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Rumores de que agronegócio estaria se movimentando contra Lei que proíbe pulverização aérea em Caxias gera intensos debates na Câmara Municipal

23.4.24

Neto do Sindicato foi enfático na defesa do PL de sua autoria que proíbe
pulverização aérea no município de Caxias

Foi bastante movimentada a sessão ordinária da Câmara Municipal de Caxias desta segunda-feira, 22, que tratou, entre outros temas, de uma suposta movimentação dos produtores agrícolas contra a Lei que proíbe a pulverização aérea nos limites territoriais da cidade.

Moradores do povoado Caxirimbú, uma das localidades mais afetadas com a utilização indiscriminada de agrotóxicos por via aérea, foram arregimentados por iniciativa do ex-vereador Joãozinho do PT e ocuparam boa parte das galerias da Câmara Municipal para protestar caso a revogação da Lei fosse apreciada na noite desta segunda-feira. Joãozinho do PT é um dos ativistas sociais de Caxias mais preocupados com as consequências negativas que o agronegócio está provocando em toda a zona rural do município.

A diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caxias também se fez presente na sessão, o que mostra que os trabalhadores rurais tem meios para se organizar e defender os interesses do homem do campo.

Mas foi o vereador Neto do Sindicato que fez uma defesa enfática da Lei que proíbe a pulverização aérea no município e, mais uma vez, denunciou as consequências dos agrotóxicos nas plantações da zona rural e na saúde dos moradores dos povoados.

Do alto da tribuna, Neto do Sindicato fez um relato da luta dele e de vários companheiros pelas conquistas na zona rural de Caxias e disse que nunca havia pensado que o pior estava por vir, que é ação do agronegócio na cidade.

Ex-vereador  Joãozinho do PT (em primeiro plano na foto) convidou os moradores do
Caxirimbú para participarem da sessão

“O pior estava por vir, que é o agronegócio e suas perversidades. E eu queria relatar [o] porque das perversidades. Eles pegaram [e] desmataram toda a aérea e sequer deixaram um cordão de isolamento ou uma área ematada que pudesse proteger as casas. Eles tiraram toda a vegetação e um dos primeiros problemas que teve foi o grande assoreamento. Mas esse é apenas um dos problemas. Eles começaram com o plantio desenfreado de soja. Não [sou] contra o plantio de soja, mas a forma que eles fizeram”, iniciou o vereador que narrou o depoimento dramático de uma companheira do povoado Caxirimbú sobre a situação dos idosos daquela localidade após a pulverização aérea: “Neto, os idosos daqui, na hora que esses perversos terminam de pulverizar, parece que eles estão com covid”.

 

A plateia presente na sessão, majoritariamente de moradores do povoado Caxirimbú e de sindicalistas que defendem os trabalhadores rurais do município, aplaudiu efusivamente o vereador Neto do Sindicato.

 

Apesar dos rumores de que algum vereador poderia propor a revogação do Projeto de Lei que proíbe a pulverização aérea nos limites territoriais de Caxias, o barulho provocado na sessão desta segunda-feira mostrou que a idéia, caso esteja sendo pansada por algum parlamentar, não deve prosperar.

 

A participação de moradores da zona rural de Caxias, da diretoria do STTR, do ex-vereador Joãozinho do PT protestando contra qualquer tentativa nesse sentido, aliado ao discurso enfático do vereador Neto do Sindicato em defesa da manutenção do PL de sua autoria mostra que os moradores da zona rural de Caxias estão organizados e que os empresários do agronegócio devem procurar outras formas seguras para combater as pragas em suas plantações.  

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