De 13 a 17 de maio, comemora-se a Semana Nacional de Museus. O museu é este lugar a serviço da população, que adquire, conserva e incentiva a pesquisa. Em Caxias, o museu temático Memorial da Balaiada, no morro do Alecrim, criado em 1997, a partir de 2004 passou a ser um museu escola após a construção e reúne um acervo eclético de caráter histórico.
“Nós somos um centro de
documentação, recebemos anualmente milhares de pessoas, tendo em vista que ano
passado foram mais de 75 mil visitantes. Temos aqui uma exposição de artefatos
arqueológicos, resultante das escavações realizadas no ano de 1997. Vocês podem
encontrar botões das roupas dos soldados, balaios, louças encontradas no
quartel e pregos e dormentes no quartel, inclusive ossos das pessoas que
morreram durante o combate da balaiada”,
explica Mercilene Torres, diretora do Memorial da Balaiada e Historiadora.
O Memorial conta ainda mobiliário de
época retratando uma casa do período do século XIX. “Nós temos uma sala de estar do
século XIX, com objetos pertencentes ao século XIX e século XX, temos louças
portuguesas, oratórios e cristaleiras, piano pertencente ao Coronel Cesário
lima, um quadro do poeta Gonçalves Dias, pintado por um artista francês no ano
de 1865, temos uma foto com casa de azulejaria portuguesa, temos baú de época e
personalidades como: Raimundo Vila Nova, Josina Caldas, tia de Vespasiano
Ramos, ou seja, famílias ilustres que moraram em Caxias no século XIX”,
ressalta a diretora.
No Centro do Memorial está a maquete
construída por Deusiano Gomes, que representa a chegada dos balaios em Caxias,
mas também contempla um pouco da estrutura arquitetônica da cidade. Além disso,
há também os materiais encontrados no período das prospecções arqueológicas
realizadas no Morro do Alecrim e a grande tela em Xilogravura da artista
plástica Tita do Rego, como explica a historiadora.
“Temos aqui objetos de castigos
exemplares, grilhões, a gargalheira, a corrente, o tronco, o chicote peia de
bacalhau e a palmatória. Temos também um caldeirão de ferro de origem inglesa
de 1851, usado pra fazer a alimentação dos escravos, temos objetivos de castigo
dos escravos como tesoura de tortura e o brasão de ferrar os escravos, moedas
de época, chaves de casarões, da família do Agripino Lobão. E a Xilogravura,
chamada A Balaiada em Caxias, quadro de Tita do Rego, Tita comemorou este ano
60 anos de idade na Alemanha. Então, o quadro a Balaiada em Caxias traz mais de
200 anos de história da nossa cidade. Você pode observar as tribos dos índios
Timbiras, Gamelas e Guanarés, a antiga fábrica de tecidos fundada em 1889, as
palmeiras encantadas da Praça Gonçalves Dias, temos um despacho representando
os rituais africanos, temos lendas como a da cobra sucuri do Rio Itapecuru, a
princesa Prizilina do Bairro Cangalheiro e também do enterro feito em Rede no
século XIX em Caxias”, relata Mercilene Torres.
Na 17ª edição da Semana Nacional de
Museus, 1.114 instituições de cultura em todo o país estão oferecendo 3222
atividades. O Memorial da Balaiada também tem sua programação e o ponto alto
será na sexta-feira, dia 17 de maio.
A professora e pesquisadora Maria do
Amparo vai ministrar uma palestra a partir das 9h intitulada: “Museus como
núcleos culturais”, e ao longo do dia tem visitas guiadas, mesas redondas e
finalizando com um show musical à noite.
“O Memorial se constitui como um
equipamento cultural com a proposta de museu escola e de aprendizado, onde as
pessoas da cidade e os visitantes se sintam representados neste espaço, se
aproprie e se identifique com aquilo que é exposto aqui”,
afirma Maria do Amparo, mestre em arte, patrimônio e museologia. (Ascom)
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