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Vereador Catulé e presidente da OAB caxiense esclarecem episódio ocorrido na UEMA durante evento que seria debatido a criação de universidade regional

26.5.17
O presidente da Câmara Municipal de Caxias, vereador Catulé, e o presidente da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil em Caxias, Agostinho Neto, ambos convidados para evento realizado na noite desta quinta-feira, 25, no auditório do Cesc/Uema, em que seria debatido a criação de uma universidade regional Caxias, a UEMA Leste, que na verdade consistia em transformar o polo caxiense da UEMA numa instituição superior independente, o que significaria mais recursos e uma grande conquista para Caxias e região, mas que acabou sendo prejudicado pela ação de pessoas sem capacidade para o debate.

Nas notas de esclarecimento feitas por Catulé e Agostinho Neto, ambos apresentam suas versões dos fatos ocorridos.

Ainda hoje faço uma análise do episódio e coloco a mensalada em crise de abstinência em seus devidos lugares.

Os esclarecimentos seguem abaixo:

NOTA DE ESCLARECIMENTO  (Vereador Catulé)

Ontem (25) eu, representando o Legislativo Municipal, fui convidado a contribuir na discussão pela criação da UEMA Leste em fórum realizado no auditório do CESC/UEMA. Convite este estendido também aos poderes Executivo e Judiciário. A professora Jordânia Maria, como deixou claro em seu posicionamento, se incomodou com minha presença, ou melhor dizendo, da classe política, ao ponto de me acusar de ter a ofendido usando o termo “moleca”. O que não ocorreu! Trago a verdade dos fatos. Fiz questão de degravar todo o meu discurso (também compartilho áudio) para que vocês tirem suas próprias conclusões:

Convite

Os professores desse centro educacional têm um sonho antigo. Se discute a criação dessa universidade há anos nessa cidade. E quando eu recebi o convite para vir para cá eu fiquei animado, pois a forma como está sendo conduzida foi diferente da forma que se iniciou lá em Imperatriz.

Uema Sul

O governador Flávio Dino achou por bem criar a Universidade Sul, e criou! A Assembleia Legislativa fez um “muxoxozinho”, adiou por duas vezes a votação, que é obrigado a se votar a lei de criação. Mas votou, e foi criado. E eu acho que o governador, quando toma essa atitude, sabe o que está fazendo. Tem que ter responsabilidade. A criação de uma universidade dessa tem que ser bastante estudada, tem que ter um orçamento próprio. Tudo isso já foi discutido aqui. Então, eu creio que o governador não é irresponsável para, da noite para o dia, dizer: vamos criar a Universidade Sul, a Universidade Leste, sem condições de colocá-las para funcionar. Eu respeito as manifestações de quem é contra ou de quem é a favor. Mas eu nunca vi nenhuma instituição nascer, começar, sem problemas. São naturais os problemas.

Curso de Medicina

Dou como exemplo aqui a criação da faculdade de Medicina de Caxias. Todos os reitores que passaram naquela época foram contra. Muito deles, porque se completava com o dinheiro da UEMA. A prova é que eles se elegeram para deputados. E um deles é notícia a toda hora a nível nacional, para manchar mais ainda o nosso estado do Maranhão. Qual é a universidade que hoje não passa por problema? Uma das maiores universidades da América Latina, que é a Uspi, quase fecha as suas portas. A universidade estadual fluminense, da mesma forma. Mas se nós formos criar uma universidade, estivermos pensando nisso, nós não vamos para frente, não vamos coisa nenhuma. Nenhum reitor queria o curso de Medicina. Foram problemas para chegar onde estamos hoje. O curso de Medicina que eles não acreditavam hoje está no ranking como um dos melhores do país.

São contra só porque são contra?!

