Governador Flávio Dino mostra-se insensível com o sofrimento dos caxienses |
O fim dos convênios do governo do MA com o
município de Caxias na área da saúde dominou os debates na sessão desta
segunda-feira, 20, na Câmara Municipal.
O vereador Durval Júnior usou a tribuna para
fazer um duro discurso lembrando da época que também discursava contra o fim de
convênios na saúde no governo da então governadora Roseana Sarney. “Antigamente,
aqui nessa tribuna, quantas e quantas vezes eu vim falar da Roseana Sarney por
tal fato [fim dos convênios]?!”, iniciou Durval asseverando que não
iria se calar agora. “Mas eu não vou me calar de forma alguma,
porque o sujeito é governador do Maranhão eu vou jogar os erros dele pra
debaixo do tapete. Agora, nós vamos ter a obrigação, a moral e a decência de
resolver esse problema, porque a questão é política, mas quem tá pagando a
conta é povo de caxiense”.
Fim do convênio com a Maternidade Carmosina
Coutinho é inaceitável
“Como pode, em plena crise, uma maternidade
que é macro regional, um governador tirar R$ 1.350.000,00 (hum milhão e
trezentos e cinquenta mil reais) sem dar nenhuma satisfação pro povo caxiense?!
Um governador que nasceu politicamente em Caxias, mas que não tá respeitando a
população”, registrou Durval Júnior.
Neto do Sindicato
Pedindo um aparte ao colega, o vereador Neto
do Sindicato elevou o tom das críticas por conta do fim dos convênios na área
da saúde lembrando, inclusive, das facilidades em conseguir a realização de
cirurgias no Hospital macroregional do Estado em 2016, e que desde a posse de
Fábio Gentil, é praticamente impossível qualquer facilidade naquela unidade de
saúde. “Eu tenho andado em busca de resolver o problema de uma cirurgia que no
ano passado era muito fácil pra mim resolver e agora é muito difícil”,
lembrou Neto ressaltando que, por fazer parte da base do prefeito Fábio Gentil, estaria tendo
dificuldades no acesso ao Macro e os pacientes não podem pagar por isso. “As
pessoas não deixaram de ser caxienses. Essa senhora [que ele tenta marcar uma
cirurgia no Hospital Macro Regional] não deixou de ter o direito de ser atendida
pelo SUS”, protestou o parlamentar que estendeu suas criticas. “Nesse
momento, um momento de saúde pública, o que a gente tem que fazer é deixar
diferenças políticas de lado. Não dá para nós ficarmos assistindo aqui, a bel
prazer, a briga do governador, a briga do prefeito, porque o prefeito não é
bonito que o governador não vai mandar o dinheiro pra cumprir as necessidades
básicas da saúde do nosso município. Então, essa briga entre poderes, atinge lá
na ponta quem não tem dinheiro, quem não tem o plano de saúde, quem precisa do
SUS pra fazer uma cirurgia. E essa Casa aqui tem responsabilidade, seja de
situação, seja de oposição, porque não adianta se o governador não gosta do
prefeito ou se o prefeito não gosta do governador, ai quem não tem dinheiro pra
fazer um plano de saúde, vai morrer? O que é isso? Essa Casa tem obrigação, se
for o caso, convocar uma audiência pública pra cá, chamar secretário de Saúde,
chamar a população, pra dizer pra população o que tá acontecendo. Se é o
governador que tá errado, tem que ser dito que é o governador que tá errado. Se
é o prefeito que tá errado, tem que ser dito que é o prefeito que tá errado.
Agora o cidadão, que tem direito a saúde, vai morrer porque a diferença que é
porque não é do lado do prefeito, que não é do lado do governador?!
Paciência!!!”, chateou-se o vereador do PC do B.
Repórter Puliça
Foi tão contundente o discurso de Durval
Júnior, que vários vereadores engrossaram o coro das criticas contra a
retaliação que Caxias está passando por parte do governo Flávio Dino. O
vereador Repórter Puliça, tão conhecido pelo senso de humor utilizado nas suas
intervenções no parlamento, deixou de lado a brincadeira e fez uma paralelo
entre a dificuldade encontrada por pacientes de Caxias, que tentam dar entrada
no Hospital Macroregional, e a facilidade daqueles oriundos de Matões. “Hoje
eu soube que Matões tá fazendo é fila. Os doentes de Matões vindo pro Macro Regional.
