Durante evento do STTR, Neto do Sindicato diz que poder econômico não pode se sobrepor a luta dos trabalhadores e defende presidente da entidade: “já foi ameaçado de morte”

Vereador Neto do Sindicato

Durante evento anual de prestação de contas do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais – STTR de Caxias realizado na manhã desta sexta-feira, 17, no Centro de Treinamento João Paulo II, o vereador e diretor financeiro licenciado da entidade, Neto do Sindicato, deu o tom do novo momento vivido pelos trabalhadores rurais em todo o Brasil.

Em discurso inflamado, Neto disse que a gestão anterior (de Jair Bolsonaro), não valorizava a vida. “Um governo que não trabalhava em benefício dos trabalhadores. A coisa se reverteu graças a força das instituições brasileiras”, avaliou o parlamentar conclamando os demais companheiros do campo a se unirem por mais conquistas. “O trabalhador precisa estar unido a partir do município aonde você mora. Precisamos avaliar como é que queremos o nosso município: com saúde, com educação, com estrada, com incentivo à agricultura, precisamos que tenha isso”.

Apesar das conquistas já obtidas pelos trabalhadores rurais, Neto disse que a luta não pode parar “porque não adianta só acharmos que temos assentamento e já temos tudo. Nós precisamos lutar por mais”, defendeu ele aproveitando que uma das tratativas do evento, que era sobre a preparação para a Marcha das Margaridas, que essa luta seja também pelas mulheres. “Por benefício para mulheres, para as crianças, enfim, para que o agricultor, a agricultora, possa ter vida igual ao cidadão da cidade, é por isso que nós estamos voltando para ser vereador”.

Tendo retornado à Câmara Municipal recentemente, o vereador destacou que o trabalhador rural está vivendo um novo momento e que não pode perder tempo. “Nós não podemos perder nem 1 minuto, companheiros, porque os grandes não tem pena de pobre. Eles não estão nem aí se não tem estrada, não tem farmácia popular. É isso que a classe trabalhadora tem que saber”.

Saindo em defesa do presidente do Sindicato dos Trabalhadores rurais, que recentemente foi ameaçado de morte, Neto disse que “o poder econômico não pode se sobrepor a quem luta e defende os trabalhadores. Esse aqui (se dirigindo ao presidente do Sindicato, Antonio Vieira Mota) tá ameaçado de morte, foi ameaçado de morte bem aqui no Mimoso (povoado do 3º distrito de Caxias)”.

Localizado no 3º distrito de Caxias, os moradores do povoado Mimoso estão sendo vítimas do avanço do agronegócio na região e o STTR está defendendo os interesses dos trabalhadores que vivem no local. “A luta que nós temos feito [no povoado Mimoso] aonde os companheiros nasceram e se criaram, pessoas com 90 anos morando lá”, ressaltou Neto.

Presidente do STTR, Antonio Vieira Mota (Pepita)

Entusiasmado com o envolvimento dos trabalhadores e trabalhadoras do Sindicato no evento, o presidente avaliou que isso fortalece o movimento. “São momentos como esse que mantém vivo o trabalho da diretoria do Sindicato, a qual não se cansa de ser transparente nas ações realizadas em prol dos nossos agricultores e agricultoras do município”, comentou Pepita.

Como o histórico do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadores Rurais é de luta constante na defesa de todos que vivem no campo, um dos assuntos abordados durante o evento de prestação de contas da entidade foi também sobre a “Marcha das Margaridas 2023”, a maior mobilização em defesa da luta das trabalhadoras rurais em todo o Brasil e é uma homenagem a Margarida Maria Alves, uma trabalhadora rural e presidenta do Sindicato de Trabalhadoras Rurais de Alagoa Grande (PB), que foi cruelmente assassinada em 1983 defendendo os trabalhadores do campo.

Ficou definido que o STTR de Caxias será representada no evento nacional, que será realizado em agosto na capital federal, com uma delegação de mulheres.

Após a leitura do demonstrativo financeiro 2022, a prestação de contas foi aprovada por unanimidade pelos associados presentes. 

Confira trechos do discurso de Neto do Sindicato durante a assembleia do STTR: