
O Carlos foi dos primeiros a proclamar que com essa
dieta do argentino a Dilma ficou não só mais magra como também mais bonita.
Mas o Carlos não é uma pessoa comum, é um cidadão
consciente dos seus direitos, um legalista, profissional do direito, aliás,
muito bem casado.
Pai de uma bem sucedida operadora do direito,
levada a onde está por méritos próprios aferidos em concurso público, o Carlos
partilha com sua ex–parceira de armas e lutas as alegrias que recolhem todo avô
e avó amorosos ao se reencontrarem com um neto ou neta. Gabriel, o neto, já
beira os 5 anos de idade.
Quem vê a Dilma de hoje, pelo lado de fora das
cercanias do Palácio, pedalando sua bicicleta, calçando tênis, óculos escuros e
capacete especial, como ordenam os legisladores do Denatran, dificilmente se
lembraria da antiga Dilma, a pedestre matinal da península sul, que percorria
sem pressa o mesmo itinerário antes percorrido pelo Dirceu, pelo Palocci,
pela Gleise.
Quando pelas mãos do Dirceu a Dilma saiu de Porto
Alegre para a equipe de transição para o primeiro mandato do Lula, ela saiu-se
tão bem nos preparatórios do novo Governo que o Lula não hesitou em nomeá-la
para cuidar das Minas e das Energias.
Depois, com o Jefferson provocando um tremor no
Palácio, a alguns pontos acima da escala Richter, o Dirceu voltou à Câmara e de
lá saiu sem o mandato de Deputado e inelegível por oito anos. Começava a novela
do mensalão.
Ministra Chefe da Casa Civil, Dilma consolidou-se
na confiança do Presidente até que, não havendo clima no Brasil para um
terceiro mandato consecutivo como havia para o Chaves na Venezuela, o Lula em
meio à gloria do seu maior pique de popularidade a catapultou a Dilma,
lançando-a candidata à sua sucessão.
No nordeste, onde o Governo transbordava
popularidade mais que o sistema Cantareira dos inundáveis tempos, mas ninguém
sabia quem era a Dilma, não foi difícil associa-la ao Lula. Logo ela virou a
mulher do Lula.
- Em que você vai votar?
- Ora, na mulher do Lula.
Numa região de tanto atraso politico votar na
mulher do Presidente é normal. Tantos não já votaram na mulher do Governador,
no filho do Presidente, na filha do Senador?
E como a mulher do Lula, a Dilma foi em frente
improvisando seus discursos psicodélicos.
No Piauí um repórter estranhando seu jeitão
desengonçado e tom de fala mais para o aumentativo, não mediu indiscrição. Ela
respirou fundo, encarou o rapaz dizendo que era até avó. Depois da coletiva,
iriam resolver isso lá fora. Quer dizer, chamou para o bogue.
- Eu tenho cara de poste? A
pergunta impressa sobre uma foto dela saiu numa capa da revista Época.
Com cara de poste ou não, amamentando com carinho o
PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) ou não, a Dilma mãe do PAC foi
eleita a primeira mulher Presidente .
Agora estamos aí, o Governo e, por via de
consequência, todos nós, metidos nesse parangolé dos infernos e a Dilma nem
pode falar em herança maldita porque tudo de ruim no testamento quem fez foi
ela.
O que a Presidenta hoje pode falar e o faz com a
segurança, firmeza, bom humor e desenvoltura de quem está mesmo por dentro do
assunto tem a ver com suas ultimas incursões antropológicas.
Coisas que nem o Darci, que dedicou a vida a
amansar índio, jamais imaginou. Olha aqui o ode à mandioca, em puro dilmês:
- Então, aqui, hoje, eu tô saudando a mandioca, uma
das maiores conquistas do Brasil. Aqui tem uma bola (de folha de banana,
presente de uma índia), uma bola que eu acho que é um exemplo. Ela é
extremamente leve, já testei aqui, testei embaixadinha, meio embaixadinha...
bom, mas a importância da bola é justamente essa, é símbolo que nos distingue.
- Nós somos do gênero humano, da espécie sapiens,
somos aqueles que tem a capacidade de jogar, de brincar, porque jogar é isso
aqui. O importante não é ganhar e sim celebrar.(...) Então, para mim, essa bola
é o símbolo da nossa evolução, quando nós criamos uma bola dessas, nos
transformamos em homo sapiens ou mulheres sapiens (nada a ver com homem sapo ou
mulher sapo).
Com essa dieta argentina, que a Cristina ainda não
sobretaxou, a Dilma – quer queira ou não Lula – é nosso orgulho e troféu de
vingança contra a Alemanha. Eles tem lá um bocado de coisas de primeiro mundo –
educação de qualidade, segurança pública no melhor padrão, produto interno
bruto lá em cima, inflação lá embaixo. A Alemanha tudo isso e muito mais. Eles
tem a Ângela Merkel.
Nossa vingança por tudo, inclusive pelo 7 a 1
contra o Brasil no final da Copa do Mundo, é agora podemos ver com todo orgulho
nas fotografias tiradas nos G7, G8 ou 10 do planeta a nossa Presidenta lado a
lado com a Merkel.
E quem é hoje a coisinha mais bonitinha do Lulinha?
A Dilminha, é claro.
0 comentários:
Postar um comentário