Caxias,
cidade maranhense cortada pelo Rio Itapecuru é a síntese econômica e cultural
do Maranhão e da história do Brasil. Ficou conhecida tanto pela grandeza do que
seus filhos fizeram em prol do engrandecimento cultural do país. De Caxias
saíram incontáveis poetas, escritores, construtores e políticos.
Não
sem motivo, tem o apelido saudosista, ver com seu passado: “Princesa do
Sertão”. Foi por lá que foram lançados os primeiros trilhos da Estrada de Ferro
São Luís-Teresina. O trecho inicial da via que liga as capitais do Maranhão e do
Piauí foi aberto em 1885, bem no começo do Brasil republicano, ligando a
princesa do Sertão ao povoado Cajazeiras.
Em
1919, portanto há 100 anos, abriu-se o trecho São Luís-Caximbos, prolongado em
1920 até Caxias. Somente em 1938, os trilhos chegaram a Teresina, com a
construção da Ponte sobre o Rio Parnaíba. Os trens de passageiros, que fizeram
nascer várias cidades ao longo de seu curso e do Rio Itapecuru, rodaram até
1991, enquanto os cargueiros permanecem resistindo ao tempo e ao
desenvolvimento. Portanto, o peso econômico de Caxias fez com que ali se
instalasse uma das estações mais bem projetadas de toda aquela rede ferroviária
do Maranhão.
Depois
de décadas de abandono, o desembargador aposentado, ex-professor e ex-diretor
de O Imparcial,
Arthur Almada Lima Filho resolveu colocar em prática o que parecia um sonho
impossível. Transformar a estação de trens da Princesa do Sertão na sede de
o Instituto Histórico e Geográfico de Caxias. Trata-se de uma associação
científica e cultural, fundada em 12 de dezembro de 2003, com o pomposo nome de
“Casa de César Marques”.
César
Augusto Marques (12/12/1826 — 5/12/1900) era médico, professor,
escritor, tradutor e historiador. Autor do maior e mais amplo Dicionário da
Província do Maranhão, um clássico com várias edições editadas. A finalidade do
IHGC é simples, mas de uma vastidão imensurável: promover estudos, pesquisas,
debates e, sobretudo, difundir conhecimentos em todas as áreas. Com esse
objetivo e princípios devidamente registrados em seu estatuto, o presidente
Arthur Almada tornou-se seu provedor e zelador do prédio da estação, hoje
depositária de imenso acervo histórico e cultural. (O Imparcial)
0 comentários:
Postar um comentário