Por que o sul pode criar uma universidade e o leste não pode? Respeito vocês estudantes, mas não respeito quem tem consciência tranquila e segue orientação de bandidos mascarados. E dou como exemplo, esse reitor que nunca veio aqui, criar uma tal de UEMA Itinerante para insuflar e para comprar irresponsáveis e inconsequentes. Mal maranhense que é contra um projeto desse. Estou acostumado a enfrentar descarados e inconsequentes. Eu não vi aqui, os que são contra, dizer que são contra porque a universidade não vai ser instalada em Codó, em Timon ou em Coelho Neto. São contra só porque são contra?! Eu acho que quando somos contra, temos que justificar o porquê. Eu creio que o que nos falta é ação política. E por isso que foi criada a e Imperatriz. É um direito de vocês serem contra, é um direito de vocês vaiarem. Até porque vocês não são dessa região e acham que aqui não merece toda essa estrutura.

Exemplo dos palestrantes

Ouvi o professor Expedito, com maestria, mostrar e dá exemplo, como deu também a mestra da universidade do Vale do Cariri. Ela não nasceu da noite para o dia. E posso dizer para vocês, que sem uma ação política forte, esse sonho não se realiza. Mas eu aconselho a vocês, que façamos uma audiência pública, já que isso não vai parar. Nós precisamos descentralizar.

Encerramento

Eu não sei como é que uma diretora de centro com ficha da pior qualidade pode comandar movimentos como esse. Como é que uma professora sai para não ouvir opiniões contrárias. Nós temos que ouvir as diferenças. Para encerrar, nós precisamos de vontade política. Pois foi aqui que o governador Zé Reinaldo, depois de pressão, criou as faculdades de Medicina e Enfermagem. Com pressão da classe política e estudantes. Parabéns para vocês! Muito obrigado!

ESCLARECIMENTOS SOBRE O FÓRUM DA CRIAÇÃO DA UEMA DO LESTE. Por Agostinho Neto, presidente da OAB/Caxias

Deveria ter sido um debate, e por ser na Universidade e sobre universidade deveria ser de alto nível intelectual e racional. Não foi isso que aconteceu, infelizmente acadêmicos de Codó, Coelho Neto e Timon se comportaram como torcida organizada, insultando, xingando e vaiando todas as autoridades convidadas que se posicionaram a favor da criação da Universidade do Leste. Entre esses alunos estavam também professores desses Centros. Lamentável e vergonhoso a falta de compostura e de comportamento condizente para um debate.

Interesses políticos corporativistas de grupos de dentro da UEMA, bairrismo do tipo "se Timon não vai ser a sede da Universidade do Leste é preferível continuar a ser periférico da UEMA de São Luís" foram argumentos que se travestiram de UEMA forte é unida. É aceitável a crítica de que não convidaram previamente os Centros de Timon, Codó e Coelho Neto para discutir a ideia da criação da Universidade regional do Leste, porém fazer disso um campo de batalha é inaceitável.

As indagações sobre a viabilidade dessa proposta é saber se vai reduzir os entraves burocráticos dos processos decisórios, se vai possibilitar a ampliação do en sino superior público, s e vai ampliar as verbas para o ensino, a extensão e pesquisa universitária, por fim indagar se a criação da Universidade regional do Leste é melhor para a Educação e para o desenvolvimento do Maranhão e para a Região do Leste. Esse é o debate que tem que ser feito.

A UEMA é patrimônio público, é uma ignorância educacional, política e institucional dizer que esse debate só deve ser feito pela comunidade universitária, como foi dito por uma professora. Ao contrário, a UEMA precisa dialogar e interagir com a sociedade e as demais organizações sociais.

Não entendo a proposta da Universidade regional do Leste como divisão ou enfraquecimento da UEMA, mas como descentralização do poder decisório e da gestão do Ensino Superior Estadual, que tornará mais ágil, com mais eficiência e voltada para dar respostas aos problemas da realidade regional.

SOBRE A PARTICIPAÇÃO DO PRESIDENTE DA CÂMARA

Não ouvi, ou melhor, não foi possível ouvir em determinados momentos, o Vereador Catulé em seu discurso ofender professores, porém pelo fato dele ter defendido enfaticamente a criação da Universidade regional do Leste foi vaiado e insultado, assim como todos os que se manifestaram a favor. Não sei se pela defesa entusiástica da proposta da Universidade regional do Leste e por fatos do passado ouve a reação forte contra a sua pessoa.

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