Ribamar Corrêa - O ex-prefeito de São José de Ribamar e
ex-pré-candidato ao Governo do Estado pelo PMDB Luis Fernando Silva tornou-se
ontem um dos mais importantes quadros do PSDB no Maranhão, num ato de filiação
partidária cuja dimensão há muito não se via no estado. Realizado no Rio Poty
Hotel, o evento político ultrapassou todas as expectativas em volume de
presença e no peso dos líderes das mais diversas cores partidárias que foram
lhe dar as boas vindas, a começar pelo governador Flávio Dino (PCdoB), que
saudou a conversão do pemedebista ao tucanato em meio a intensos aplausos.
Mais do que o ritual político tradicional de
filiação partidária, o ato de ontem foi claramente o primeiro passo concreto do
ex-homem-forte do Governo Roseana Sarney como pré-candidato à Prefeitura de São
José de Ribamar. Isso porque ao longo da reunião toda ênfase foi dada a esse
projeto, que ele não confirmou explicitamente, mas que foi enfatizado por todos
os que lhe saudaram. Um dos discursos mais enfáticos nessa direção foi o do
prefeito Gil Cutrim, que praticamente o lançou e deixou claro que vai apoiá-lo
integralmente.
Brandão abona ficha
de filiação de Luis Fernando, acompanhado pelo governador Flávio Dino
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Luis Fernando Silva entrou no PSDB com o pé
direito e de cabeça erguida, atendendo a um convite que lhe fora feito pelo
presidente estadual da legenda, o vice-governador Carlos Brandão. A filiação
foi o ponto culminante de uma costura política longa e cuidadosa realizada pelo
prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira. Tanto que o convite foi chancelado
por todos os líderes do PSDB do Maranhão e, mais do que isso, avalizado pelo
governador Flávio Dino e pelos chefes dos partidos que formam a grande coalizão
que dá suporte ao Governo do Estado.
Para se ter uma ideia do vitral partidário
que lhe saudou, do ato participaram o presidente da Assembleia
Legislativa, deputado Humberto Coutinho (PDT), o ex-governador e atual deputado
federal João Castelo (PSDB), o ex-deputado federal Jaime Santana (PSDB), o senador
Roberto Rocha (PSB), o ex-deputado federal Gastão Vieira (na corda bamba entre
o PMDB e o PROS), os deputados federais Pedro Fernandes (PTB), Waldir Maranhão
(PP), Eliziane Gama (PPS), os deputados estaduais Eduardo Braide (PTN), Antônio
Pereira (DEM), Raimundo Cutrim (PCdoB), os ex-deputados federais Simplício
Araújo (SD) e Domingos Dutra (SD), além de grande número de prefeitos, muitos
vereadores e líderes políticos de base das mais diversas cores partidárias,
incluindo aí o PMDB.
Chamou a atenção o fato de que Luis Fernando
Silva saiu de um extremo partidário para outro sem lesão como político, como
gestor público ou como cidadão comum. Todos os discursos de saudação foram
enfáticos nesse registro. Foi lembrada à exaustão sua longa e bem sucedida carreira
como gestor público, não fazendo diferença se essa aconteceu no grupo
adversário ao que o abraçou agora. Todas as vozes destacaram sua gestão
maiúscula na Prefeitura de São José de Ribamar. E foi apontado por todos como
um político correto, que em nenhum momento renegou o grupo liderado pela
ex-governadora Roseana Sarney, que lhe deu todas as oportunidades de mostrar
que é bom no que faz.
Luis Fernando Silva tem agora uma longa e
desafiadora caminhada pela frente. O primeiro desafio será voltar à Prefeitura
de São José de Ribamar e repetir ali a excelência administrativa que marcou os
seis anos que passou como gestor municipal. Terá de confirmar também o seu
desempenho como secretário estadual de Educação e de Infraestrutura, assim como
demonstrar a correção e a firmeza como chefe da Casa Civil. Sabe que como
tucano a realidade será bem diferente, mas é exatamente essa diferença que
exigirá dele a competência como gestor.
Em plano mais geral, a conversão de Luis
Fernando Silva ao tucanato fortalece muito o PSDB na Ilha de São Luís e no
Maranhão como um todo. Pode-se avaliar como um gol de placa de Sebastião
Madeira e Carlos Brandão, que sonham voos mais altos e precisam de um partido
forte para embalá-los. E vista por outro ângulo, o PSDB poderá fazer planos
mais arrojados tendo o novo cardeal à frente. É como dizia Lister Caldas, uma
das mais importantes raposas políticas que o Maranhão produziu no século
passado: Quem viver verá.
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