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Não é só em Caxias! Fraude em licitação de publicidade deu origem ao mensalão do PT

16.8.13
Marco Valério, marqueteiro que emitia 
notas frias ao governo do PT
Que ninguém pense que problemas ou fraudes em licitações de publicidade são atos exclusivos de Caxias.

O mensalão do PT, criado no primeiro mandato do presidente Lula, para pagar propina para parlamentares que integravam a base de apoio ao governo federal, foi a origem de tudo.

É que o dinheiro gasto com propaganda é de difícil constatação de sua aplicação.

Exemplos: se uma agência de propaganda envolvida na prática de lavagem de recursos públicos quer captar dinheiro ilícito e repassá-lo ao gestor criminoso, emite uma nota fiscal onde discrimina ter feito 200 mil folders, 10 mil cartazes e 150 out-doors de determinada campanha publicitária e cobra então o valor exato desses serviços, mas na verdade só fez 500 exemplares dos folders, 200 cartazes e 5 out-doors. A diferença entre o que de fato foi executado é repassado para o chefe do esquema. Como a constatação se esse serviço foi feito ou não demora anos, quando as contas do gestor corrupto chegam ao TCE e TCU, não tem como a confecção ou não desse material ser averiguada.

As licitações de publicidade do Banco do Brasil, Banco Popular e Brasil Telecom, vencidas pela agência do pseudo-publicitário Marco Valério, através da agências DNA e SMP&B, serviram para arrecadar recursos que irrigaram o mensalão.

As empresas de Marco Valério simulavam campanhas publicitárias com notas fiscais frias e os recursos oriundos dessa operação eram depositados numa conta do Banco Rural, em Brasília, onde os parlamentares faziam saques que variavam de 30 a 50 mil reais todos os meses no que foi denominado pelo ex-deputado Roberto Jefferson de “mensalão”.

Cópia do Jornal dos Cocais onde denuncio notas frias emitidas 
pelo marqueteiro Carlos Alberto e pagas pelo então 
prefeito Humberto Coutinho no ano de 2009
Denunciei no Jornal dos Cocais e apresentei notas fiscais frias emitidas e pagas pelo então prefeito Humberto Coutinho à empresa do marqueteiro Carlos Alberto.

A empresa Estação Produções, de propriedade de Carlos Alberto, cobrava todos os meses pela exibição de dezenas de out-doors inexistentes e de milhares de folders e cartazes que ninguém viu na cidade.

Consciente do que denunciava, fui mais adiante e fiz uma representação contra o marqueteiro Carlos Alberto e o então prefeito de Caxias junto ao MP em Caxias.

Desde então, investigo e denuncio toda as licitações de publicidade que a Prefeitura de Caxias tenta fazer.

Denunciei e denuncio por dever de cidadão, e para evitar que as práticas do passado venham a acontecer novamente.

Como caxiense, jamais poderia permitir que o dinheiro do povo de Caxias fosse desviado em pagamento de notas fiscais frias com serviços de publicidade.

CPL de Caxias já protagonizou vários escândalos 
durante a gestão de Humberto Coutinho
Na Recomendação Notificatória n° 100/2013, que a promotora Carla Mendes enviou ao prefeito Léo Coutinho, ela é taxativa e pede a suspensão imediata de todos os atos referentes à Concorrência 005/2013, por, entre outras coisas, o edital não prevê a destinação de R$ 1 milhão de reais no montante de R$ 3 milhões a serem gastos com propaganda.

O vereador Catulé denunciou na tribuna da Câmara nesta semana que essa diferença astronômica seria usado para o novo mensalão do ex-prefeito Humberto Coutinho. “Eles querem reverter a queda na popularidade e esse dinheiro poderá ser usado para isso, pois não existe destinação de onde será gasto no edital”, avaliou o parlamentar.

Vamos esperar o prazo de 48 horas dado pela promotora Carla Mendes para que o prefeito Léo Coutinho anule ou não a licitação 005/2013 diante de tantos indícios de irregularidades no referido certame.


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