Por
Edson Vidigal, advogado, foi presidente
do Superior Tribunal de Justiça e do Conselho da Justiça Federal.
Ao inspirar ânimo na militância incitando-a a
defender o Governo da Dilma, o Presidente nacional do PT evocou um fato
histórico ocorrido no Chile quando começaram os protestos que culminaram com a
deposição do Presidente Allende – “É um Governo de merda, mas é o meu Governo”.
Para neutralizar certamente eventuais
patrulhamentos, o Presidente nacional do PT esclareceu que o argumento foi
disseminado pelas esquerdas ao defenderem o mandato do primeiro Presidente
eleito por uma forte coligação de comunistas e socialistas e logo aditou – “O
Governo (o da Dilma) não é de merda, mas é o nosso Governo, e temos de
defendê-lo”.
Mas por que tamanho cuidado para que o lema tão
transparente, sem subterfúgios, dos camaradas chilenos não soasse no Brasil
destes tempos de agora como repeteco do que por lá, afinal, acabou mal, muito
mal?
Por cá todos sabemos que merda no teatro, por
exemplo, é uma palavra com sentido da maior seriedade. Dir-se-ia sagrada. Na
estreia da peça, e só vale na estreia, um ator ou atriz não pode desejar boa
sorte ao colega que entra em cena porque isso por mil razões dá é azar. Então
lhe deseja merda. Não pode haver retribuição com a intensidade do mesmo afeto
porque isso também, ao que se acredita, dá muito azar.
Eu não saberia dizer qual a relação que esses
cuidados a ponto de se evitar uma palavra tão poderosa têm a ver com o humor do
povo brasileiro. Ou saberia?
Pela pesquisa do Ibope que saiu ontem, o povo
brasileiro está dizendo que nessa época em que tudo está subindo, incluindo os
preços dos alimentos e dos remédios, subiu também consideravelmente a taxa de
reprovação do Governo da Dilma para 64%. Subiu também, e agora para 74%, o
percentual das criaturas que não confiam mais em sua pessoa.
Tem razão o Presidente nacional do PT. O Governo
não é de merda, não. Mas pelos índices de rejeição, não obstante, este não é o
Governo da maioria absoluta do povo brasileiro.
Por falta de verbas o Brasil travou também os
projetos de desenvolvimento cientifico e tecnológico. Consola saber que os
cientistas lá de fora não desistiram da busca por coisas boas para a humanidade.
Agora, por exemplo, a equipe de Kathleen Smith, da
United States Geological Survey, confirmou haver descoberto metais como
platina, prata e ouro em resíduos de fezes humanas. Outro estudo comprovou que
as fezes de um milhão de americanos poder render até 13 milhões de dólares em
metais preciosos.
Olha só que alternativa para o meio ambiente na
nossa amazonia, mais precisamente em Serra Pelada!
E tem mais – o Bill Gates, um dos homens mais ricos
do mundo financia a criação de equipamentos que transforma excrementos humanos,
ou seja, a merda e o mijo propriamente ditos, em agua potável e em
eletricidade. Assim, acredita estar contribuindo para salvar vidas incontáveis
no planeta. O próprio Bill já provou da sua agua e aprovou.
Talvez por isso que nos parques da Coreia do Sul há
monumentos em que homens, mulheres crianças, arriando as calças, celebram a
nova futura riqueza do planeta.
Olha o Maranhão aí chegando na passarela, gente!
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