A
recente derrota do grupo Coutinho na eleição da subseção da OAB Caxias é uma
prova inequívoca de que o poder e a influência do dinheiro não é suficiente
para barrar um sentimento de mudança e de união de qualquer segmento social ou
político.
Quando
falo no poder e influência do dinheiro estou me referindo aos contratos de dezenas
de advogados na Prefeitura de Caxias, que foram incansáveis, e as vezes incontroláveis,
na busca pelo voto nos últimos meses.
Com cerca
de 40 advogados empregados na Prefeitura, a Chapa apoiada pelo prefeito Léo
Coutinho ganhou um largo terreno logo na saída da campanha.
A
pressão exercida pelos principais apoiadores da Chapa 37, todos com cargos
importantes na administração municipal, e que são do restrito círculo de
amizades de Léo Coutinho, mostram que a estratégia palaciana foi cuidadosamente
articulada para agradar aos interesses do prefeito.
Coincidentemente,
e eu não sou de acreditar em tantas e corriqueiras coincidências, os principais
apoiadores da Chapa 37 são os mesmos que assinam as ações na justiça movidas
pelo prefeito Léo Coutinho contra o titular do blog.
O
temor dos advogados independentes de Caxias era de que o fanatismo dos
advogados da Prefeitura fosse a busca de uma “OAB amiga” para garantir o
silêncio da entidade contra o desastrado governo municipal. Esse receio também
foi compartilhado pelo signatário do blog, que soube esclarecer didaticamente
aos causídicos sobre o risco que a vitória da Chapa 37 representaria à OAB
local.
E foi
o perigo da OAB tornar-se mais uma vez uma entidade irrelevante no município que
fez o jogo virar nos últimos dias.
Demonstrando
o interesse e a preocupação com o desfecho da eleição, o próprio prefeito Léo
Coutinho compareceu na sede da OAB minutos antes do encerramento da votação.
Esteve lá pelas imediações do prédio, onde recebeu do procurador do município,
Vinicius Machado Filho, um panorama do processo eleitoral.
Funcionários
graduados do município, e até mesmo a mãe do prefeito, Maria Aparecida Barroso
Coutinho, que não são advogados, passaram as últimas semanas fazendo uma
campanha apelativa nas redes sociais pela Chapa 37, o que só demonstrou o interesse
político por trás dessas ações.
Reconhecimento
Apesar
de todo o fanatismo e do interesse político dos advogados da Prefeitura de
Caxias na eleição da OAB, que tinha o
claro intuito de garantir que a entidade continuasse simpática aos interesses
do Palácio da Cidade, tenho que abrir um espaço para exaltar a participação do
candidato a presidente pela Chapa 37, o advogado Felipe Lebre.
Felipe
Lebre é um jovem advogado que tem pela frente um futuro promissor.
Sua
postura em todo esse processo eleitoral foi das mais dignas. Em nenhum momento
se ouviu dele algum tipo de discurso que não tratasse diretamente dos
interesses da classe.
Seu
grande, e talvez único problema foi, apesar de ser a pessoa certa, estar no
lugar errado, na hora errada e com as pessoas erradas.
Embora
fosse sua Chapa taxada de “Chapa da Prefeitura”, todo esse processo de "carimbo
palaciano" não partiu dele mesmo.
Foram
seus apoiadores que desde o princípio fizeram questão de carimbá-lo como
candidato da turma da Prefeitura.
Certamente
Felipe Lebre ainda será presidente da subseção da OAB local.
A
derrota sofrida não pode e não está sendo debitada a ele.
Seus
apoiadores foram os maiores derrotados.
Léo
Coutinho foi o maior perdedor.
Os 40
advogados da Prefeitura não foram suficientes para garantir a vitória do seu
grupo.
A
união de forças conseguiu impor uma grande derrota aos interesses do Palácio da
Cidade.
A OAB caxiense
é livre.
Acordaaaaaaaa Caxiasssss. E 2016 teram mais uma derrota.