Em sua primeira visita internacional e ao Brasil, o Papa
FRANCISCO não se cansou de pregar a necessidade de solidariedade entre os povos
e um veemente repúdio à corrupção.
Essa mensagem vem em um momento emblemático da sociedade
brasileira, em o povo sai às ruas reclamando e clamando por seriedade no trato
da coisa pública.
Parece de suma relevância refletir sobre a mensagem do Sumo
Pontífice, homem simples que consegue dialogar de igual para igual com o povo
sem perder a ternura e a firmeza na defesa de suas posições.
É hora, pois de mudanças de práticas e posturas. Até porque
o povo não mais aceita ser enganado e exige respeito.
Nesse contexto, não se faz necessária a convocação de
plebiscitos para saber o que o povo quer e reclama nas ruas, mas agir de modo a
transformar em realidade as promessas feitas nas campanhas eleitorais e na
Constituinte de 1988, especialmente no campo da saúde, da educação e da
seguranças, bens indispensáveis para que qualquer sociedade possa se
desenvolver democraticamente.
Muito latim e dinheiro público se gastou com reuniões no
âmbito do Governo Federal com a discussão a respeito da convocação de
plebiscito, quando as mensagens e os reclamos do povo das ruas são e continuam
sendo claros: exige-se seriedade a ação por parte daqueles que foram eleitos
para representá-lo e por ele trabalhar.
Quando Sua Santidade fala que o futuro do País depende da
energia dos jovens e da experiência dos idosos, está se referindo à necessidade
de educação para aqueles que são futuro de qualquer Nação e de respeito àqueles
que com sua vivência e experiência muito têm a nos transmitir.
Necessitamos, portanto, de um sistema educacional que seja
capaz de educar e preparar os jovens para assumirem o papel daqueles que, agora
envelhecidos, deram sua contribuição e que merecem acolhimento e respeito. Por
conseguinte, têm o direito de ser tratados de forma digna e com respeito pelo
sistema de saúde e de segurança para que não sejam privados de uma aposentaria
digna que lhe permita viver dignamente com segurança e saúde e com possam
descansar porque já deram sua contribuição. Têm, pois, o direito de ser
tratados com solidariedade e carinho não apenas pelos órgãos do Governo, mas
também, e principalmente, pelos seus familiares.
É, pois, hora de refletir sobre essa importante mensagem de
humanidade daquele que foi escolhido para dirigir os destinos da Igreja
Católica, instituição que também necessita de reformas e mudanças para
enfrentar os novos e muitos desafios que uma sociedade desigual e excludente
tem.
Não basta, pois, orações, mas ações concretas para discutir
e absorver as novas conquistas da ciência e da pós-modernidade como a questão do
aborto, das células tronco, do uso de preservativos, união entre pessoas do
mesmo sexo, não como algo pecaminoso, mas como uma contribuição que pode
acolher e salvar vidas.
Espera-se que a visita do Santo Padre possa despertar em
cada um de nós os mais nobres sentimentos existentes no ser humano que, apesar
de contraditório, é capaz de ser solidário e de amar aos seus semelhantes e
estimular nas autoridades que têm a nobre missão de representar o povo nas mais
diversas instituições, o sentimento de seriedade, solidariedade e de dever para
com aqueles que representam. E isso se concretizar a visita do Papa terá sido
um grande contributo para a sociedade brasileira.
Comentário nosso
Ao ler este artigo, encontrei nele toda a essência da vinda
do Papa Francisco ao Brasil.
O artigo aborda, com profundidade e responsabilidade, os
aspectos espirituais e políticos das mensagens deixadas pelo Sumo Pontífice.
Confesso que após a passagem de Francisco pelo Brasil, meu
espírito de católico (quase não praticante) ficou tocado profundamente.
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