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Brincando com o perigo! Dragas irregulares continuam retirando areia do rio Itapecuru e PF pode agir a qualquer momento

30.9.13
Quando os fiscais do DPNM - Departamento Nacional de Produção Mineral, autuaram os proprietários de dragas que retiram areia do rio Itapecuru em Caxias, no último dia 13 de agosto, o assunto tomou conta da cidade por conta da importância do insumo para a construção civil, pois sem areia, as obras param.

Do prefeito Léo Coutinho aos vereadores caxienses a grita foi geral.

Os empresários do ramo correram atrás do prejuízo e foram, literalmente, chorar nos pés do atual e do ex-prefeito da cidade.

Sem a documentação necessária para a exploração do serviço, muitos dos proprietários corriam que nem barata tonta sem saber onde reclamar e para quem reclamar.

O assunto foi levado para o debate político na Câmara pelo vereador Mário Assunção que protestou contra a ação do DNPM.

Nos primeiros dias após a fiscalização, as dragas da cidade ficaram praticamente paradas.

Para muitos o assunto ficou no passado e a ação dos fiscais do DNPM foi caindo no esquecimento.

Mas é ai que mora o perigo.

Nos primeiros dias, o auto de paralisação do Departamento Federal foi cumprido a risca, mas, aos poucos, muitos desses empresários começaram a retirar areia do rio durante a madrugada.

Agora já fazem isso a luz do dia sem medo da ação dos fiscais. Com isso, o perigo que essa turma está correndo aumenta a cada dia.

Quando foram autuados em 13 de agosto, o material existente no leito do rio em cada draga foi confiscado pelo DNPM, sendo que os proprietários assinaram um auto de paralisação em que estava registrado que, além da paralisação, não poderia haver o consumo “nem o comércio do material obtido ilegalmente”.

Praticamente todos desrespeitaram esse auto de paralisação e tanto o material apreendido quanto o do fundo do rio, está sendo comercializado normalmente.

Mas o que os empresários caxienses não sabem é que o DNPM tomou as medidas cabíveis para o caso logo após a fiscalização do órgão.

Entre as medidas tomadas está o pedido de instauração de um inquérito policial junto a Polícia Federal (feito em 23 de agosto), a proposição de ação civil indenizatória junto ao Ministério Público Federal, bem como envio de documentação comprovando as irregularidades encontradas pelo DNPM em Caxias à Advocacia Geral da União.

Confiantes na impunidade, os proprietários das dragas em Caxias apostam todas as suas fichas na proteção vinda do Palácio da Cidade e no suposto poder que o ex-prefeito Humberto Coutinho tem junto ao ministro de Minas e Energia, Edson Lobão.

Com o desrespeito aos autos de paralisação do DNPM, esses empresários locais podem receber a qualquer momento a ‘visita’ dos agentes da Polícia Federal, pois o não cumprimento de autuação de um órgão federal é da ossada da PF.

O “X” da questão

Não é ilegal a exploração de areia no leito de rios no Brasil. No entanto, existe a necessidade de se respeitar normas e procedimentos adotados pelo Departamento Nacional de Produção Mineral.

Todo interessado nesse tipo de exploração de serviço deve cumprir várias etapas até ter ser autorizado a explorar uma área.

O que se vê em nossa cidade é a constante ofensa ao rio e ao seu leito, pois no local usado para receber o material do fundo do rio, logo após a retirada da draga, não é feito o obrigatório replantio da área devastada.

Em Caxias, quase todos os proprietários de dragas se perderam ao não cumprir as normas técnicas necessárias.

Confiantes na impunidade preferiram apostar no famoso “jeitinho brasileiro” para explorarem o velho Itapecuru.

Mas o cumprimento das exigências do DNPM se faz necessária haja vista o estado agonizante do principal rio do Maranhão.

Com sucessivos invernos irregulares nos últimos 4 anos, o material (areia) que desce pelo rio é cada vez mais escasso e por isso o respeito por determinadas áreas de exploração, para que o rio não venha a sofrer com a exploração desordenada, devem ser cumpridas a risca.

Caso não exista uma solução justa e coerente entre todos os envolvidos, em breve teremos, além da exploração irregular do Itapecuru, muita gente que se considera intocável sendo ‘visitada’ pela PF.

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