Os que vem de lá pra cá, se tiver uma unha ferida, opera na mesma hora. E aqui
em Caxias é essa peregrinação do povo correndo atrás de vereador, atrás de
prefeito por uma vaga”, revelou o Repórter Puliça ressaltando que os
parentes dos doentes de Caxias, que tentam uma vaga no Macro, constatam a
existência de vagas naquela unidade de saúde. “O próprio pai do paciente, ou a
mãe, comprovam que existe vaga no macro e lá eles falam que não tem, mas quando
chega alguém lá de Matões, é na mesma hora”.
“O governador Flávio Dino é hoje governador
graças ao povo de Caxias, porque ele começou por aqui. Eu lembro como se fosse
hoje, ele começou em Caxias. O povo de Caxias foi quem aprovou ele e votou
nele. Esse desgosto pelo menos eu não tenho, eu nunca votei nele. Parece que eu
estava adivinhando”, lamentou.
“E eu chamo, situação e oposição, para na
hora que formos tratar dessa questão da audiência pública, a favor do povo de
Caxias, para que nós esqueçamos a briga política e pensemos no bem estar do
nosso povo”, finalizou Durval Júnior.
Catulé diz que Caxias está sem
representatividade política: “hoje somos zero”
Fazendo um resgate da história da saúde
pública de Caxias e da importância que a cidade possuía no âmbito politico
estadual, o presidente da Câmara Municipal, vereador Catulé, lembrou das
conquistas da saúde quando existiam 3
importantes hospitais, numa época que houve até transplante de rim, realizado
na Casa de Saúde, e quando a cidade possuía representatividade politica com “4
deputados estaduais, 2 federais e 2 senadores”. Catulé lamentou que nos
últimos anos, pela falta de liderança política, a cidade perdeu importância
regional e deixou de ter Delegacia da Receita Estadual e do Trabalho, que hoje
funcionam em Timon e em Codó.
“Hoje nós somos zero. Estamos perdendo tudo.
Perdemos o IML, que foi feito pelo Dr. Marcelo. Se você tiver um problema na
Receita Federal, que aqui era uma Delegacia Federal, hoje é posto. Se você cair
na malha fina tem que se arrancar pra São Luís. Ministério do Trabalho que nós
temos aqui, é posto. Pra tirar uma carteira de trabalho, um dissidio coletivo, é
pior, tem que ir pra uma cidade menor do que aqui, Codó. Até a Receita
Estadual, que desde que eu me entendo por gente é uma regional, hoje é posto
subordinado a Timon. Hoje, já somos quintal de Timon”, lembrou Catulé
enfatizando que essa diminuição da importância política da princesa do sertão
se dá pela falta de agentes políticos com representatividade. “Por que isso?
Porque nós estamos fracos de representação política. Fraco de representação
política”, repetiu o presidente que continuou: “Se nós estivéssemos fortes na
representação política, nós não estaríamos passando essa condição na saúde. Nós
tínhamos até o mês de dezembro, e quem tem celular, computador observa isso,
dinheiro suficiente pra manter a saúde. A partir do dia 1º [de janeiro] nós não
tivemos mais. O prefeito só conseguiu pagar esses 2 meses da saúde por que a
justiça federal bloqueou o dinheiro da repatriação, que era R$ 5 milhões, e
acabou o dinheiro. E aí? Quem é que paga essa conta? A classe política e é
necessário que o povo saiba a quem cobrar”,
encerrou Catulé.
Coro Sabá só para enfatizar que Caxias é Gestão Plena e recebe recursos para manter os Hospitais em funcionamento. O que se ver e que o Hospital Geral está fechado. Hoje todas as Cirurgias de urgência e emergência, ortopédicas é especialidades estão sendo realizadas no Hospital Regional. O Hospital Geral tem recursos próprios para manter até a Urgência aberta com portaria ministerial, mais está com a urgência fechada. O Hospital Regional está fazendo sua parte, cabe ao Município fazer a perde dele. Os Vereadores tem que cobra para a Secretária de Saúde o Funcionamento do Hospital Geral.