Em depoimento prestado junto à Superintendência
Estadual de Investigações, Criminais na noite da última terça (23), o
presidiário André Escócio de Caldas confirmou que recebeu promessas de regalias
para gravar vídeo contra Flávio Dino. André figura em vídeo veiculado nos
últimos dias pela TV e pela rádio Difusora, blogs ligados ao grupo Sarney, ao
portal iMirante e ao jornal O Estado do Maranhão – propriedade da família
Sarney.
Ouvido pelos delegados da Polícia Civil Tiago
Mattos Bardal na noite de terça, André Escócio afirmou que o vídeo foi gravado
há cerca de oito dias na sala do diretor da Central de Custódia de Presos de
Justiça de Pedrinhas, Carlos Aguiar.
Para gravar o vídeo, o presidiário teria recebido “promessa
de conseguirem um Alvará de Soltura e mais uma boa quantia em dinheiro, além do
declarante (André Escócio) ficar ‘blindado’ (protegido) no sistema”,
caso apontasse Flávio Dino, Patrícia e Weverton Rocha como mandantes do assalto
ao banco do campus da UEMA. A declaração consta no termo de declaração emitido
pela SEIC.
André Escócio afirma que não participou do assalto
ao banco, data em que estava detido em um presídio. O enredo para tentar
incriminar Flávio Dino foi criado após conversas do presidiário com o diretor
da CCPJ de Pedrinhas, Carlos Aguiar, que também prestou depoimento à Seic, na
manhã desta quarta (24).
Divulgação do vídeo
O vídeo que foi veiculado pelo sistema de
Comunicação e também pela campanha de Edinho Lobão foi gravado, segundo conta
Escócio, por Nilson, identificado como chefe de Segurança. O presidiário conta
ainda que se surpreendeu quando o vídeo foi veiculado em um dos programas da TV
Difusora.
Ao assistirem o depoimento forjado no ar, os presos
teriam começado a gritar “vai morrer, vai morrer”! O preso já
está sob custódia, em sala separada, após os acontecimentos.
Depoimento do
diretor
Apontado como responsável pela produção do vídeo,
Carlos Aguiar diz que o caso foi gravado na presença de Nilson e com o agente
penitenciário conhecido como “Robson”.
No depoimento ele confirma que gravou o vídeo, porém ele não teria acreditado
no depoimento em que, segundo o próprio Aguiar, o presidiário “queria
ser o bonzão”. O diretor nega responsabilidade pela divulgação do
vídeo. Após confirmar a autoria do vídeo, o notebook de Carlos Aguiar foi
apreendido pelo delegado Tiago Bardal.
Investigação
Federal
O vídeo foi postado originalmente de uma conta do
youtube (canal para reprodução de vídeos) hospedada no Chile. Considerado crime
eleitoral, ele passou a ser investigado pela Polícia Federal a pedido da
coligação Todos pelo Maranhão, de Flávio Dino. A Polícia Federal e o Ministério
Público vão apurar as responsabilidades pela criação e divulgação do vídeo em
diversos meios de comunicação – incluindo a TV Difusora do candidato Edinho
Lobão. (Do blog do John Cutrim)
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