto.
Pondo-se em marcha os expedicionários a 30 de
março de 1823, recebeu o dito governador a carta imperial, de 16 de abril do
mesmo ano, autorizando-o a reunir toda a força para proclamar a independência
do Maranhão.
Apresentou-se a junta aos redores da Vila de
Caxias com perto de 6 mil homens, e, depois de longas fadigas e privações, no
dia 31 de julho do dito ano celebrou-se uma honrosa convenção em sessão
extraordinária da Câmara Municipal, reunida na então capela de Nossa Senhora
dos Remédios, tendo a ela comparecido: o clero, a nobreza, o povo, e os
sitiantes comandados; entre outros, pelo major Salvador Cardoso de Oliveira e
João da Costa Alecrim, e os sitiados sob o comando do major português João José
da Cunha Fidié.
No dia seguinte: 1º de agosto de 1823, as
tropas independentes entraram em Caxias e, no dia 6 daquele mês, procedeu-se a
eleição para vereadores tendo sido eleitos: Francisco Henrique Wilk, capitão
Clemente José da Costa, José Isidoro Viana, Francisco Joaquim de Carvalho, João
Ribeiro de Vasconcelos Pessoa e José Maria César Brandão. Na realidade, a
bravura do povo caxiense foi, é, e sempre será uma característica marcante nas
conquistas de uma cidadania livre e soberana.
Em verdade, no ano de 1822, quando ocorreu,
simbolicamente, o “Grito da Independência do Brasil”, a Vila de Caxias era
habitada, predominantemente, por uma população lusitana. A classe hegemônica
constituída de portugueses exercia a dominação ao comércio, à igreja e à
educação no lugar. E, portanto, assim, não queria contrariar os interesses da
Coroa de Portugal à qual tínhamos o jugo de subordinação política.
Mas, somente quase um ano depois,
precisamente, em 1º de agosto de 1823, o povo caxiense livrou-se do domínio
português e a aderiu à independência para se tornar soberano e patriota,
também, à cidadania brasileira. A Vila de Caxias tornava-se, também, livre do
cunho de estado colonial e se constituía em um próspero centro comercial e
soberano da nova Província do Maranhão.
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