Por Wybson Carvalho
São
Sebastião nasceu na França, no século III. Adolescente, em Milão, alistou-se no
exército de Diocleciano, chegando ao cargo de comandante da guarda pessoal
deste imperador. Denunciado por outros soldados, por ser cristão, Sebastião foi
condenado à morte, sendo executado por centenas de flechas atiradas por outros
soldados, estando Sebastião amarrado a um tronco - esta é a imagem mais
conhecida deste santo. Como não morreu, voltou a pregar o cristianismo, o
imperador então mandou que fosse espancado e, depois de morto, jogado no esgoto
público de Roma, mas o corpo foi achado e sepultado por outra cristã. Em 680,
por época da trasladação dos restos mortais para uma basílica construída pelo
imperador Constantino, a peste epidêmica que assolava Roma cessou, por isso ele
é conhecido como protetor contra epidemias, guerras e fome. São mais de cem as
paróquias de São Sebastião no Brasil, mas, talvez, a mais conhecida seja a do
Rio de Janeiro, onde as homenagens contam com a corrida de São Sebastião,
missas e procissão que sai da igreja de São Sebastião dos Capuchinhos, na
Tijuca, em direção à Catedral Metropolitana para bênção e missa solene oficiada
pelo Arcebispo do Rio de Janeiro. Na Paróquia de São Sebastião fica a imagem do
padroeiro trazida em 1565 por Estácio de Sá para a fundação da cidade de São Sebastião
do Rio de Janeiro. O marco de fundação e os restos mortais de Estácio de Sá
também ficam na paróquia. As festas a São Sebastião acontecem de norte a sul do
Brasil e possuem peculiaridades em cada lugar.
São
Sebastião era um soldado romano que foi martirizado por professar e não renegar
a fé em Cristo Jesus. O Santo é conhecido como protetor da igreja e por
"realizar" vários milagres. Isso fez com que São Sebastião com o
passar dos anos ganhasse milhares de devotos.
Em
Caxias do Maranhão, no mês de janeiro é realizada a principal devoção a São
Sebastião: festa com missa pela manha, à tarde acontece uma procissão
percorrendo as principais ruas e travessas da comunidade do Pau D'água, na qual
fica a Capela, que recebe e encerra a procissão, e o largo do festejo
distinguido com o nome do Santo. São Sebastião é devotado, principalmente,
pelos fiéis que se doam ao tríduo: novenas, missa e procissão nas comemorações
em louvor ao Santo. Na cidade, a manifestação religiosa já foi instituída,
tradicionalmente, há décadas, no calendário local, pela família Assunção. As
homenagens acontecem a partir do domingo que precede ao dia 20 de janeiro, com
a busca do mastro na reserva ecológica do Inhamum; um verdadeiro ritual
matinal, capitaneado por membros da família Assunção, fiéis e líderes
comunitários, dentre os quais, o servidor público federal, Odak, que leva
amigos a se fortalecerem com o, também, tradicional lanche - café, chocolate e
caldo de carne - na residência de Dona Seba. À tarde há o levantamento de mastro,
queima de fogos de artifício e novenas.
O Mastro - Neste mês de janeiro, devotos
de São Sebastião participarão das solenidades alusivas ao Santo, que começarão
às 5h com alvorada festiva no largo de São Sebastião, após a alvorada será
feita a retirada do mastro na reserva ecológica do Ynhamun e finalizará com um
cortejo em carregamento do mastro pela cidade, sendo o mesmo fincado ao chão
antigo Largo, precisamente, em frente à Capela com o nome do santo. São cerca
de 2 km percorridos até à Reserva Ecológica do Inhamun, situado na MA-127, que
liga Caxias ao município de São João do Sóter. Todos os anos, antes do início
do festejo, integrantes da Associação de Amigos e Devotos de São Sebastião se
organizam para a escolha dos troncos da Pindaíba. Algumas vezes se dá lugar à
Imbiriba. As árvores são demarcadas. Mas no percurso mata adentro, a escolha do
tronco, conta com a ajuda dos fiscais de área de preservação do meio ambiente,
da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Após a escolha de três opções da Imbiriba,
que servirá como mastro de São Sebastião, fiéis devotos do santo aguardam a
chegada do domingo. Momento em que ocorrerá o ritual de derrubada do mastro,
dando início a uma das mais importantes festejos católicas da região dos
Cocais.
Wybson Carvalho é jornalista,
poeta e membro da Academia Caxiense de Letras.
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