Do UOL -
“A
gente sabe que está aqui porque estamos pagando pelos nossos erros, mas também
somos seres humanos e estamos sendo tratados como feras selvagens”,
afirma um dos detentos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís
(MA). Em vídeos divulgados nesta terça-feira (1º) pela entidade de direitos
humanos Conectas, presos afirmam que são vítimas de torturas praticadas por
agentes penitenciários e policiais militares e reclamam da falta de assistência
jurídica e das precárias condições de higiene da penitenciária.Os depoimentos
dos presos integram o relatório “Violação
Continuada: Dois Anos da Crise em Pedrinhas”, resultado de seis inspeções
realizadas nos últimos dois anos por membros da Conectas, da OAB-MA, e das ONGs
Justiça Global e SMDH (Sociedade Maranhense de Direitos Humanos). “A
comida já chega aqui azeda. Não consigo suportar nem o cheiro dessa comida.
Está todo mundo aqui morrendo de fome e desnutrido”, afirma outro
preso. Todos os detentos tiveram sua identidade preservada.
Eles reclamam também da falta de material de
higiene, mostram bloqueios que fazem para evitar os ratos e baratas nas celas e
a falta de tratamento médico básico.
Outro detento reclama de “seguidas
torturas” cometidas por carcereiros e policiais militares: “eles
jogam bomba aqui dentro da cela. Não tem oxigênio para sair para lugar nenhum.
Aí a gente fica aqui, pedindo socorro. “Quanto mais a gente grita, mais eles
jogam”. Para a advogada e diretora da Justiça Global, Sandra Carvalho,
os presos sofrem tortura física e também psicológica. “As violações de direitos humanos
são recorrentes não apenas em Pedrinhas, mas em todo o sistema penitenciário do
país”, diz.
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