Incomodados com o desgaste na imagem do ex-presidente, bolsonaristas de todos os cacifes tentam agora responsabilizar o próprio Lula como culpado das sanções dos EUA
“SALVA MEU PAI, TRUMP!!!”. Bolsonaro é a
desculpa que Trump queria para taxar, sem
precisar, as exportações brasileiras
Blog do Marco D’Eça - Uma nova ordem unida digital – aquela disseminação de fake news usada pelo exercito bolsonarista para tentar tornar real as coisas que só existem no mundo paralelo do bolsonarismo – começou a ser aplicada em todo país nos últimos dias.
Trata-se de uma tentativa de mudar a percepção do cidadão comum, de que as sanções absurdas dos Estados Unidos às instituições brasileiras são fruto da traição da pátria cometida pelo filho do ex-presidente, o deputado federal auto-exilado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
- mas não há o que discutir: Donald Trump puniu o Brasil numa espécie de chantagem para livrar a cara de Bolsonaro;
- as punições ao ministro do STF Alexandre de Moraes são represálias de Trump ao processo contra o ex-presidente.
“A Ordem considera que a perseguição, intimidação, assédio, censura e processo politicamente motivados pelo Governo do Brasil contra o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro e milhares de seus apoiadores são graves violações dos direitos humanos que minaram o Estado de Direito no Brasil”, diz o documento assinado por Trump.
Essa motivação do presidente americano levou a um forte desgaste na imagem de Bolsonaro e dos seus apoiadores – que passaram a ser vistos como traidores da pátria. Para reverter o desgaste, os exércitos bolsonaristas têm repetido, desde então, que as sanções são respostas às provocações de Lula a Trump, o que sequer é citado em qualquer dos documentos americanos.
Historicamente de esquerda, Lula sempre teve visão ideológica em relação aos EUA, desde os seus tempos de militante sindical; e sempre expôs publicamente seu pensamento.
- mesmo assim, os governos americanos – democratas e republicanos – nunca sequer ameaçaram impor sanções ao Brasil por causa da posição de Lula;
- Desde George W. Bush (2002), passando por Barack Obama (a partir de 2008) e até no primeiro governo Trump (2016), a relação sempre foi amistosa;
- o próprio filho de Bolsonaro confessou que agiu e continua agindo contra os interesses do Brasil, como vingança pelo julgamento do pai por golpe.
“Dos Estados Unidos, não falo em nome de ninguém, mas posso garantir: não haverá recuo. Se tudo der errado, pelo menos, nós estaremos vingados”, afirmou Eduardo Bolsonaro, ao festejar as sanções contra o Brasil. (Leia aqui)
É claro que Donald Trump usa a chantagem das tarifas para tentar salvar os próprios EUA, a caminho da decadência; e viu na cantilena do filho de Bolsonaro uma ótima oportunidade para inventar taxação do Brasil.
Mas ele jamais usaria o caso Bolsonaro como desculpa se não tivesse sido apresentado a essa questão pelo filho do ex-presidente.
É simples assim…
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