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Academia Caxiense de Letras ganha sede restaurada e fortalece sua posição de guardiã cultural da Princesa do Sertão

26.9.25

A sensação foi a de um renascimento, não de mero ponto de vista físico, mas de um revigoramento cultural, a reinauguração, na quarta-feira (24), do majestoso prédio secular que abriga a Academia Caxiense de Letras, na Princesa do Sertão. A reforma, patrocinada pelo Governo do Estado, restaurou a feição e as linhas originais, devolvendo à Rua Comendador Alderico Silva, 737, uma joia do melhor padrão da arquitetura colonial portuguesa. A reabertura da Casa de Coelho Neto, em clima festivo, foi o ponto alto de um processo que começou em 2024, quando o comando da entidade formalizou o pedido de apoio ao Governo do Estado, com base na Lei de Incentivo à Cultura, prontamente atendido pelo governador Carlos Brandão (PSB), que fez a entrega formal da obra e saiu de lá levando os agradecimentos, o reconhecimento dos integrantes da confraria cultural e o diploma de Sócio Benemérito. Além do governador, a láurea foi destinada também ao deputado Adelmo Soares (PSB), autor de lei estadual que tornou a ACL Patrimônio Imaterial do Maranhão.

A fachada, que fora reformada, sendo-lhe imposta uma pretensa aparência modernista, como um caixão quadrado pontilhado por janelões com basculantes de ferro e vidro, voltou à sua imagem de berço, por obra e graça de dedicados restauradores, que ressuscitaram suas formas arquitetônicas coloniais, com cinco portas e cinco janelas de características lusitanas, como foi originalmente concebida. Internamente, os espaços foram redimensionados, com um novo salão para a biblioteca, uma área adequada para o novo auditório.  E ainda contemplou ambientes como sala de convívio e para recepção e espaços administrativos, dando à instituição uma sede digna da sua existência como uma Casa cultural aberta e que tem com o princípio básico o fomento à produção cultural em todos os seus vieses, a começar pela literatura.

A inauguração foi marcada pela presença do governador Carlos Brandão, que entrou a Caxias duas obras de grande dimensão. Primeiro ele inaugurou o Prédio de Ciências da Saúde, do campus caxiense da Universidade Estadual do Maranhão, que será o lastro maior do Curso de Medicina da instituição. O complexo foi batizado “Comendador Alderico Silva”, em homenagem ao empresário Alderico Silva, o “Seu Dá” – celebrizado pelo xote genial de João do Vale – e que numa visão de grande empreendedor, fundou o Hospital Miron Pedreira, o primeiro hospital particular do interior do Maranhão. E num grande ato, ele reuniu milhares de estudantes da rede estadual de ensino aos quais entregou tabletes do programa “Tô conectado”.  

Recepcionado na Casa de Coelho Neto por um grupo de membros da entidade, liderados pelo acadêmico-presidente Ezíquio Barros Filho, o governador Carlos Brandão estava acompanhado do prefeito Gentil Neto (PP), dos secretários Fábio Gentil (Agricultura) e Orleans Brandão (Assuntos Municipalistas), e do deputado Adelmo Soares – um dos principais apoiadores, do projeto de restauração, com ações efetivas para a viabilização do projeto -, além de políticos locais, como a deputada Daniella Jadão (PSB). Além deles, o empresário Flávio Campos, responsável pelas obras.

Depois de percorrer as instalações – que ainda não receberam os móveis -, o governador foi saudado pelo poeta e fundador Wibson Carvalho, que destacou a boa vontade do mandatário estadual para com o projeto, e agradeceu o investimento na vida cultural de Caxias, destacando o ato como um fato histórico. Em seguida, o presidente Ezíquio Filho agradeceu ao governador em nome de todos os integrantes da entidade, assinalando a grandeza da obra para a Casa de Coelho Neto e para a cidade e para o Maranhão. O jornalista e acadêmico Ribamar Corrêa fez o agradecimento em nome dos seus pares, ressaltando o fato de que, ao apoiar a restauração do prédio secular, o governador Carlos Brandão proporcionou muito mais do que a reforma física, uma vez que a reforma promoveu o resgate de uma parte importante da memória caxiense, que é muito rica em cultura e política.

O governador Carlos Brandão se disse feliz e honrado de haver participado desse projeto, assinalando que lhe dedicou atenção diferenciada, por entender que a Academia Caxiense de Letras tem um papel relevante na vida da cidade. “Inaugurei outras academias, mas a de Caxias tem uma importância especial, pela importância que a cidade lhe dá”, declarou o governador, destacando também o empenho que os líderes acadêmicos dedicaram ao projeto. Ao final, o mandatário maranhense foi homenageado com o diploma de Sócio Benemérito da instituição, sobretudo pelo fato de que foi decisivo no fortalecimento de uma entidade que é muito mais do que uma confraria literária, por ser um centro cultural da cidade, aberto a todos e muito frequentado, sobretudo por estudantes

Não houve pompa, mas a reinauguração do prédio sede da Academia Caxiense de Letras foi um ato de importância cultural superior. Não só pela restauração em si, mas pelo valor simbólico que ela representa com a devolução da sua feição original, e sobretudo pelo resgate de parte da memória cultural, comercial e política da cidade, que é um dos baluartes da identidade cultural e política do Maranhão.

Em Tempo: vale destacar que o ato de reinauguração foi agraciado pela música refinadas da Orquestra de Câmara de Caxias, um grupo que ganha estatura a cada apresentação.

Repórter Tempo

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