Francisco Gonçalves destaca a importância de combater o trabalho escravo. (Foto: Divulgação) |
A
Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo no Maranhão
(Coetrae/MA), vinculada à Secretaria de Estado de Direitos Humanos e
Participação Popular (Sedihpop), realizou, nessa quarta-feira (14), o último
dia de programação da Caravana da Liberdade em Caxias.
O
objetivo da caravana foi articular a rede de combate e prevenção a este crime
nos níveis municipal e estadual, criando comitês que atuem especificamente com
a pauta, unindo o trabalho do poder público e da sociedade civil local. A
Caravana percorreu Codó, Timbiras e Caxias, três dos 40 municípios com maior
incidência de trabalho escravo e inseridos no Programa Estadual de
Enfrentamento ao Trabalho em Condições Análogas ao de Escravo.
Durante
a Caravana, o secretário de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular,
Francisco Gonçalves da Conceição, destacou o papel desempenhado pelo Projeto
Escravo Nem Pensar!, que realiza discussões nas escolas públicas sobre a pauta
e assim, sensibiliza e conscientiza os alunos quanto à prática, ressaltando
que, no combate e na prevenção, é fundamental que haja um envolvimento de toda
a sociedade civil e do poder público.
"Somos
os grandes herdeiros dos abolicionistas, daqueles que lutaram pelo fim da
escravidão no Brasil e que se fazem presente na nossa luta atual pela garantia
da liberdade e dignidade humana", afirmou Francisco Gonçalves aos alunos presentes na
solenidade.
A
aluna do 9° ano, da Escola Unidade Integrada Isaura Costa, Ingrid Vitória
Moraes de Lima, 15 anos, participou da Caravana da Liberdade e do Projeto
Escravo Nem Pensar!. Ela avalia que projetos e eventos como esse são
necessários para alertar as pessoas para os perigos e possibilidades de
enganações que estão por trás de promessas que oferecem muito dinheiro e acabam
aprisionando pessoas à dividas, que elas mesmas não têm como pagar.
"Esta
conscientização é importante para evitar que as pessoas caiam em ciladas, como
pode ter acontecido com algum familiar, que não tinha as mesmas
informações",
afirmou Ingrid Vitória Moraes de Lima. Para a aluna, a condição de escravidão
ocorre em decorrência da forma de pensar a contratação do trabalhador, os
criminosos se beneficiam da falta de oportunidades das pessoas que moram no
nordeste brasileiro.
Francisco
Gonçalves comemorou o diálogo com a Prefeitura e afirmou que há uma expectativa
positiva nos resultados da Caravana, pois a postura do prefeito evidência a
possibilidade de colaboração, indícios de sensibilidade ao tema, de compromisso
com as populações mais vulneráveis do município, o que consolida uma parceria
consistente no enfrentamento ao trabalho escravo. Ele destacou a criação do
Comitê em Caxias, que é uma cidade polo e que pode servir como uma referência
para as cidades vizinhas, estabelecendo na região uma liderança.
O
evento contou com a presença do poder público local, instituições e órgãos que
trabalham no combate ao trabalho escravo, além de sindicatos e escolas que
participaram do Escravo Nem Pensar!, e outras representações. Ao final, foi
fundado um Comitê Municipal de Enfrentamento ao Trabalho Escravo, composto por
13 representantes da sociedade civil e do poder público local, que tendem a
desempenhar um trabalho de prevenção e combate a este crime.
A meta
é criar Comitês Municipais nos 40 Municípios com maior incidência de trabalho
escravo e inseridas no Programa Estadual de Enfrentamento ao Trabalho em
Condições Análogas ao de Escravo.
Fonte: Secom/ Governo do Maranhão
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