A
procuradora-geral da República, Raquel Dodge, assinou portaria designando o
subprocurador-geral da República Nicolao Dino de Castro e Costa Neto para
ocupar a vaga destinada à força-tarefa da Operação Lava Jato no Superior
Tribunal de Justiça.
Dino
foi o mais votado na lista tríplice na sucessão de Rodrigo Janot, quando o
presidente Michel Temer optou por nomear Dodge, a segunda colocada na eleição
promovida pela Associação Nacional dos Procuradores da Repúblic (ANPR).
Sua
designação para o STJ surpreendeu advogados e gerou avaliações precipitadas.
Como Dino era o candidato de Janot, sua designação para atuar no STJ fez
reacender a imagem de que poderiam surgir “novas flechadas” na Lava Jato.
É uma
referência à afirmação de Janot feita em julho de 2017: “Enquanto houver bambu,
lá vai flecha”. Na ocasião, o então PGR oferecera denúncia no Supremo Tribunal
Federal contra Temer sob acusação de corrupção passiva.
Dodge
já havia sido escolhida para suceder Janot e a frase era uma indicação de que a
procuradoria-geral continuaria no mesmo ritmo até setembro, quando haveria a
troca de comando.
Ao
designar Dino para o STJ, Raquel Dodge apenas formaliza a deliberação do
Conselho Superior do Ministério Público Federal, que, no último dia 3,
escolhera o nome do substituto da subprocuradora-geral Maria Hilda Marsiaj
Pinto.
Nicolau
Dino já fez parte da força-tarefa no STJ, criada pela PGR quando os processos
da Lava Jato, até então concentrados em Curitiba, passaram a ter desdobramentos
em Brasília.
Em abril
de 2016, Dino deixou a coordenação da Câmara de Combate à Corrupção do MPF (5ª
CCR) para assumir o posto de vice-procurador-geral eleitoral, substituindo
Eugênio Aragão, nomado ministro da Justiça.
A
força-tarefa da Lava Jato no STJ funciona como um grupo de apoio, emitindo
pareceres, fazendo sustentação nos julgamentos de habeas corpus e recursos de
segundo grau. Não age contra as autoridades que detêm foro especial, cujos
inquéritos e processos são julgados pela Corte Especial do STJ, na qual tem assento
o vice-procurador-geral Luciano Maia.
Dino
deverá atuar na Quinta Turma do STJ.
Nicolao
Dino e Maria Hilda estavam entre os 47 membros do MPF indicados por Janot em
novembro de 2016 para compor o grupo de articulação e promoção do projeto das
“10 Medidas Contra a Corrupção”. Dino foi um dos porta-vozes desse grupo.
Ele é
irmão do governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), que presidiu a
Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe).
Nicolao
Dino presidiu a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e foi
membro do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Dirigiu a Escola
Superior do Ministério Público da União.
Na Folha.
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