Montante foi
gasto na saúde com as empresas MultMed Ortopédico e Dismahc Comércio e
Representação de Material Cirúrgico, as mesmas do caso das UTIs.
Ex-prefeito Humberto Coutinho |
Duas empresas de Teresina, capital do Piauí, especializadas
em venda de equipamentos hospitalares, receberam da Prefeitura de Caxias R$
19.655.441,56 entre janeiro de 2009 e dezembro de 2012, tempo que durou o
último mandato de prefeito Humberto Coutinho (PSB).
A quantia é exageradamente grande para os padrões dos
serviços de saúde prestados pela prefeitura caxiense, uma vez que esses quase
R$ 20 milhões não fecham os gastos justificados pela administração de Humberto
Coutinho em nome da assistência médica prestada à população. Com salários,
alimentação, combustíveis, energia elétrica e material de consumo, deve haver
uma conta semelhante ou ainda maior.
MultMed Ortopédico e Dismahc Comércio e Representação de
Material Cirúrgico são as mesmas que, no mandato anterior, venderam por mais de
meio milhão de reais os equipamentos dos 11 leitos de UTI pagos por Humberto
Coutinho e que ninguém sabe onde foram instalados.
Para uma cidade onde a rede de saúde é precária, cifras que
se aproximam aos R$ 20 milhões em equipamentos chamam a atenção, principalmente
se comparadas com outros gastos para a área feitos na mesma época em
equipamentos que de fato passaram a existir.
O Governo do Estado gasta em média R$ 1,5 milhão para
equipar uma UPA que atende com grau máximo de satisfação até 20 mil pessoas por
mês.
Para equipar um Hospital Geral, como o de Barreirinhas e
Grajaú, de 50 leitos, o governo investiu em cada um em torno de R$ 3,1 milhões.
Não sai por menos de R$ 1.250.000,00 o custo total dos seus equipamentos de cada
unidade dos 72 hospitais de 20 leitos.
Atualmente, o estado constrói quatro hospitais de grande
porte, cada um com 100 leitos de internação e mais 10 leitos de Unidade de
Tratamento Intensivo (UTI), em Caxias, Imperatriz, Santa Inês e Pinheiro.
Em Caxias, onde o ex-prefeito gastou quase R$ 20 milhões em
casas de vendas de
equipamentos e nada se materializou em assistência ao povo,
a construção do Hospital Macrorregional de 110 leitos vai custar R$ 21 milhões
e todo o seu equipamento de alta tecnologia, exigido por um hospital de alta
resolutividade vai sair por R$ 11 milhões, um pouco mais da metade do que
Coutinho gastou inutilmente nos seus últimos 4 anos como prefeito.
Os R$ 19.655.441,56 gastos em 4 anos pelo ex-prefeito
Humberto Coutinho ultrapassam em quase R$ 4 milhões tudo o que o estado
investiu, no mesmo período, para montar 10 Unidades de Pronto Atendimento
(UPAs), cinco em São Luís e cinco nas cidades de Imperatriz, Codó, Coroatá, São
João dos Patos e Timon. Dentro da Secretaria de Saúde do Estado, seguem as
tomadas de conta especiais sobre o que foi feito pela Prefeitura de Caxias, no
período de Humberto Coutinho, com recursos transferidos pelos governos de José
Reinaldo Tavares e Jackson Lago.
Há o caso do dinheiro transferido e gasto por Coutinho para
a compra e instalação de 11 leitos de UTI Pediátrica. O então prefeito prestou
contas, mas ninguém consegue descobrir onde foram instalados esses leitos de
UTI.
Existem dois outros convênios igualmente nebulosos. Um deles
teria resultado na compra, inclusive, de equipamentos para cirurgias por
videolaparoscopia. Essa compra também tem "contas prestadas", mas tal
como ocorreu com as UTIs que deveriam estar salvando criancinhas, ninguém sabe
onde esse recurso médico foi parar.
SAIBA MAIS
No início do mês, O Estado mostrou o caso dos 11 leitos de
Unidade Intensiva de Terapia (UTIs), que foi encaminhado a uma comissão
especial de tomadas de contas para em seguida ser entregue ao Tribunal de
Contas do Estado e ao Ministério Público.
A denúncia é de que o dinheiro foi liberado pelo Governo do
Estado. Os equipamentos foram comprados e transportados para a cidade, mas
desapareceram da cidade de Caxias em 2008.
Durante o governo do PDT, o secretario estadual de Saúde era
o médico Edmundo Costa Gomes e o prefeito de Caxias era Humberto Coutinho
(PSB), então filiado ao PDT e que se manteve no cargo até 31 de dezembro
passado quando foi sucedido pelo sobrinho, Leo Coutinho (PSB). Nem o hospital
que abrigaria esses leitos de UTI existe mais. O Sinhá Castelo foi desativado
por Humberto Coutinho entre 2008 e 2009.
Em 30 de novembro de 2007, Edmundo Gomes e Humberto Coutinho
assinaram convênio de R$ 523.299,19 para a instalação de UTI pediátrica no
Hospital Municipal Sinhá Castelo. Desse valor o estado repassou imediatamente
R$ 475.726,54. Os R$ 47.572,65, 10% sobre o que dera o estado foram repassados
para a conta do convênio pela Prefeitura caxiense a título de contrapartida.
http://www.difusoracaxias.com.br/noticia/caxias-entre-as-22-cidades-de-porte-medio-que-mais-crescem-no-brasil